Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 24 de novembro de 2021

25/11 - a eleição para reitor na USP, SP vai desobrigar máscaras em dezembro, falta de questões para Enem teve alerta em fevereiro, e mais: vouchers para educação, embutidos no ‘Auxílio Brasil’

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Estudo em escolas de SP mostra que programa de prevenção às drogas mais comum no País é ineficaz
Estadão; 24/11
https://bit.ly/3oSZN2Y

Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 30 escolas da capital paulista mostrou que o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), implementado no País desde a década de 1990, não teve efeito na prevenção do uso de álcool e drogas nas crianças e adolescentes que participaram da pesquisa e, em alguns casos, teve desfechos contrários aos esperados. Os resultados foram publicados em dois artigos, nas revistas International Journal of Drug Policy e Prevention Science.

“Esse é o programa de prevenção ao uso de drogas mais disseminado no País. No Estado de São Paulo ele é obrigatório em todas as escolas estaduais de acordo com lei de 2019. O programa original, criado nos Estados Unidos, é baseado em evidências científicas e tem resultados positivos comprovados em muitos países. No Brasil, porém, não houve adaptação à realidade dos estudantes e nunca havia sido avaliado”, explica Zila Sanchez, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp) e coordenadora do estudo, financiado pela Fapesp.

 

Enem: Governo foi alertado desde fevereiro sobre escassez de questões para o exame
Folha de S. Paulo; 24/11
https://bit.ly/3nOxt2u

Relatório interno do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) mostra que ao menos desde fevereiro o governo Jair Bolsonaro (sem partido) já tinha alertas sobre a falta de questões prontas para integrar as provas do Enem.

Houve pressão das lideranças do MEC (Ministério da Educação) para eliminação de perguntas que desagradam a linha ideológica de Bolsonaro, mas o primeiro dia do exame de 2021, no último domingo (21), teve uma prova considerada equilibrada.

 


Candidatos a reitor, na USP: Carlotti  e Hernandes

USP faz eleição nesta quinta (25) para escolher novo reitor
FSP; 24/11
https://bit.ly/32mZoye

A maior universidade do país, a USP (Universidade de São Paulo), escolherá nesta quinta-feira, 25, um novo reitor para os próximos quatro anos. O eleito terá como principais desafios a retomada das atividades presenciais, as desigualdades na instituição e a recomposição dos salários dos professores e servidores.

Na última segunda (22), a comissão eleitoral divulgou o resultado da consulta à comunidade universitária, que indicou maior número de votos para a chapa USP Viva, que tem o médico Carlos Gilberto Carlotti Júnior como candidato a reitor. Sua campanha tem como proposta de maior destaque a criação de uma Pró-Reitoria de Inclusão Social e Diversidade.

A chapa de Carlotti Júnior recebeu mais votos entre docentes e estudantes de graduação e pós-graduação.

A chapa Somos Todos USP, que tem o professor Antonio Carlos Hernandes, como candidato a reitor e representa a continuidade da atual gestão, foi a mais votada entre os servidores técnicos e administrativos. Uma de suas principais propostas é a ampliação do ensino a distância na universidade.

 

USP é a única brasileira em ranking global de universitários com maior chance de conseguir emprego
Valor Econômico; 24/11
https://glo.bo/3p1nDJX

A Universidade de São Paulo (USP) é a única instituição brasileira em um ranking global que traz os universitários mais empregáveis, aparecendo na 90ª posição, de 250 escolas mencionadas. Elaborada pela Times Higher Education há 11 anos, a lista atual cita instituições de ensino de 43 países e foi feita com base em entrevistas com mais de 10 mil recrutadores de 23 países e regiões. Os empregadores votaram em universidades de seus países e também do exterior quando recrutam globalmente.

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e a Universidade de Harvard - todos nos Estados Unidos - ocupam o 1º, 2º e 3º lugar do ranking, respectivamente. França, Alemanha e China estão entre os países mais bem representados no ranking de empregabilidade, junto com o Reino Unido e os Estados Unidos.

 

CONSCIÊNCIA NEGRA

Os riscos de ser negro no Brasil e o racismo que mata
Folha de S. Paulo; 23/11
https://bit.ly/3r9EJs6

Sob o ponto de vista das políticas de saúde, a relação com o racismo estrutural mostra-se ainda mais evidente, quando a população negra, principal usuária e dependente do SUS, respondendo por 67% do total de usuários, é o grupo social que possui os piores indicadores de saúde, com números assustadores de mortalidade. Pesquisas amostrais do IBGE revelaram que 65% dos óbitos maternos em 2018 foram de mulheres negras; entre 2011 e 2020 a população negra apresentou maior prevalência de casos de tuberculose; mulheres negras e jovens entre 20 a 29 anos representam a maior população afetada pela sífilis.

Os resultados provêm, em grande medida, das condições de insalubridade em que a vive população negra. De acordo com o último Censo (2010), 79% dos negros não possuíam banheiro em casa; 69% residiam em locais sem coleta de lixo e 62%  sem água encanada. As estatísticas mais atuais, de forma simultânea, apresentam cenários ainda mais preocupantes: no contexto da pandemia de Covid-19, a insegurança alimentar, aumentou significativamente, recaindo, em maior parte, sobre lares chefiados por pessoas negras (66,8%). Outro ponto é o fato de a população negra não conseguir cumprir o isolamento social e os devidos protocolos de higienização, uma vez que precisam trabalhar, e a natureza de suas atividades obriga-os a ficarem expostos constantemente.

 

CORONAVÍRUS

Em 11/12: São Paulo desobriga uso de máscaras em lugares abertos enquanto OMS reforça que pandemia não acabou
Rede Brasil Atual; 24/11
https://bit.ly/3111inL

“Estamos preocupados com a falsa sensação de segurança de que as vacinas acabaram com a pandemia da covid-19 e que os vacinados não precisam tomar quaisquer outros cuidados.” A frase é do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom. A entidade está preocupada com o avanço da covid-19 em uma “quarta onda” em todo o mundo. O fim do ano, eventos com aglomerações, festas, pessoas sem máscaras e o carnaval são situações que preocupam especialistas.

Especialmente diante do abandono de medidas de proteção, como o fim da obrigatoriedade de máscaras. Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) decidiu desobrigar o uso de máscara a partir de 11 de dezembro, mesmo sob críticas de especialistas. A medida vale apenas para locais abertos e sem aglomerações. O governo alega que, na data, o estado terá alcançado 75% de vacinados no estado. A OMS recomenda 80%, enquanto a Alemanha, assombrada com a quarta onda, já fala em 85%.

 

Artigo: ‘Novo inverno de pandemia se anuncia no hemisfério Norte’
Folha de S. Paulo; 24/11
https://bit.ly/3lajTom

Por Lucia Guimarães, de Nova Iorque: “Principal feriado nos Estados Unidos, o Dia de Ação de Graças, nesta quinta-feira (25) vai concentrar o maior número de americanos em trânsito desde o começo da quarentena de março de 2020. Só as companhias aéreas esperam um movimento de 20 milhões de passageiros. Famílias de vacinados e não vacinados vão se aglomerar para comer peru e celebrar a suposta refeição dos peregrinos que colonizaram o país no século 17.

Sinal de confiança de que a pandemia foi derrotada? Não. Os índices de infecção voltaram a subir no país —30% em duas semanas. Embora a demografia da Covid seja desigual, determinada pelas regiões em que prevalecem negacionistas da vacina, a curva é ascendente.

A ideia de que qualquer medida obrigatória (como a exigência de vacina para entrar em locais públicos) constitui uma afronta à liberdade individual é um cavalo de Troia para democracias ocidentais. Quer opressão maior do que viver à mercê de cidadãos que acreditam ter o poder de arriscar sua vida?”

 

 

 

Vouchers: retorna a armadilha ultraliberal na educação
Outras Palavras; 24/11
https://bit.ly/3l35JFJ

Artigo, por Rafaela Sardinha (INEP) e Roberto Leher (UFRJ): “Após ser rechaçada no novo Fundeb, destinação de recursos públicos a escolas privadas retorna, sob disfarce, no Auxílio Brasil. Inspirada nos EUA, pauta é parte da “guerra cultural” e foi articulada por lobby de think tanks ultraconservadores.

Em conformidade com a estratégia da extrema direita estadunidense, no dia 8 de novembro de 2021, o governo Jair Bolsonaro publicou o decreto nº 10.852 que regulamenta o Programa Auxílio Brasil, instituído pela Medida Provisória nº 1.061, de 9 de agosto de 2021, ainda não votada pelo Congresso. O Programa extingue o Bolsa Família e cria novos auxílios, como o Auxílio Criança Cidadã.

O Programa não possui provimento orçamentário e, por isso, depende de nova margem orçamentária possibilitada pela PEC dos Precatórios. O presente texto não se deterá no exame desta PEC, um tema axial, pois indissociável do intento de reeleição do atual presidente da República e dos parlamentares do chamado “Centrão”.

Este texto amplia as letras miúdas que ocultam o fato de que, por meio do Auxílio Brasil, Bolsonaro logrará aprovar o primeiro programa nacional de “cheques escolares” ou “vouchers educacionais” – o Auxílio Criança Cidadã – inserido como um “jabuti” no decreto. Como em intentos anteriores do ministro da Economia, a introdução dos vouchers se dará na educação infantil.

O reconhecimento da educação infantil como parte da educação básica é recente na história da educação brasileira. A criação do Auxílio Criança Cidadã visa reverter as conquistas logradas nos anos 2000, especialmente as advindas das Emendas constitucionais que asseguraram o financiamento público da educação infantil em creches e pré-escolas (EC nº 53/2006) e a ampliação da escolaridade obrigatória das crianças de 4 e 5 anos (que passa a compor a educação básica), com acesso aos programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde (EC nº 59/2009). A oferta de educação infantil foi constituída como direito fundamental da criança e dever do Estado, superando o lugar assistencial que era conferido às crianças de zero a cinco anos.

O Auxílio Criança Cidadã é deslocado para um dos principais bunkers da guerra cultural e um dos enclaves do domínio de confissões religiosas fundamentalistas, o Ministério da Cidadania, que passa a ser o espaço que tem o poder de “distribuir” (provavelmente, mediado pela dita ação social dessas organizações religiosas) os cheques escolares (vouchers) para que as famílias possam ter acesso às unidades de educação infantil, por meio de sua oferta privada.

Com isso, Jair Bolsonaro pretende, simultaneamente, atender aos grupos fundamentalistas que deixaram de ter o controle sobre a educação das crianças a partir da ampliação de sua oferta pública e, ao mesmo tempo, destruir a educação pública, laica, pública, não mercantil.

É crucial compreender que essa luta não se esgota no âmbito educacional. É uma agenda que definirá, fortemente, os rumos políticos da extrema direita no Brasil e, dialeticamente, da esquerda. O tempo é de ação e de emergência. A base parlamentar do governo está coesa em torno dessa agenda. Para impedir uma derrota de consequências duradouras, as entidades democráticas, sindicais, estudantis, e os movimentos e os partidos comprometidos com os direitos sociais estão desafiados a realizar uma forte coalizão e lançar um robusto plano de lutas para derrotar os intentos da extrema direita”.

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