Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 5 de setembro de 2022

05/08 - Audiência pública hoje em apoio aos professores da Unib, as pesquisas eleitorais desta semana (serão seis!), ameaça de atentado no Dante, e mais: nos 200 anos da Independência, um 'historicídio' em curso no Brasil

.

Greve de professores da Universidade Ibirapuera, por falta de pagamento de salários e encargos, entra na sua quinta semana. Na sexta, a universidade se recusou a dar informações ao TRT. Hoje, será denunciada em audiência pública na Assembleia Legislativa. Não falte! Leia aqui:  https://bit.ly/3TJi9lJ

 

 

 

Assembleia Legislativa convoca audiência pública: greve de professores da Unib -  Nesta segunda-feira, dia 05, às 19h, a Assembleia Legislativa realiza audiência pública para tratar da crise na Unib. Professores em greve convidam a todos –  alunos, seus familiares e a comunidade envolvida nos afazeres da universidade –  a participar deste encontro. Fepesp, 05/09    https://bit.ly/3TJi9lJ

Estudantes da Unib se mobilizam em apoio à greve dos professores - Alunas e alunos de diversos cursos da Universidade Ibirapuera estão se organizando em solidariedade às professoras e professores, em greve desde o dia 09 de agosto. Eles disponibilizaram um abaixo-assinado no google, no qual cobram os salários de seus professores e também denunciam a falta de comunicação e transparência da mantenedora. Sinpro SP, 01/09    https://bit.ly/3AMbxvn

 

Abaixo assinado: ‘Paguem os professores. Queremos ter aula!’ -  Não há educação de qualidade sem respeito aos alunos(as) e professores de uma instituição de ensino. Qual de vocês, alunos(as), nos últimos tempos não se sentiu desrespeitado pela UNIB ? Quer seja pela falta de comunicação e transparência, quer seja pela imposição de novas regras e alterações de deveres no meio do curso, o fato dos nossos professores  e professoras não receberem os seus salários também afeta nós alunos, por esse motivo precisamos apoiar. Google Docs, 01/09   https://bit.ly/3qa5j2o


ESCOLAS

Escola de elite de SP avisa pais após rumor de plano de atentado a tiros– A direção do Colégio Dante Alighieri, uma das escolas particulares mais caras e tradicionais de São Paulo, enviou circular aos pais dos alunos, na quinta-feira (1º/9), para informar que medidas foram tomadas em relação à segurança interna da instituição. Circulavam rumores de que um aluno planejava ataque a tiros no centro de ensino. Metrópoles, 02/09  https://bit.ly/3qa9ZoY


Escola técnica é pichada com suástica nazista e ameaça de massacre em SP -
Estudantes da Escola Técnica Estadual (Etec) Parque da Juventude, na zona norte da capital paulista, foram surpreendidos quando entraram em um dos banheiros da unidade, nesta terça-feira (30/8), e encontraram uma mensagem pichada na parede em tom de ameaça: “massacre sexta 02/09” com desenhos de suástica nazista ao redor do texto. A direção da escola, que é de responsabilidade do Centro Paula Souza, emitiu um comunicado a alunos e professores avisando que acionou a polícia. Ponte, 302/09 https://bit.ly/3RkxWWG


Educadores falam sobre violência no ambiente escolar e como combatê-la - O ambiente escolar é um local que deve passar a sensação de segurança e conforto, além de harmonia entre funcionários e estudantes. No entanto, é neste mesmo lugar que podem ocorrer agressões físicas, verbais, psicológicas e sexuais, além do conhecido “bullying”, termo em inglês que significa ‘agressões contínuas’.  Em qualquer caso, o Ministério Público deve ser acionado. O promotor de Justiça, ao ser comunicado, irá mobilizar as autoridades competentes na busca da solução do problema e apurar a irregularidade ou crime praticado.   Cada Minuto, 04/09   https://bit.ly/3wXXkt8

 

ELEIÇÕES 2022

Eleições 2022: Quais pesquisas para presidente serão lançadas nesta semana? Veja quando sai cada uma -  Pelo menos seis pesquisas para presidente serão divulgadas esta semana, segundo informações registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre esta segunda-feira, 5, e o próximo sábado, 10, serão lançados levantamentos feitos pelos institutos Ipec, PoderData, Quaest, Paraná Pesquisas, Ipespe e Datafolha. A Corte eleitoral exige que os levantamentos sejam registrados em seu sistema até cinco dias antes da divulgação. Portanto, pesquisas incluídas no decorrer dos próximos dias ainda podem sair até o fim da semana. Terra 05/09  https://bit.ly/3RkDHDD


Datafolha: saúde e educação são as áreas mais importantes na hora de definir voto para presidente
-  Dados da última pesquisa Datafolha, encomendada pela Globo e pelo jornal “Folha de S.Paulo”, divulgados nesta sexta-feira (2) mostram que Saúde e Educação são as áreas mais importantes para os eleitores na hora de definir o voto para presidente. Somando as respostas das três colocações, a saúde concentrou a maioria das respostas (81%), seguida de educação (75%), emprego e renda (57%), combate à violência (32%), combate à corrupção (29%) e defesa dos valores da família (22%). G1, 02/09   http://glo.bo/3D0Ymsg

 

‘Vitória de Lula em 1º turno é difícil, mas não improvável’, diz Marcos Coimbra/Vox Populi -  O sociólogo Marcos Coimbra, diretor do Instituto Vox Populi, afirmou à Rede TVT na sexta-feira (2) que as mais recentes pesquisas sobre intenções de voto para a presidência da República mostraram estar mais difícil uma vitória de Lula no primeiro turno, porém não improvável. Marcos Coimbra voltou a reforçar o caráter monotemático da eleição, com dois núcleos duros bem definidos, e vê apenas oscilações pontuais na classe média. Ele ainda confirmou ineficácia dos programas de auxílio na captação de votos por Bolsonaro. Rede Brasil Atual, 04/09   https://bit.ly/3TFXKxY

 

 

Independência, 200 anos: ‘Há um 'historicídio' em curso no Brasil’
Folha de S. Paulo 03/09
https://bit.ly/3BgHrka

É comum que professores de história ouçam em conversas casuais frases como: "Eu gosto muito de história!", "Os jovens precisam conhecer mais a nossa história!" ou "O brasileiro não tem memória!"... Quem nunca?

Já outros manifestam perplexidade ao lerem por aí que o nazismo era de esquerda ou que a ditadura militar brasileira foi uma "revolução democrática"(!). Eles, os perplexos, ainda lembrarão a importância de saber história "para que os erros não se repitam". A verdade é que certas pessoas odeiam a história e o seu ensino. Fosse diferente, não estaríamos assistindo inertes ao "historicídio", com o perdão do neologismo, que está em curso em São Paulo e no Brasil.

É um desastre cognitivo o que está em curso, um verdadeiro "historicídio" promovido por negacionistas que desejam falsificar a história. Mas também produzido por aqueles que desejam, simplesmente, se livrar dela expurgando-a do seu estudo escolar. Excluir a história do currículo é apagar o passado e ameaçar o futuro. Precarizar a formação docente favorece a deformação e a desinformação. Não sendo revertidas essas medidas, a cidadania ficará privada do mais básico conhecimento de nossas histórias. Será esta a nossa contribuição ao futuro no bicentenário da Independência?

 

As mulheres que tiveram extrema importância para a independência do Brasil
Aventuras na História; 04/09
https://bit.ly/3QqidEk

Nas comemorações do bicentenário da Independência, enaltecer as forças femininas durante o período vira livro e podcastAo se debruçar na história da Independência do Brasil à procura da atuação feminina nos acontecimentos políticos de 1822, depara-se, sim, com mulheres. Algumas, como Maria Leopoldina e Maria Quitéria, não caíram no anonimato como outras tantas, porém, mesmo elas não foram reconhecidas ao longo dos últimos 200 anos.

Para resgatá-las e trazer à tona outras biografias femininas que desempenharam papel importante na luta e no processo de libertação do país, a historiadora e idealizadora do projeto, Heloísa Starling, e a roteirista Antonia Pellegrino lançam o livro 'Independência do Brasil – As Mulheres Que Estavam Lá' (Editora Bazar do Tempo). Às vésperas do lançamento da obra, a revista Aventuras na História conversou com as autoras.

Como foi a participação feminina nas lutas pela separação do Brasil de Portugal? - Seja no Brasil colonial ou na Europa, os usos e costumes do final do século 18 e daprimeira metade do século 19 não recomendavam às mulheres se arriscarem para fora da esfera doméstica; se fosse o caso de tentar, elas podiam até ganhar a vida como próprio trabalho, sustentar maridos ou, na Europa, manter salões ilustrados.

Mas de jeito nenhum deveriam reivindicar participação política. Isso era proibido. Havia mulheres, contudo, decididas a governar a própria vida, que ameaçavam as convenções morais e sociais estabelecidas e dispostas a desafiar o mundo proibido da participação política.

Também levaram a sério um projeto de Independência para o Brasil. Viveram esse projeto de maneiras diferentes, partiram de patamares sociais desiguais, e atuaram de forma diversa: algumas dessas mulheres empunharam armas, outras se engajaram no ativismo político. Mas todas elas recusaram o lugar subalterno que lhes era reservado.

Essa participação atingiu todas as classes sociais e regiões do país? - Sim, o livro tem histórias que se passam em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará... ou seja, as mulheres estiveram no "front" em todo o Brasil.

A obra retrata a atuação de mulheres pouco reconhecidas, como Maria Quitéria e Leopoldina, e de outras ainda bem desconhecidas. Por que essas histórias ficaram tanto tempo esquecidas? - Algumas destas personagens são nomes de ruas, praças e monumentos. Ou seja, não ficaram exatamente esquecidas, mas ficaram obscurecidas. Apagadas nas sombras do tempo. O que estamos fazendo agora é lançar luz sobre este conjunto de sete mulheres que fizeram, há 200 anos, o que, até hoje, é o mais proibido para a mulher: se meter com política.

Entre os relatos do livro, há a luta de uma menina de 10 anos de idade. Quem foi ela e o que ela fez? - Um panfleto foi composto, em versos, na cidade de Salvador, em 1822. Chama-se “Lamentos de uma Baiana”. Escrito por uma menina de 10 anos, nos dias 19, 20 e 21 de fevereiro de 1822. Seus versos inflamados contra a tirania da Coroa Portuguesa estão incluídos na história.

Sabemos que faz parte da sequência de acontecimentos que tecem a Independência e temo sacesso direto a ele. Mérito do trabalho notável de reunião e análise dos panfletos da Independência, realizado pelos historiadores Marcello BasilleLúcia Bastos e José Murilo de Carvalho, e publicado pela Editora UFMG, em 2014. Mas sobre a sua autora pesa um enorme silêncio.

Não sabíamos nada sobre ela – até a historiadora Patrícia Valim mergulhar em arquivos para retirá-la do esquecimento. O esquecimento é portador do silêncio, da indiferença e da obscuridade. Esconder-se ou esconder algo no esquecimento: o verbo esquecer, em grego, é ambíguo “eu me esqueço” pode ser entendido também como “eu me escondo”. A autora do panfleto – a jovem mulher que fala na cena pública – ficou escondida, permaneceu fora do relato que a história faz da Independência por 200 anos até aqui. Seu apagamento acaba nas páginas deste livro.

Indo além da atuação pela Independência, vocês notaram algo em comum entre essas mulheres? - Elas têm em comum o fato de serem mulheres pioneiras, de terem se insurgido contra as regras do seu tempo. E várias delas gostam de botânica. Nossa hipótese é que o espaço da natureza era um espaço de reflexão.

Que lições podemos aprender com elas 200 anos depois? Ou qual a importância de trazê-las à tona em pleno século 21? - Em 2022, o Brasil vive um tempo sombrio e existe risco real para a democracia no país. Convocar a força dessas mulheres e conferir permanência à ação política que elas realizaram para mostrar onde estão fincadas as raízes das ideias de liberdade, soberania e república entre nós pode nos dizer muita coisa sobre o brasileiro – e a brasileira – que um dia já fomos – ou poderíamos ser.

Conteúdo Relacionado

crossmenu