Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 18 de maio de 2021

18/05 - Reprovado perde direito a ensino domiciliar, Kroton corre atrás dos ‘orfãos’ do Fies, MEC sem dinheiro para o Enem, e mais: a força das mulheres na Constituinte do Chile.

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Hoje: ato público nacional organizado por docentes e estudantes baianos, em defesa da ciência e da vida – com Gilberto Gil, Daisy Ventura, Lilia Schwarcz e você! Aqui: https://youtu.be/tvufba

 

 

 


POLÍTICA EDUCACIONAL


Projeto de 'homeschooling' exige que um dos responsáveis pelo aluno tenha diploma de ensino superior

G1; 17/05
https://glo.bo/3we1WZ9

A versão final do projeto de lei que regulamenta o ensino domiciliar no Brasil deve ser votada em plenário na Câmara dos Deputados até junho. No texto, há a exigência de que pelo menos um dos responsáveis legais pelo aluno tenha diploma de ensino superior.

Além disso, os alunos que forem educados em casa devem estar associados a uma escola regular, que fará o monitoramento da aprendizagem. Segundo o projeto, as avaliações periódicas serão bimestrais (para educação infantil) ou anuais (para ensino fundamental ou médio).

Caso o estudante seja reprovado por dois anos consecutivos, perderá o direito ao "homeschooling".

As normas estabelecidas pelo projeto de lei não satisfizeram todos os apoiadores do modelo de ensino. Ao G1, a Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned) afirmou que ainda não vai comentar o texto, porque está buscando revê-lo, já que "há uma série de inconsistências que serão debatidas com a relatora".

 

Projeto de ensino domiciliar prevê perda de direito em caso de reprovações
Folha de S. Paulo; 17/05
https://bit.ly/3hAUXpk

A versão final do projeto de lei que regulamenta o ensino domiciliar no Brasil prevê alguns controles como a obrigação de seguir o currículo nacional, formação superior dos pais, avaliações anuais e a possibilidade de perda do direito em caso de reprovações.

O relatório que a deputada Luísa Canziani (PTB-PR) apresentou na sexta-feira (14) deve provocar debates em torno desses controles. Grupos conservadores ligados ao ensino domiciliar demandam menos amarras, o que tem sido apoiado nos bastidores pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro.

Enem 2021: Inscrições precisam começar em dias para evitar adiamento este ano
Estadão; 17/05
https://bit.ly/2SZR8Qf

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) precisariam começar em dias - no começo de junho - para que a prova fosse feita em novembro, quando normalmente acontece. A presidência do órgão ignora desde abril diversos alertas de relatórios de gestão de risco, aos quais o Estadão teve acesso, indicando a falta de definição e de documentos que fazem parte do processo. Segundo servidores do próprio Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep), o cronograma está tão atrasado que é praticamente impossível realizar o exame em 2021.

Mesmo com os atrasos e sem orçamento suficiente, o governo Bolsonaro vem insistindo que se organiza para realizar o Enem este ano. Os alertas enviados para a direção do Inep mostraram nível "elevado" de risco em 13 de abril para a não realização da prova, já que o edital do Enem ainda não havia sido publicado - o que não ocorreu até hoje. Normalmente, o edital sai em março e as inscrições ocorrem em maio. O Relatório de Monitoramento e Gestão de Riscos, feito por uma empresa contratada para isso, a Modulo, diz que pode haver "insuficiência de tempo para preparação do exame".

 

Em apelo a Guedes, MEC admite não ter dinheiro para pagar Enem e bolsas de 92 mil pesquisadores
EStadão; 16/05
https://bit.ly/3uZN4xn

O Ministério da Educação (MEC) admitiu em documento ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que a verba destinada ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021 é insuficiente para aplicar a prova a todos os participantes. Também vai faltar dinheiro para pagar bolsas de 92 mil cientistas, incluindo pesquisadores da covid-19, médicos residentes e para livros didáticos. Em ofício obtido pelo Estadão, a pasta pede dinheiro para “viabilizar projetos” e fala em impactos pedagógicos “imensos”.

 

O NEGÓCIO DA EDUCAÇÃO

BH: grandes redes entram com força no mercado da educação
O Tempo; 13/05
https://bit.ly/3fjZAB6

Grandes redes de ensino paulistas e cariocas estão se expandindo em território belo-horizontino. Recentemente, o Colégio Magnum Cidade Nova foi vendido para a rede Inspira, enquanto a tradicional Faculdade Milton Campos foi comprada pelo Grupo Ânima, que já era dono dos centros universitários UNA e UniBH. O Colégio Decisão, que já tinha uma unidade na Pampulha, passou a ocupar o espaço onde por mais de cem anos existiu o Instituto Metodista Izabela Hendrix.

Muitas das redes que estão se expandindo nos últimos meses possuem fontes de capital diferentes das escolas tradicionais. Algumas, como a Ânima, têm ações na bolsa de valores, enquanto outras, como a Inspira, contam com recursos de fundos de investimento. Em um país com mais de 47 milhões de estudantes na educação básica, o mercado de educação é encarado por muitos como uma aplicação consistente para um retorno em longo prazo. O setor vem atraindo, inclusive, a atenção de investidores estrangeiros.

De acordo com Zuleica Reis, presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), estima-se que mais de 13 mil alunos da educação básica e infantil tenham deixado a rede privada para migrar para escolas públicas somente em Belo Horizonte neste ano. Até mesmo as tradicionais escolas confessionais (como são conhecidas as religiosas) estão tendo de lidar com a perda de alunos e uma inadimplência, que em média chegou a 40% em 2020.

 

Em nova campanha, Kroton mira os órfãos do Fies que desistiram do ensino superior
O Globo; 17/05
https://outline.com/m4JZLE

Após realizar uma pesquisa que constatou que o curso superior não é prioridade para os jovens e que a grande maioria não sabe que pode almejar entrar em uma universidade por falta de referências na família, a Kroton, braço de ensino superior da Cogna, está investindo numa campanha aspiracional para despertar o desejo de estudar.

— Vamos levar a informação para quem não sabe que pode fazer ensino superior — diz Leonardo Queiroz, vice-presidente de crescimento da Kroton, que reúne as marcas Anhanguera, Pitágoras, Unopar, Unime, Unic, Fama e Uniderp. — Com R$ 150 a mensalidade no EAD, todo mundo pode estudar.

O planejamento inclui ações no TikTok e influenciadoras como Iza e Fernanda Gentil, que já eram embaixadoras das marcas Anhanguera e Unopar, respectivamente.

Campanhas aspiracionais não são comuns na comunicação das universidades, que durante anos se apoiou no Fies para uma demanda e receita constantes, mas que com o fim do programa passou a focar em preço e condições de pagamento para atrair os estudantes.

CORONAVÍRUS

Mato Grosso: seis servidores da educação morrem vítimas da Covid-19 em 3 dias
G1; 17/05
https://glo.bo/2S5vxVP

Seis servidores da educação morreram vítimas da Covid-19 em Mato Grosso em um intervalo de três dias. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), as mortes dos profissionais ocorreram entre sexta-feira (14) e domingo (16).

Mato Grosso registrou 37 mortes e 691 novas confirmações de casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) divulgados neste domingo (16).

Dos 382.621 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso, 8.634 estão em isolamento domiciliar e 362.030 estão recuperados.

 

 

Chile: Independentes surpreendem políticos tradicionais com votação expressiva na eleição para constituinte
G1; 17/05
https://glo.bo/3wdn2Hd

Candidatos independentes surpreenderam os partidos tradicionais e conquistaram mais de 30% dos votos nas eleições do fim de semana do Chile, o que significa que representam o bloco dominante da assembleia constituinte que vai redigir a nova Carta Magna do país.

O resultado provoca um desconcerto na política tradicional do país, que foi incapaz de canalizar as demandas sociais que a população reivindicou nas ruas a partir de 18 de outubro de 2019 e que encontraram eco em vários candidatos independentes, incluindo ativistas sociais, professores, escritores, jornalistas ou advogados.

Com mais de 96% das urnas apuradas, dos 155 cidadãos eleitos como constituintes, pela primeira vez de forma paritária e com a inclusão de 17 cadeiras reservadas para representantes dos povos indígenas, as duas listas que aglutinam candidatos que vão da centro-esquerda ao Partido Comunista, 'Lista del Apruebo' e 'Apruebo Dignidad', registram 34,2% dos votos.

A lista unificada da direita, Vamos por Chile, recebeu 23,9%, um resultado abaixo do esperado, pois o grupo acreditava que teria ao menos um terço dos representantes na Convenção.

Mulheres brilham em eleição de Constituinte no Chile
Terra; 17/05
https://bit.ly/3tZKXIy

As mulheres chilenas demonstraram tanta força nas eleições para escolher os membros da nova constituinte do país que ajustes precisaram ser feitos para garantir que a composição do grupo estivesse igualmente distribuída entre os gêneros, anunciou o órgão eleitoral Servel nesta segunda-feira.

Um total de cinco vagas foi remanejado e concedido a candidatas femininas que receberam menos votos que seus equivalentes do sexo masculino em alguns distritos para garantir uma divisão de gênero meio a meio, enquanto sete vagas foram concedidas a homens menos votados.

A ideia de garantir a igualdade de gênero na composição do grupo que irá elaborar a nova constituição foi inicialmente descartada por partidos de direita, mas acabou aprovada pelo Congresso - o que, segundo ativistas, é algo inédito no mundo.

Um total de 699 mulheres concorreram a vagas na Constituinte, e 674 homens. O órgão eleitoral disse que 77 mulheres e 78 homens garantiram vagas.

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