Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 5 de março de 2021

05/03 - escolas particulares pedem que pais deixem crianças em casa, Etecs suspendem aulas presenciais, escola sem partido coordena material didático no MEC - e mais: Alemanha aperta cerco contra extrema direita.

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“Que tipo de gente quer as escolas abertas no auge da pandemia?”
Essa é a pergunta Celso Napolitano neste Minuto Fepesp. “Que espécies de ‘educadores’ são vocês que arriscam a vida dos efetivamente educadores, dos profissionais da educação, das crianças?”
E mais: “É hora da sociedade se voltar contra essas pessoas e exigir que as escolas permaneçam fechadas, pela preservação da vida, por um futuro para este país”.
Assista o Minuto Fepesp de hoje agora no YouTube: https://youtu.be/0O6_gNGlio0 

 

VOLTA ÀS AULAS

Ministério da Saúde prevê até 3 mil mortes diárias em março
Valor Econômico; 05/03
http://glo.bo/2O3sLPq

A cúpula do Ministério da Saúde espera que o Brasil atravesse nas próximas duas semanas o pior momento da pandemia. O Valor apurou que, no entorno do ministro Eduardo Pazuello, a expectativa é que haja uma explosão de casos e mortes no período, com os óbitos ultrapassando a barreira dos 3.000 por dia.

O diagnóstico decorre de uma tempestade perfeita: o alastramento do vírus em todo o país, impulsionado pelas aglomerações no fim do ano e no Carnaval; a dificuldade da população de manter-se em isolamento social; a circulação no país de novas variantes mais contagiosas e com grande carga viral; a iminência de um colapso do sistema hospitalar em diversos Estados ao mesmo tempo; e a falta de vacinas disponíveis para imunizar os brasileiros.

 


Sindicato denuncia morte de 20 professores por covid-19 após a volta às aulas em São Paulo
Rede Brasil Atual; 04/03
http://bit.ly/38f3qsN

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) realizou manifestação hoje (4) denunciando a morte de, pelo menos, 20 docentes pela covid-19 desde o início da volta às aulas. Também são contabilizados pela entidade 1.861 casos confirmados em 850 escolas.

O protesto ocorreu em frente à Secretaria da Educação do governo João Doria (PSDB), após carreata pelas ruas da capital paulista. Além de homenagear estes professores, o ato também reivindicou a suspensão imediata das aulas até que haja controle da pandemia do novo coronavírus no estado.

 

Com nova restrição em SP, escolas particulares pedem que pais mantenham crianças em casa
Estadão; 05/03
http://bit.ly/3c8CiNj

Colégios particulares de São Paulo pedem que pais mantenham os filhos em ensino remoto, se for possível, e priorizam atendimento presencial de crianças da educação infantil ou em fase de alfabetização. Consideradas serviços essenciais, as unidades podem funcionar com 35% da capacidade, mas parte delas já planeja reduzir ainda mais esse porcentual nas próximas duas semanas para contribuir com a diminuição da circulação do vírus.

Um comunicado enviado às famílias pelo Colégio Santa Cruz, na zona oeste de São Paulo, indica a necessidade de reduzir a frequência de estudantes e de educadores diante do colapso do sistema de saúde. "Pedimos às famílias que, em um compromisso solidário com a cidade de São Paulo, não tragam seus filhos ao colégio nestas duas semanas, exceto em caso de extrema necessidade."

 



Etecs de SP suspendem aulas presenciais na fase vermelha contra a Covid-19
Monica Bergamo; 03/03
http://bit.ly/2O5yDYj

As aulas presenciais em escolas técnicas (Etecs) de São Paulo ficarão suspensas enquanto o estado estiver na fase vermelha do Plano SP de enfrentamento da Covid-19.

As unidades seguirão com ensino remoto de segunda (8) até o dia 19, prazo inicial de vigência das restrições de abertura de comércio como forma de frear o avanço do novo coronavírus. Na ocasião, a situação será reavaliada.

As unidades seguirão abertas para atendimento aos serviços administrativos essenciais e acolhida de alunos que não têm os equipamentos necessários para estudar remotamente.


Pelo menos no papel: Governo inclui profissionais da educação no grupo prioritário da vacinação
Correio Braziliense; 05/03
http://bit.ly/3sNWUkz

O ministro da educação, Milton Ribeiro, confirmou a inclusão de profissionais da educação no grupo prioritário da vacinação contra o coronavírus. No anúncio, em publicação nas redes sociais, o ministro destacou que a medida visa “o mais breve e seguro retorno às aulas” e a classificou como uma vitória para a educação.

 

CORONAVÍRUS

Disparada na ocupação de UTIs mostra falha na resposta à pandemia
Valor Econômico; 05/03
http://glo.bo/3bnut7j

Boletim divulgado ontem pelo Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que desde o fim do ano passado a alta ininterrupta da ocupação de leitos de UTI era um alerta de que pandemia estava em descontrole no país.

Técnicos da entidade apontam que era possível detectar há meses que havia necessidade premente de planejamento nacional a fim de evitar tanto a explosão de casos de pessoas com a doença, quanto o colapso no sistema público hospitalar. Ressaltam ainda que as preocupações devem ir além da enfermidade causada pelo novo coronavírus, pois o Sistema Único de Saúde (SUS) responde por inúmeros outros tratamentos que acabaram impactados.

 


POLÍTICA EDUCACIONAL

MEC recua e suspende ofício que barrava atos políticos em universidades
Folha de S. Paulo; 05/03
http://bit.ly/2O4uzrp

Após forte repercussão negativa, o MEC (Ministério da Educação) recuou sobre um ofício que orientava universidades federais a "prevenir e punir" atos políticos nas instituições.

Em novo documento, que chegou na noite desta quinta-feira (4) aos reitores e foi obtido pela Folha, o MEC argumenta que não havia no ofício original "quaisquer intenção de coibir a liberdade de manifestação e de expressão" nas instituições federais de ensino superior​.

 

‘Se for tentativa de censura, sairá pela culatra’, diz ex-reitor denunciado por críticas a Bolsonaro
Estadão; 04/03
http://bit.ly/3qh2YQH

Denunciado à Controladoria-Geral da União (CGU) após criticar a atuação do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia, o epidemiologista e professor da Universidade Federal de Pelotas Pedro Hallal promete não se calar. Em acordo com a CGU, ele assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que se compromete a cumprir o Estatuto do Servidor Público, que proíbe "manifestações de apreço ou desapreço no recinto da repartição", mas afirma que o episódio não vai impedi-lo de expressar suas opiniões "exatamente da mesma forma como as emitia antes desse processo”.

 

MEC quer professora aliada do Escola sem Partido para coordenar material didático
Folha de S. Paulo; 04/03
http://bit.ly/3kLiiEl

O MEC (Ministério da Educação) pretende nomear nos próximos dias como coordenadora de materiais didáticos uma professora aliada ao movimento Escola sem Partido e que acumula críticas à base curricular com base em princípios religiosos.

A indicação da professora Sandra Ramos, da UFPI (Universidade Federal do Piauí), ainda é vista por funcionários como um movimento de retomada de espaço por parte da chamada ala ideológica (influenciada pelo escritor Olavo de Carvalho e que tem entre suas prioridades promover uma guerra cultural contra pautas associadas à esquerda) na pasta. O grupo é liderado pelo secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, aluno de Olavo de Carvalho.

 


Como a Alemanha aperta o cerco contra a extrema direita
Nexo; 04/03
http://bit.ly/38czMo0

O Escritório Federal de Proteção à Constituição da Alemanha abriu no dia 25 de fevereiro uma investigação contra o partido político de extrema direita Alternativa para a Alemanha, cuja sigla em português é AfD.

A sigla é conhecida por promover políticas extremistas, ultranacionalistas e xenófobas. Seus fundadores fazem declarações que relativizam o nazismo e promovem uma agenda populista radical, vista por seus adversários políticos como uma ameaça à democracia.

A descoberta da existência dessa investigação – aberta seis meses antes da eleição parlamentar nacional, marcada para o dia 26 de setembro – acerta em cheio o principal partido de oposição à coligação governista liderada pela atual chanceler, Angela Merkel.

O Escritório Federal de Proteção à Constituição da Alemanha tem poucos paralelos no mundo. O órgão responsável pela investigação foi criado em 1949, por uma lei que versava sobre a inviolabilidade das comunicações, e estipulava exceções em casos de risco “à ordem constitucional liberal e democrática”. As exceções, no caso, ficam sob responsabilidade do escritório.

O órgão é chefiado por quatro membros apontados por partidos políticos representados no Bundestag, e nenhum dos seus integrantes atuais foi indicado pela bancada da AfD. Ele entrega anualmente um relatório no qual identifica as possíveis ameaças à ordem democrática no país.

A descoberta da investigação contra a AfD ocorre oito meses depois de o Ministério da Defesa da Alemanha extinguir toda uma companhia das forças especiais do Exército por envolvimento com o nazismo.

A companhia, formada por 350 homens da elite das Forças Armadas, promovia festas com símbolos nazistas. O grupo também desviava armas e explosivos.

À época, a ministra da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, declarou: “o muro de silêncio está sendo derrubado.” A Alemanha foi o berço do nazismo e, desde o fim da Segunda Guerra, em 1945, lida com o risco do ressurgimento de grupos extremistas que mantêm ligações com esse passado.

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