Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 24 de março de 2020

24/03 - o recuo de Bolsonaro, estudantes querem mensalidade menor, cursos online se multiplicam, psiquiatra discute rotina na quarentena  - e mais  

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Leia aqui a manifestação da Diretoria Plena da Fepesp sobre a Medida Provisória:  https://bit.ly/2JaLiTW

Trecho: “O governo federal perde sua autoridade com a medida descabida, prova que está apenas cuidando do lucros dos já ricos, de costas para a Nação, e mostra que o presidente somente vive a custa de conflitos, sem capacidade de demonstrar qualquer empatia pelo sofrimento dos brasileiros neste momento de provação e sacrifício”.

 

Bolsonaro recua e desiste da suspensão de salários por quatro meses
Senado Notícias; 23/03
https://bit.ly/3agm8Pr

Após diversas críticas, o presidente da República, Jair Bolsonaro, decidiu revogar o artigo 18 da Medida Provisória (MP) 927/2020. Esse artigo permitia aos empregadores suspender o contrato de trabalho e o pagamento de salário por quatro meses.


'Tira, porque eu estou apanhando muito', disse Bolsonaro a Guedes
Estadão; 24/03
https://bit.ly/3aheBjABRASÍLIA - Após o recuo do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que “estava mal redigido” o trecho de Medida Provisória (MP) do governo que permitia suspender contratos de trabalho por quatro meses, durante a pandemia de coronavírus, sem que houvesse a garantia de uma compensação para os trabalhadores.

Segundo ele, a medida não estava "redonda" e faltou colocar a complementação ao salário. Em nova MP, o governo vai definir que esse auxílio poderá ser de 25% da remuneração original ou de até um terço para empregados dos setores mais atingidos, como bares, restaurantes e hotelaria.

 

Governo revoga permissão para suspender salários e paralisa respostas via Lei de Acesso à Informação
Poder 360; 21/03
https://bit.ly/3bkpdOL

O presidente Jair Bolsonaro editou na noite desta 2ª feira (23.mar.2020) uma nova medida provisória para suspender o trecho de MP anterior que possibilitava a empresas suspenderem o pagamento do salário de funcionários por até 4 meses devido à pandemia de covid-19.

Íntegra do novo texto, a MP 928 (504 KB) – clique aqui.

 

Sem aulas presenciais, alunos querem mensalidade menor em universidades
Folha de S. Paulo; 24/03
https://bit.ly/2WFEQvW

Sem aulas presenciais por causa da pandemia de coronavírus, estudantes de ensino superior têm se mobilizado para pedir a redução ou mesmo a suspensão de mensalidades.

Com abaixo-assinados circulando por todo o país, a UNE (União Nacional dos Estudantes) decidiu encampar a reivindicação em uma campanha que pedirá a equiparação do valor cobrado pelos cursos presenciais aos do sistema de EAD (educação a distância).

No caso das instituições que não tiverem o curso no equivalente a distância, a entidade demandará desconto proporcional à redução de despesas fixas, por exemplo, com água e luz.

 


Declarações de empresários sobre desemprego assustam trabalhadores
Folha de S. Paulo; 24/03
https://bit.ly/2QCaeI7

Dias antes da publicação, no domingo (22), da Medida Provisória que vai mudar as relações trabalhistas no estado de calamidade, cresceu a tensão de trabalhadores com receio de perder suas vagas.

Entre funcionários do Santander, reverberou durante o fim de semana uma declaração feita pelo presidente do banco, Sergio Rial. Na sexta-feira (20), o executivo falou em deserção para se referir a quem quis trocar o trabalho presencial pelo home office na crise do coronavírus.

Luciano Hang, dono da Havan, postou nas redes sociais um vídeo com o alerta: “Se perder o emprego, pode demorar de cinco a dez anos para conseguir um novo. Para mim, Luciano, é muito simples”, afirma ele.

Doo do restaurante Madero, Junior Durski disse em vídeo (aqui): “Eu sei que nós tínhamos que chorar e vamos chorar com cada uma das pessoas que morrerem com o coronavírus. Mas não podemos [parar o Brasil] por conta de 5000 pessoas ou 7000 pessoas que vão morrer”.

 

 

Reino Unido adota quarentena e impõe multas para quem sair às ruas
Folha de S. Paulo; 24/03
https://bit.ly/2xjxW52

O Reino Unido proibiu reuniões de mais de duas pessoas nas ruas, fechou todas as lojas não essenciais (entre as exceções estão supermercados, lojas de comida e farmácias) e limitou exercícios físicos a uma vez por dia.

Todos os eventos sociais estão proibidos, inclusive casamentos e batismos. A polícia poderá dissolver reuniões e multar quem desobedecer às regras.

Alemanha, França, Italia e Holanda também adotaram quarentena e restrição de circulação de pessoas durante a pandemia.

 

 

Coronavírus: falta de decisão única faz comunidade escolar conviver com dúvidas
EM; 23/03
https://bit.ly/2UgRX56

A falta de uma decisão única e majoritária que deveria prever as ações em todas as redes e esferas de ensino causam dúvidas, geram desencontros, o que aumenta o ambiente de incertezas num momento tão confuso, de muitas perguntas e respostas escassas. Há muitas medidas e decisões distintas envolvendo alunos, professores e funcionários (setor administrativo) que precisam de uma mínima unidade.



Escolas de negócios e universidades oferecem cursos on-line gratuitos
Valor Econômico; 24/03
https://glo.bo/2wqWglA

Com o avanço do coronavírus no Brasil e mundo, empresas de vários setores colocaram seus funcionários em home office e várias pessoas, contaminadas ou suspeitas, enfrentam um período de quarentena. Governos e autoridades médicas também solicitaram que o isolamento social seja colocado em prática, como uma forma de evitar a disseminação do vírus. É nesse contexto que instituições de ensino vêm adaptando, transferindo ou ampliando seu conteúdo on-line. No Brasil, as escolas de educação executiva investem na transmissão de palestras on-line, como FGV, FIA e Fundação Dom Cabral, e ampliam o acesso gratuito a seus conteúdos como a Saint Paul.

Neste artigo, confira cursos abertos nesse momento.

 

Artigo: Como enfrentar o coronavírus dentro da sala de aula
Valor Econômico; 23/03
https://glo.bo/2UiztBz

Por Lucy Kellaway: “Há silêncio na sala, quebrado apenas pela fricção dos lápis. Olho para meus alunos e sinto um pouco o que costumava sentir quando meus próprios filhos estavam sonolentos. Há algo doce neles quando estão em silêncio. Uma garota estudiosa levanta a mão. “Senhorita, devo fazer o gráfico a lápis ou a caneta?” “Xiu”, digo. “Sem perguntas depois de niciada a prova.” Tudo está normal, e é meu trabalho garantir que tudo continue assim. A escola nos disse que, além de encorajar a desinfecção das mãos, tudo deve ficar como sempre.

Mas a situação não está como sempre. Olho para a prova, com perguntas econômicas que faziam sentido há um mês. Quais das seguintes alternativas causaria um deslocamento para a esquerda na curva da demanda por refeições de restaurante: 1. Um aumento na renda. 2. Um aumento no preço das refeições. 3. Uma queda no preço das entregas. E não tem opção 4) Coronavírus - que está acabando com os restaurantes tão rapidamente quanto com idosos e enfermos”.

 

Como reorganizar a rotina pode ajudar sua saúde psíquica na quarentena
Jornal da USP; 23/03

https://glo.bo/2UqLKCG

Você acorda, toma café, vive normalmente sua rotina diária. Um dia, um vírus que até pouco tempo estava longe, em outro continente, e você conhecia vagamente apenas pelos noticiários, entra na sua casa sem bater na porta e interrompe, não apenas a sua, mas a rotina de toda uma sociedade. Mas qual o impacto psicológico dessa quebra abrupta que a quarentena e a pandemia trouxeram? E o mais importante: como amenizar o problema?

Para o professor e psicanalista Christian Ingo Lenz Dunker, do Instituto de Psicologia da USP, o momento exige que todos reorganizem suas rotinas. “Um dos primeiros efeitos da quarentena é a desorientação atencional. A pessoa se sente mais confusa, menos concentrada, muito mais cansada. Ela pensa que vai trabalhar em casa e vai conseguir descansar, mas não é isso que acontece. Porque uma série de apaziguadores que nós temos no trabalho, como a pausa para o cafezinho ou a conversa com o colega, são suspensos”, aponta o psicanalista.

É uma situação limite, inédita, que está trazendo o melhor e o pior do ser humano. De um lado, o aumento abusivo do preço do álcool em gel e as pessoas estocando comida e papel higiênico. Do outro, exemplos de solidariedade, amizade e empatia, como os daqueles que se oferecem para fazer as compras dos vizinhos idosos. Para Dunker, isso traz respostas criativas, mas também respostas egoístas e destrutivas. Um bom conselho é ficarmos mais tolerantes com nós mesmos e com os outros

Dunker diz que estamos vivendo em uma anomia (suspensão da ordem normal) e isso deve afetar e deve valorizar as novas formas de contratos que podemos estabelecer com funcionários, patrões, ciclos produtivos, etc. E isso não se resume a trabalhar ou dar aulas de casa. Vai muito além, pois é uma situação que vai durar muito tempo e vamos ter de nos preparar para isso, inclusive, reduzindo nossas expectativas de gastos e de ganhos, e entender isso como um processo comum a todos.

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