Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 1 de agosto de 2019

Mobilização nacional, assembleia no ABC e ação contínua

No 3° Conatee Extraordinário,  o congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), representantes de sindicatos do Rio Grande do Sul, ABC, Minas Gerais, Juiz de Fora, Rio de Janeiro e Campinas e Região, entre outras entidades, reuniram-se, no dia 26 de julho, para tratar sobre a situação de todas as Instituições de Ensino Superior (IES) e colégios de Educação Básica pertencentes à “Rede” Metodista.

Sindicatos x Metodista: José Salvador Faro (Sinpro SP, de costas), José Jorge Maggio (Sinpro ABC), Conceição Fornasari e Carlos 'Chileno' Borges (Sinpro Campinas) articulam ações conjuntas no congresso da confederação

Todas as instituições ligadas à “rede” enfrentam os mesmos problemas: descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho, atrasos sucessivos de FGTS e salário, demissões arbitrárias e sem pagamento de verbas rescisórias e práticas antissindicais. Além das questões trabalhistas, constatou-se o desmonte dos projetos pedagógicos em todas as instituições.

Na reunião, os sindicalistas estabeleceram uma série de ações conjuntas para enfrentar os retrocessos e constantes violações de direitos trabalhistas praticados pela “rede”. Entre os encaminhamentos estão a preparação de um dossiê sobre a situação das instituições de ensino, denúncias a organismos nacionais e internacionais, moção de repúdio e mobilizações coletivas de âmbito nacional.

Veja a Moção de Repúdio aprovada no Congresso da Confederação:

NÓS, DELEGADOS E DELEGADAS REUNIDOS  NO 3º CONATEE EM SÃO PAULO, ENTRE 25 A  27 DE JULHO DE 2019,  MANIFESTAMOS O NOSSO REPÚDIO DIANTE DO DESRESPEITO CONSTANTE AOS DIREITOS TRABALHISTAS DOS PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS EM TODAS AS UNIDADES DAS INSTITUIÇÕES METODISTAS DE EDUCAÇÃO NO ÂMBITO NACIONAL, ALÉM DOS DESCUMPRIMENTOS DAS NORMAS COLETIVAS, DOS ACORDOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS, DAS DEMISSÕES E DESRESPEITO E DESCASO ÀS TENTATIVAS DE REUNIÕES COM AS ENTIDADES REPRESENTATIVAS DOS TRABALHADORES NO SENTIDO DE  REGULARIZAR AS DIVERSAS SITUAÇÕES ACIMA RELACIONADAS. CONSTAM INÚMERAS DEMISSÕES QUE SE CARACTERIZAM COMO PERSEGUIÇÕES ÀS LIDERANÇAS NOS DIFERENTES LOCAIS DE TRABALHO.

ESSE QUADRO APRESENTADO ACARRETA PERDAS SIGNIFICATIVAS QUE CRIAM UM CLIMA DE INSATISFAÇÃO, ANGÚSTIA, ADOECIMENTO DE PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DAS INSTITUIÇÕES METODISTAS. COMO SE ISSO NÃO BASTASSE, HÁ O COMPROMETIMENTO DOS PROJETOS PEDAGÓGICOS O QUE AFETA ALUNOS, PAIS E AS DIFERENTES COMUNIDADES.

 

ABC: nova assembleia de professores e auxiliares em 12 de agosto

Em reunião realizada pelo Sinpro ABC com professores e funcionários da Metodista na noite desta terça-feira, 31/07, foram decidas ações para manter o movimento em defesa de direitos trabalhistas na Metodista, incluindo a realização de assembleia em 12/08, além de atualizar ações na Justiça do Trabalho contra a Instituição.

Entre as deliberações:

1. Ninguém participa dos cursos atualiza.
2. Assembleia docente todos de preto, levar cartazes, ocupar um espaço de fala.
3. Reiniciar o edital de assembléia permanente.
4. Dia 12/8/19 assembleia dos professores e funcionários na porta da metodista para deliberarmos o que fazer diante do pagamento de um salário ou de nenhum.
Dia 6/8/19 dra. Nida, advogada trabalhista, estará em reunião na 1ª Vara da Delegacia Rregional do Trabalho homologando o processo, encaminhando a sua execução.

 

Nos jornais: Diário do Grande abc, 01/08:

Professores dão prazo até segunda para
Metodista acertar os salários atrasados

Após encontro realizado ontem, sindicato e docentes ameaçam nova greve

Em reunião realizada na noite de ontem, 31/07, professores da Universidade Metodista de São Bernardo e o Sinpro ABC (Sindicato dos Professores do Grande ABC) decidiram dar prazo até segunda-feira para que a instituição de ensino superior acerte os salários de junho (em atraso) e julho.

Diário do Grande ABC: nova greve não está afastada

Caso o acerto não seja feito, os docentes cogitam nova greve. Sindicato e universidade selaram acordo durante audiência de conciliação no TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região em maio para que os trabalhadores retornassem ao trabalho, após um mês de greve devido a atrasos nos pagamentos de salário, FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), entre  Outros benefícios. No entanto, conforme os professores, a instituição descumpre o combinado. O salário de junho deveria ter sido pago até o dia 10 de julho, bem como vales alimentação e transporte. “Além de todo esse cenário complicado, a Metodista nunca se manifesta. Nunca tem algo para falar sobre esses problemas”, lamenta o presidente do Sinpro-ABC, José Jorge Maggio.

Os docentes também reivindicam o pagamento de férias e o terço previsto em lei, questionam o repasse de consignado que está sendo descontado, mas não repassado aos bancos e que não houve nenhum pronunciamento da universidade sobre o cumprimento do parcelamento do FGTS desde 2015. Segundo o presidente do sindicato, foi agendada nova assembléia para o dia 12 de agosto, ainda sem local definido, para avaliar os próximos passos da mobilização. “Precisamos resolver esse problema que acreditávamos que estava acordado. Na próxima assembléia vamos decidir o que será feito, mas não está descartada a hipótese de nova greve”, ressalta Maggio.

Há pelo menos dois anos, a Metodista, que tem três campi em São Bernardo, enfrenta período de crise, com demissão de professores, atrasos de salários e encerramento de programas. A universidade não se pronunciou sobre o tema até o fechamento desta edição.

19 dias de greve na Metodista do ABC resulta em vitória!

Congresso extraordinário: frente contra avanço antissindical

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