Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 30 de agosto de 2022

30/08 - Ensino Superior em assembleia urgente amanhã, Educação só perde verbas desde 2016, mais uma escola ‘brasileira’ no pregão em NY, e mais: como a educação foi tratada no primeiro debate

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Ensino Superior, nova assembleia: o Tribunal deu urgência ao nosso pedido de dissídio de greve, e nós também damos urgência à nossa nova assembleia – temos proposta para deliberar! Saiba mais aqui:  https://bit.ly/3pPLBJ5

 

 

Ensino Superior: Fepesp e Sindicatos convocam para assembleia decisiva -  Professores e pessoal administrativo do ensino superior privado voltarão a se reunir em assembleia na quarta, 31, pra deliberar sobre proposta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) apresentada em audiência de dissídio de greve nesta sexta (26/08). A audiência foi convocada pelo TRT em atenção ao pedido de dissídio coletivo instaurado pela Fepesp e Sindicatos integrantes, na tarde da quarta, 24, ante o impasse nas negociações, com a representação dos Mantenedores recusando-se a negociar com seriedade a reposição da defasagem inflacionária, além de cláusulas que regulamentem as relações de trabalho em aulas e cursos à distância. Agência Sindical, 29/08   https://bit.ly/3pSXmhW


SP: professores do ensino superior podem entrar greve no dia 5 -  Professores e funcionários de setores administrativos do ensino superior de todo o estado de São Paulo poderão entrar em greve no dia 5 de setembro se as instituições não apresentarem proposta de recuperação de defasagem salarial e condições de trabalho adequadas diante da expansão do ensino remoto. Segundo a Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp), as negociações começaram em março, mas os representantes das mantenedoras não reconhecem a defasagem provocada pela inflação nos salários, recusam reajuste pelos índices de inflação e não querem discutir as mudanças em condições de trabalho com a aplicação extensiva do ensino remoto. Agência Brasil, 26/08   https://bit.ly/3cnUpmA

 

 

 

Niterói:  profissionais de educação decidem entrar em greve - Os profissionais de educação da rede municipal de ensino de Niterói marcaram para a próxima quarta-feira, dia 31, o início de uma greve geral, por tempo indeterminado. Dentre os motivos, o índice de reajuste de 8% dado pela Prefeitura, abaixo do Piso Salarial Nacional da educação que foi de 28%. Jornal A Seguir, 29/08   https://bit.ly/3Tu8b7C

 

POLÍTICA EDUCACIONAL

Na briga por verba, ninguém perdeu mais que a educação de 2016 para cá -  O Ministério da Educação (MEC) perdeu R$ 74 bilhões em verbas para outras áreas do governo desde a criação do teto de gastos, em 2016, até o ano passado, afirma estudo da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara. Num momento em que as atenções estão nos “furos” ao teto, o trabalho mostra o que vem acontecendo abaixo dele.“Vemos uma nítida tendência de redução do orçamento do Ministério da Educação.” As despesas do governo na função educação recuaram ano a ano, de R$ 103,9 bilhões em 2016 para R$ 80,9 bilhões no ano passado, em valores corrigidos pela inflação. Valor, 29/08   http://glo.bo/3TvO5tF


Alunos de escolas que receberam apoio na pandemia têm menor perda de aprendizado -   Alunos que estudam em escolas públicas que tiveram apoio para a gestão administrativa e pedagógica na pandemia, assim como aqueles dos municípios que mais investiram em ações contra a Covid-19 no ambiente escolar, tiveram uma perda acumulada de aprendizado menor do que a média de toda a rede paulista de ensino. A conclusão é de uma nova pesquisa da Universidade de Zurique (Suíça) feita com dados da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Folha de S. Pàulo, 29/08    https://bit.ly/3R3AFU6

 

O NEGÓCIO DA EDUCAÇÃO

Ânima (ANIM3) é preferida de BBA e BBI no setor de educação, enquanto BofA prefere Afya, Arco e Vitru-  O Itaú BBA, Bradesco BBI e Bank of America atualizaram suas perspectivas para o setor de educação após os resultados relatados pelas empresas no segundo trimestre deste ano. Na avaliação do BBA, os resultados não mostraram efeitos remanescentes da pandemia, com a maioria das companhias reportando volumes recordes de captação. InfoMoney, 29/08   https://bit.ly/3TtMIMg

Com aporte do BTG, Gran Cursos vai a 500 mil alunos e comemora na Nasdaq -  A brasileira Gran Cursos Online vai “estrear” na Nasdaq nesta terça-feira (30). Com recente aporte de R$ 105 milhões do BTG Pactual, a empresa de educação pela internet – uma ‘edtech’, no jargão das firmas de tecnologia – acaba de atingir a marca de 500 mil alunos e vai exibir esse feito em um painel na torre da bolsa americana, com veiculação por 30 minutos na Times Square em Nova York. Fundada em dezembro de 2012, a empresa tem como meta chegar a 1 milhão de alunos até 2026. A Gran Cursos, que começou com cursos preparatórios para concursos, deu início a programas de pós-graduação no ano passado e em 2023 vai entrar no mercado graduação, com a compra do Centro Universitário UniBagozzi, em Curitiba (PR). Estadão, 29/08   https://bit.ly/3TsnAWg

 

ELEIÇÕES 2022

Pesquisa BTG/FSB confirma Lula na liderança, com 43%; Bolsonaro tem 36% -  Ciro Gomes (PDT) aparece em terceiro, com 9%, três pontos percentuais a mais que na semana passada. A senadora Simone Tebet (MDB), em quarto lugar, subiu de 3% para 4%. Considerando a margem de erro, todos os candidatos, com exceção de Lula, Bolsonaro e Ciro, estão tecnicamente empatados.  Rede Brasil Atual, 29/08   https://bit.ly/3CHVSPl


Saiba o que Bolsonaro quer esconder com os decretos de sigilo de 100 anos -
 Sigilo foi imposto sobre carteira de vacinação do presidente, processo contra Pazuello, acesso dos filhos Carlos e Eduardo ao Planalto, reuniões com pastores investigados e caso de Flávio Bolsonaro com “rachadinhas”. RBA, 29/08   https://bit.ly/3Q1QABc

 

  

Eleições 2022: como a educação foi tratada no primeiro debate
Porvir, 29/08
https://bit.ly/3CDQWuz

O debate presidencial deste domingo (28), organizado pelo grupo Bandeirantes, Folha de S.Paulo, UOL e TV Cultura, com a participação de Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Lula (PT), Simone Tebet (MDB), Felipe d’Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União), trouxe momentos dedicados à educação com propostas para melhoria da aprendizagem e críticas à gestão do presidente Jair Bolsonaro.

Ainda que breves, as falas tiveram a participação da maior parte dos candidatos e trataram de temas como impacto da pandemia na educação, ensino médio e os investimentos em educação. As perguntas direcionadas pelos rivais ao presidente Jair Bolsonaro não trataram especificamente de educação.

Uma parceria dos organizadores com o Google mostrou que “escola” e “educação” foram respectivamente o terceiro e quarto termos mais buscados relacionados ao debate, à frente de outros como “covid-19” e “corrupção”. Em maio, uma pesquisa encomendada pela ONG Todos Pela Educação mostrou que para 59% dos eleitores, a educação seria uma prioridade na hora de decidir o voto.

 

Impacto da Pandemia - Em pergunta sobre como o governo federal deve agir para resgatar a geração de jovens afetada pela Covid-19 e não ter um futuro com baixos salários baixos salários, subemprego, o que afetaria o crescimento econômico do país, Lula mencionou que “a gente não tem informação do MEC para saber quantas crianças estão hoje, sabe, com o grau de educação muito abaixo daquilo que deveria estar. Porque hoje nós temos dois tipos de estudantes. Nós temos aquele que teve acesso a tablet, computador e continuou estudando durante a pandemia, e nós temos aqueles mais pobres que não conseguiram acompanhar e ficaram sem ir para a aula. Além disso, nós temos no ensino médio uma quantidade de evasão escolar muito grande”.

Diante desse problema, o candidato do PT diz que “a primeira coisa que eu pretendo fazer, se ganhar as eleições, é logo no começo de janeiro convocar uma reunião com todos os governadores de Estado, convocar uma reunião com os prefeitos das capitais, no primeiro momento, para que a gente possa fazer um pacto, de fazer uma verdadeira guerra contra o atraso educacional que a pandemia deixou”, afirmou.

Ciro Gomes, ao comentar a resposta do rival, trouxe o exemplo de seu estado, Ceará, que ao longo dos últimos anos avançou nos resultados educacionais. “O Ceará tem hoje a melhor educação pública do Brasil, e eu, modestamente, ajudei a produzir isso. Nós temos em todos os indicadores de avaliação, 79 das 100 melhores escolas públicas do Brasil, e já estamos encaminhando uma equação para esse prejuízo grave que a pandemia causou entre a comunidade escolar. […] O descuido com a educação brasileira parece ser um projeto de governo”. Para chegar a esse objetivo, o candidato declarou ainda que é preciso “mudar o padrão pedagógico, trocar o decoreba por um ensino emancipador, que os tempos digitais pedem, e reforçar estruturalmente o financiamento”,

Investimento - Em uma pergunta para Ciro Gomes, o candidato Felipe D’Avila questionou por que as crianças continuam não aprendendo mesmo com 5,8% do PIB (Produto Interno Bruto) na educação. (Nota do Porvir: valor abaixo da média da OCDE, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, e que é considerado por especialistas insuficiente diante das desigualdades brasileiras). D’Ávila também lembrou as trocas de ministros da educação durante a gestão Jair Bolsonaro.

Em sua resposta, Ciro retomou o exemplo do Ceará e disse que o valor investido já poderia “garantir um padrão de educação muitas vezes maior”. Na sequência, disse que o modelo de escola que se oferece hoje na rede pública “é o da decoreba, é o ensino sem graça, é o enciclopedismo” raso […] que não tem sentido em tempos de Google”. Em contraponto ao candidato do NOVO, Ciro disse que “o Brasil gasta per capita muito menos do que aquele padrão que a Europa, por exemplo, gasta, que os Estados Unidos gastam, e hoje nós estamos obrigados a competir com eles em terceiros mercados ou no mercado brasileiro”.

Na réplica, D’Ávila por diversos momentos mencionou o gasto público. Começou dizendo a Ciro que o foco precisa estar no aprendizado do aluno. “A gente desperdiça dinheiro público com a máquina pública. Isso não melhora o aprendizado do aluno. A criança não aprende”. Em seguida, falou do professor. “Nós precisamos investir na carreira do professor, uma carreira para valorização do professor. O professor precisa aprender a dar aula. O curso de pedagogia precisa mudar completamente. É completamente arcaico hoje. E mais do que isso, nós precisamos investir no ensino profissionalizante para reter os nossos jovens na escola, porque senão existe êxodo de mais de 48%”.

Ao retomar a palavra, Ciro disse que 60 de cada 100 alunos do ensino médio do Ceará já estão em tempo integral. Boa parte, profissionalizante. [Os estudantes] saem dali com estágio remunerado nos seis primeiros meses pelo governo, e mais de 93% ficam retidos pelas empresas porque nós fazemos essa aposta. Em seguida, disse que “sem remuneração decente, sem financiamento decente isso tudo não vai acontecer. O piso salarial do magistério brasileiro, comparado com o mundo, é de encher de vergonha. […] Em alguns estados, muitos municípios sequer estão pagando o piso salarial. Qualificar a gestão das escolas também é um elemento essencial”. Por fim, neste bloco de respostas o candidato do PDT argumentou ainda que acompanha o aluno para que ele não perca a idade escolar certa para o aprendizado é o que vai mudar o Brasil.

Ao final, Ciro também atacou Lula e o foco no ensino superior durante os governos do PT. “Acabou de falar aí, o Presidente Lula, de bilhões, de milhões de crianças e adolescentes, de estudantes que foram para o ensino universitário, é verdade. O Brasil tem hoje 18, de cada 100 garotos de 18 a 25 anos, no ensino superior. A Colômbia tem 42. E quando nós vamos olhar que tipo de escola passaram no governo do PT, do Lula, R$ 40 bilhões para empresários privados. Deixando um garoto endividado no começo da vida com uma conta de R$ 110 a 150 mil no FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior)”.

Simone Tebet, em questionamento sobre como levar dignidade às crianças e jovens que frequentam a escola, lembrou recentes casos suspeitos de corrupção. Em sua resposta, Soraya, disse que o atual governo não conseguiu fazer um programa que resolvesse isso. “Simples seria se ele utilizasse o mesmo método que utilizou o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo. Marcelo Rebelo é professor também, e ele foi para a TV estatal. Ele foi para a TV estatal dar aulas, e contratou os melhores professores do país para dar aula na TV aberta para os alunos”.

Em sua fala, Simone trouxe a proposta de uma “poupança jovem” para estudantes do ensino médio. “O ensino médio técnico profissionalizante sai do papel para que os nossos jovens possam entrar no mercado de trabalho imediatamente. E para isso, para que eles não virem nem-nem, nem estudo nem trabalho, nós vamos colocar uma poupança jovem. O nosso jovem vai ganhar dinheiro todo ano, e no final do terceiro ano do ensino médio, vai ganhar R$ 5 mil pra fazer o que ele quiser, dar uma entrada numa moto ou num celular, mas pra que ele não saia”. Em sua última participação ao falar do tema,Soraya mencionou que o valor da merenda não foi atualizado. “As nossas crianças, muitas delas têm somente a merenda escolar para comer. É triste demais”

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