Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 17 de agosto de 2021

17/08 - ‘minirreforma’ é paulada no trabalhador, DIAP lista maldades da MP1045, empresário diz que educação na pandemia é para quem pode pagar, e mais: ensino presencial é melhor que remoto diz ‘rei’ da EaD

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A Medida Provisória 1045 virou um saco de maldades sem ter nada a ver com a emenda original. Agora vai ao Senado para discussão, emendas ou rejeição.


TRABALHO

 MP da ‘minirreforma’ chegou ao Senado. Redução de direitos nunca fez sentido, diz Dieese
Rede Brasil Atual; 16/08

https://bit.ly/3jUpA8s

O Senado já recebeu a medida provisória que renova o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. A MP 1.045 foi aprovada pela Câmara na semana passada, com todas as propostas apresentadas pelo relator, deputado Christino Áureo (PP-RJ). Mas de tantos anexos recebidos, vem sendo chamada de “minirreforma” trabalhista. O projeto de conversão (PLV 17) recriou o contrato de trabalho verde e amarelo que o governo não conseguiu aprovar em 2020.

Além de “ressuscitar” esse contrato, reduzindo direitos de jovens de 18 a 29 anos e adultos acima de 55, o Dieese cita o “programa de trabalho subsidiado para formação e qualificação profissional” e um programa de trabalho voluntário. Assim, aprofunda a “reforma” trabalhista de 2017, alterando vários itens da CLT.


Minirreforma é paulada no trabalhador
Agência Sindical; 16/08
https://bit.ly/3k0BFcz

A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho diz: “O texto da MP 1.045/21, aprovado dia 12/8, após a votação dos destaques apresentados ao texto-base, ainda possui matérias estranhas ao texto original e que representam precarização de diversos direitos trabalhistas”.

O diretor de Assuntos Legislativos, Valter Pugliesi, explica que a Anamatra dará continuidade à atuação no âmbito do Senado, para que as matérias estranhas ao texto sejam excluídas. Aguardamos no Senado ter a oportunidade de contribuir com o processo legislativo, explicando sobre o vício legislativo de se incluir uma minirreforma trabalhista, de viés precarizante e sem o necessário debate”.


Leia algumas das principais mudanças da nova reforma trabalhista:
DIAP; 15/08
https://bit.ly/37QPDrK

  • cria uma modalidade de trabalho sem direito a férias, 13º salário e FGTS;
    cria outra modalidade de trabalho, sem carteira assinada (Requip) e sem direitos trabalhistas e previdenciários; trabalhador recebe bolsa e vale-transporte;
    cria o Priore (Programa de Incentivo ao Primeiro Emprego) para jovens e de estímulo à contratação de maiores de 55 anos desempregados há mais de 12 meses; empregado recebe bônus no salário, mas FGTS é menor;
    reduz o pagamento de horas extras para algumas categorias profissionais, como bancários, jornalistas e operadores de telemarketing;
    aumenta o limite da jornada de trabalho de mineiros;
    restringe o acesso à Justiça gratuita em geral, não apenas na esfera trabalhista;
    proíbe juízes de anular pontos de acordos extrajudiciais firmados entre empresas e empregados;
    dificulta a fiscalização trabalhista, inclusive para casos de trabalho análogo ao escravo.

 

O NEGÓCIO DA EDUCAÇÃO

'Com a crise, educação vira prioridade de famílias que podem pagar’, diz Chaim Zaher, do Grupo SEB
O Globo; 16/08
https://glo.bo/37MldqC

Para Chaim Zaher, ensino privado será negócio ainda mais atrativo no pós-pandemia, com fatia ‘premium’ em expansão e consolidação acelerada.

Diz o empresário: “As escolas mais tradicionais, no geral, não perderam muito. A crise afeta principalmente quem tem tíquete (mensalidade) entre R$ 700 e R$ 1.000, o grupo que teve muito problema. Acima desse patamar, no geral, houve equilíbrio. As escolas negociaram com as famílias.

Nas premium , com mensalidades acima de R$ 2 mil, muitas cresceram. As que têm preço mais acessível e grande número de alunos, até para equilibrar custos, sofreram mais. Conforme a economia melhorar, os pais retornam seus filhos (da rede pública) para as escolas (privadas), porque acreditam nessa escolha”.

 

Comissão ouve ministro da Educação sobre Orçamento 2022
Agência Câmara; 17/08
https://bit.ly/3yUkTlD

A Comissão Mista de Orçamento promove audiência pública nesta terça-feira (17) para debater a situação orçamentária das universidades federais e dos institutos federais de ensino, e para ouvir o ministro da Educação, Milton Ribeiro, sobre o projeto de lei orçamentária para 2022.

A reunião ocorre no plenário 2, às 10h30. Os pedidos para realização da audiência são do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) e da senadora Rose de Freitas.

POLÍTICA EDUCACIONAL

Profissionais da educação denunciam casos e mortes de covid-19 na rede de ensino do Rio
O Dia; 16/08
https://bit.ly/2UuPoj6

Após a cidade do Rio registrar um aumento de 10% de pessoas internadas pela covid-19, profissionais da educação denunciam casos confirmados e até mortes pela doença nas escolas da rede municipal. Segundo aviso do Sindicato Estadual de Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), as escolas municipais Rondon, Antônio Austragésilo, Raphael Almeida Magalhães, Marechal Alcides Etchegoyen e Getúlio Vargas estão fechadas devido à surto de covid-19 entre alunos e profissionais da educação.

Uma professora da rede municipal de ensino, que preferiu não se identificar, contou ao DIA que os alunos vão resfriados para as escolas, com máscara de baixo do nariz, o distanciamento social não é respeitado e as aulas estão lotadas.

 

CNPq restabelece acesso à plataforma Carlos Chagas após 23 dias de apagão
Folha de S. Paulo; 16/08
https://bit.ly/3k5zMeJ

O governo Jair Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira (16) o restabelecimento total da plataforma Carlos Chagas, fora do desde 23 de julho. Foram divulgados novos prazos para submissão de projetos de oito chamadas públicas que estavam congeladas, mas o período para indicação de novos bolsistas no mês de agosto terá nova data comunicada em breve.

O sistema ficou 23 dias fora do ar após uma falha que atingiu os servidores do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), agência federal de fomento à pesquisa. O acesso à plataforma Lattes, também atingida pela falha, havia sido normalizado no dia 8 deste mês.

 

CORONAVÍRUS

Novos estudos comprovam eficácia das vacinas contra variante delta
Folha de S. Paulo; 14/08
https://bit.ly/3xQNYwI

As vacinas disponíveis contra a covid-19 possuem grande eficácia contra a variante delta do coronavírus. A conclusão vem a partir de uma série de estudos realizados em diferentes países.

Hoje (16) a agência governamental inglesa para a saúde pública (Public Health England) divulgou um levantamento com dados positivos acerca dos imunizantes disponíveis naquele país. Foram levados em conta dados de um cenário geral da população de vacinados, que representa mais de 65% com duas doses e 75% com uma.

 

 

 

 Ensino presencial é melhor que remoto, diz astro das aulas online, Salman Khan
Folha de S. Paulo; 16/08
https://bit.ly/3CSj3Ux

Que o ensino presencial é melhor do que o remoto ficou mais do que óbvio com a pandemia, mas quem está admitindo isso agora é o astro das aulas online.

O americano Salman Khan (foto), 44, é fundador da Khan Academy, uma das maiores plataformas mundiais de educação a distância. Quando ninguém falava de aula online, em 2004, ele, que é matemático, fez vídeos para ensinar matemática a seus primos. A performance fez sucesso e dali nasceu o empreendimento de reforço escolar gratuito que, na pandemia, triplicou o acesso, realizando 90 milhões de reuniões por dia.

Ele passou a prestar mais atenção ao que se ganha na convivência presencial a partir das dificuldades que teve como pai de três crianças durante a pandemia. Pretende então voltar mais a Khan Academy a valores que classifica como intangíveis, como “o bem-estar emocional, o quão conectado o aluno está, quão sozinho se sente”.

O educador, que tem se aproximado da educação brasileira e ampliado a versão em português da Khan Academy, participou do SAS Summit, evento realizado no fim do primeiro semestre pelo SAS, plataforma utilizada por mais de 900 escolas no Brasil.

Como reavalia o ensino remoto a partir da pandemia?
A tecnologia possibilitou que professores continuassem ensinando, e alunos, aprendendo. Mas, se você comparar uma aula online a uma presencial, se todo o resto for equivalente, a presencial é preferível. Se tivesse que escolher entre uma aula presencial com um ótimo professor ou a melhor tecnologia de ensino remoto, sempre iria escolher a presencial. O que faz a diferença é como se usa cada experiência. Professores reconheceram que, em videoconferência, não é ok ficar apenas dando aulas expositivas porque os alunos se desengajam ou nem aparecem. Deve-se fazer perguntas aos alunos, mantê-los envolvidos. É preciso que a comunicação seja de duas vias e que, ao longo da aula, se divida a turma em grupos menores para fazer com que os estudantes trabalhem entre si.

Como foi a experiência como pai de três crianças na pandemia e como isso afetou a sua visão como empreendedor da educação?
A escola dos meus filhos é preparada para a tecnologia. O currículo já era centrado no interesse do aluno. Mas, mesmo assim, foi muito difícil para os meus filhos, que têm 12, 9 e 6 anos. O de 9 e o de 12 eram capazes de continuar aprendendo, mas eu tinha que ser proativo para levá-los para fora, brincar com amigos, porque isso os estava afetando. No caso do mais novo, tínhamos que acompanhá-lo para saber se estava focado, ensiná-lo a ficar conectado e ver se estava seguindo a grade da escola. Quando as coisas ficavam mais difíceis, havia boas conversas entre as famílias e os professores.

Como a Khan Academy foi impactada pela pandemia?
O tráfego triplicou. Tínhamos normalmente 30 milhões de reuniões de aprendizagem por dia, isso foi para 85, 90 milhões. Isso colocou muita pressão sobre nós, mas uma pressão boa para acelerar a produção de conteúdo com orientação sobre ensino remoto e híbrido. Demos início ao Schoolhouse.world, outra organização sem fins lucrativos de aulas de reforço, porque percebemos que existia dificuldade de se conseguir ajuda ao vivo na internet.

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