Federação dos Professores do Estado de São Paulo, 18 de abril de 2024

18 de fevereiro de 2022

A força do modelo federativo

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por Ailton Fernandes

 

“De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades”. Entre tantas efemérides que lembramos neste ano de 2022, uma delas é a memória da fundação da União das República Socialista Soviéticas ocorrida há cem anos.

Gostaria de me debruçar um pouco sobre o “soviete”, organização dos trabalhadores e trabalhadoras, nas diversas áreas de produção, ou então de outros setores econômicos que compunham o chamada terceiro setor produtivo. Esses sovietes tinham autonomia administrativa, jurídica e política, cada qual procurava colocar em prática, juntos aos seus membros, a máxima da cultura marxista expressa na primeira frase desse texto. Da mesma forma, na união deles também se aplicava esse espírito cooperativo.

 

“O modelo federativo mostra-se um forte instrumento de organização e resistência”.

Essa união formou uma federação, que, de tão importante foi fundamental para deter o avanço nazista no mundo e também para se contrapor ao liberalismo que grassava na economia mundial desde o século XVIII. Nesse caso Eric Hobsbawn nos lembra que o surgimento da Social Democracia na Europa ocidental pode ser colocada como um contraponto ao Socialismo Soviético: “Vamos dar os anéis para não perder os dedos”, pensaram ,então, os donos do poder nesses países.

O modelo federativo mostra-se , portanto, um forte instrumento de organização e resistência.

Mesmo Estados liberais como os EUA e até mesmo o Brasil são organizados sob referido modelo, guardando as suas especificidades de cada modelo.

O último Consind da nossa federação (FEPESP) foi algo histórico porque resgatou o espírito da frase inicial desse texto.

Cada sindicato que compõem a nossa federação continuará com as autonomias previstas na sua existência: política, jurídica, econômica e representativa. Quando cada um contribuí  “conforme a sua possibilidade” fortalece a federação, que em troca dará encaminhamento às necessidades de cada entidade.

A organização das campanhas salariais, na defesa e na ampliação dos nossos direitos coletivos expressos na Convenção Coletiva de Trabalho, ou em Acordos Coletivos, o apoio jurídico quando necessário, a produção de material de comunicação para  dialogar com a categoria, o apoio nas campanhas de sindicalização, a presença física dos membros da executiva da federação quando solicitada.

Todas essas ações mostram a importância da federação que, num processo dialético, existe por conta das Entidades Sindicais e, ao mesmo tempo, as apoia.

No entanto, a ação se faz na prática. Valendo-me de outro conceito marxista: a práxis política deve ser constante, no seu conceito e na sua ação, o que foi deliberado pelos delegados e delegadas das Entidades presentes, de forma unânime, deverá ser sempre aplicado, com o risco, de não o fazendo, os esforços de todos na manutenção dessa importante Federação, esvair-se, tornando-se inútil!

Evoé aos nossos esforços, evoé à nossa resistência, evoé à nossa união!

 

Ailton Fernandes, professor, é diretor de Comunicação da Fepesp e procurador do Sinpro SP

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