Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 4 de abril de 2022

04/04 - Multa em Doria (e Rossieli) por pintar escola com cores de partido, ministro interino da Educação terá de se explicar ao Senado, e mais: adeus a Lygia, a senhora das letras

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Hoje tem assembleia? Tem, sim senhor: hoje em Jundiaí, Osasco, Santos e SAAE Rio Preto, completando a primeira rodada de assembleias da Campanha Salarial 2022 no Ensino Superior!  Veja como obter o link para participação aqui: https://bit.ly/3LgafLL

 

 

 

Justiça cobra R$ 10 mil de Doria e Rossieli por pintarem escolas com cores do PSDB
Folha de S. Paulo; 03/04
https://bit.ly/3wZVjNV

O juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública, determinou que o agora ex-governador de São Paulo João Doria e o ex-secretário estadual de Educação Rossieli Soares paguem R$ 10 mil por considerar o programa Escola mais Bonita um ato lesivo contrário à moralidade administrativa.

A quantia deverá ser paga a título de honorários advocatícios, e o valor ainda será atualizado a partir da publicação da sentença, assinada nesta quinta-feira (31).

 

Rossieli deixa a Secretaria da Educação de SP para concorrer à Câmara
Folha de S. Pasilo; 03/04
https://bit.ly/36ONIam

Rossieli Soares deixou nesta sexta-feira (1º) o comando da Secretaria da Educação paulista para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições de outubro deste ano. Renilda Peres, secretária-executiva da pasta, irá sucedê-lo.

Ele deixa o cargo um dia depois de João Doria (PSDB) renunciar ao cargo de governador para concorrer à Presidência da República. Doria, que concorrerá à Presidência, já sugeriu que, se eleito, deve escolhê-lo como ministro da Educação. Na pesquisa Datafolha mais recente, o tucano tem 2% das intenções de voto.

 

ESCÂNDALO NO MEC

Saída de Milton Ribeiro do comando da Educação não encerra desgaste ao governo
O Tempo; 03/04
https://bit.ly/3uPreOs

O pedido de demissão de Milton Ribeiro na última segunda-feira (28) não elimina os obstáculos que o agora ex-ministro e o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) terão de ultrapassar para superar o escândalo sobre as suspeitas envolvendo o balcão de negócios instalado no Ministério da Educação, denunciado pelo Estado de S. Paulo.

Embora tenha solucionado o problema político para o governo Bolsonaro, pelo menos momentaneamente, a demissão não tem o condão de encerrar as investigações abertas pelo Tribunal de Contas da União, pela Controladoria-Geral da União e pela Polícia Federal para apurar as suspeitas de pagamento de propina para liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).


Ministro interino da Educação terá de se explicar ao Senado
CNN; 31/03
https://bit.ly/3r2BFNj

A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta quinta-feira (31) uma convocação para que o ministro interino da Educação, Victor Godoy, vá ao colegiado para explicar sobre supostas irregularidades na distribuição de verbas da pasta.

Com a aprovação, Godoy fica obrigado a comparecer ao depoimento na comissão. Caso ele não vá, poderá ser acusado de crime de responsabilidade.

 

POLÍTICA EDUCACIONAL

Escola de tempo integral é promissora, mas pode elevar repetência
Folha de S. Paulo; 02/04
https://bit.ly/3uPdkvH

Com expansão acelerada em São Paulo, o ensino em tempo integral tem potencial de melhorar o aprendizado dos estudantes, mas também pode provocar efeito reverso ao esperado, com piora de indicadores educacionais.

É o que mostram recentes estudos sobre programas de aumento da carga horária implantados no Brasil. Com diferentes desenhos, eles obtiveram resultados díspares.

Ao analisar dados de fluxo das escolas que integraram o programa, os economistas Claudia Bueno Rocha Vidigal e Vinicius Gonçalves Vidigal observaram dois efeitos do Mais Educação. De um lado, ele ajudou a reduzir o abandono escolar em até 2,2 pontos percentuais ao longo de seis anos nas unidades em que foi implantado. Por outro, contribuiu para o aumento da repetência em até 1,1 ponto percentual.

A influência do programa sobre a repetência pode não parecer tão grande, mas, em locais com taxa de reprovação no patamar de 5%, por exemplo, é relevante.

 

Inclusão de aluno autista avança no Brasil, mas ainda é desafio
Estadão; 02/04
https://bit.ly/3uSYLqP

Nos últimos cinco anos houve um aumento substancial de matrículas de crianças e adolescentes diagnosticados no transtorno do espectro autista (TEA) em escolas regulares no Brasil, mas, neste Dia Internacional de Conscientização do Autismo, a percepção é de que a luta pela inclusão escolar ainda engatinha. Apesar da maior presença, os principais desafios persistem, como a melhora na formação de professores, a flexibilização de materiais e a oferta de recursos humanos para o auxílio na sala de aula. Isso sem falar na negativa ou limitação de matrículas, medidas que ainda ocorrem na rede privada, apesar de ilegais.

Segundo o último censo escolar, 294.394 alunos com autismo cursaram os ensinos infantil, fundamental ou médio das redes pública e privada em 2021. A alta é de 280% se comparada a 2017, quando havia 77.102. Números que chamam a atenção, mas, segundo educadores e terapeutas, representam apenas uma parcela do universo que deveria frequentar a sala de aula – No Brasil, seriam mais de 2 milhões de pessoas, segundo estimativas.

 

PR: Terceirizações e privatizações no Ensino Médio preocupam educadores
ALParaná; 31/03
https://bit.ly/3uPbxXv

“Não está tendo professor no curso. Não fomos informados que teríamos aula remota. Agora, a aula passa na televisão. Acaba que ninguém faz nada. O professor dá aula por lives e não entendemos o conteúdo. Teremos provas e não sabemos o que estudar. Não há interação”. O depoimento do aluno Ulrike Dutra Lima de Fraga, do curso de Administração do Colégio Pedro Macedo, de Curitiba, resume a preocupação de educadores com as mudanças no Ensino Médio. Ele foi um dos participantes da audiência pública "Novo Ensino Médio: Os impactos da terceirização dos Cursos Profissionalizantes”, realizada nesta quinta-feira (31) pela Assembleia Legislativa do Paraná.

De acordo com profissionais, as mudanças implantadas nos últimos anos têm prejudicado o ensino, possibilitado terceirizações e privatizações dentro da educação pública.

 

SAÚDE

Cidade de SP aplica 4ª dose da vacina contra a Covid-19 em maiores de 60 anos a partir desta segunda
G1; 04/04
http://glo.bo/38sIWQf

A cidade de São Paulo começa a aplicar nesta segunda-feira (4) a quarta dose da vacina contra a Covid-19 em idosos acima de 60 anos.

A capital também inicia a aplicação da vacina contra o vírus influenza, causador da gripe, em idosos maiores de 60 anos e em profissionais da saúde.

Para a imunização, é recomendado a apresentação do documento de identificação com foto e carteirinha de vacinação. Nesta segunda-feira (4), o serviço de vacinação contra a Covid-19 e a gripe na capital paulista é realizada em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas, Megapostos e drive-thrus da capital.


 
 



Morre Lygia Fagundes Telles, uma vida a serviço da palavra
Valor Econômico; 03/04
https://bit.ly/3NL4jw6

Autora de “As Meninas” e “Antes do Baile Verde”, Ciranda de Pedra”, “As Horas Nuas”,  “Seminário dos Ratos”, “A Disciplina do Amor”, “Mistérios”, “Invenção e Memória”, só para citar alguns livros, a escritora Lygia Fagundes Telles morreu nesse domingo, aos 98 anos. Ela deixa uma obra que reflete seu olhar para o mundo e seu tempo. Nascida em 19 de abril de 1923, ela era filha de um advogado e de uma pianista, em São Paulo. A romancista morreu de causas naturais , segundo familiares.

Lygia foi uma voz ativa na vida intelectual e cultural brasileira. Amiga de Clarice Lispector (1920-1977) e de Hilda Hilst (1930-2004), formava com as duas a tríade das modernas da literatura brasileira no século XX.

“Sou uma testemunha do meu tempo e da minha sociedade”, declarou, a respeito de seu foco em temas relacionados à vida urbana, aos fatos de caráter político-social, o amor, o desamor, a solidão, a mulher.

A dedicação profunda de Lygia à escrita, à palavra, a levaram a uma carreira sólida. No decorrer de oito décadas de trabalho, conquistou leitores aqui e lá fora, e atraiu a atenção de seus pares. Por ocasião do lançamento de “Ciranda de Pedra”, seu primeiro romance, de 1954, o sociólogo, crítico e professor Antônio Cândido disse que o livro marcava a sua maturidade intelectual. O livro também arrancou outras bênçãos da intelectualidade, vindas de nomes como Paulo Rónai, Otto Maria Carppeaux e José Paulo Paes.

Lá atrás, logo percebeu o que a esperava. Bonita, elegante, a Lygia estudante de Direito no Largo de São Francisco dos anos 40 chegou a ouvir de homens do seu círculo: “Você é bonita, tem belas pernas. Por que esse negócio de escrever”? Ela contava isso fazendo graça de como o machismo, também em ambientes diferenciados culturalmente, mostrava a sua cara.

Para completar, em casa havia a voz da mãe, Maria do Rosário, que na mesma época soou o alerta: “Você já entrou em uma escola de homens. Vai publicar um livro? Agora você não casa mais”.

A vencedora - Lygia Fagundes Telles recebeu suas honras pelo trabalho – ou melhor, por seguir a sua vocação e escrever. A lista de reconhecimentos é longa, e inclui, por exemplo, a premiação, em 1970, por “Antes do Baile Verde” – o Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros, na França. Também levou 3 Jabutis: em 1974, por “As Meninas” (que recebeu ainda o Coelho Neto, da ABL, e o Ficção da APCA); em 1996 por “A Noite Escura e mais Eu” (também ganhador de Melhor Livro de Contos da Biblioteca Nacional, e o APLUB de Literatura); e em 2001 por “Invenção e Memória” (que também levou o APCA e o Golfinho de Ouro).

Membro da Academia Brasileira de Letras, da Academia Paulista de Letras, da Academia de Ciências de Lisboa, ela recebeu em 2005 o Camões, o mais importante prêmio da literatura de língua portuguesa.

Doutora Honoris Causa pela Universidade de Brasília (UnB) em 2001, a escritora Lygia Fagundes Telles foi a única brasileira a ser indicada (pela União Brasileira de Escritores), a concorrer ao Prêmio Nobel de Literatura, em 2016. Não ganhou, mas estava no páreo.

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