O Sindicato dos Professores do ABC – Sinpro – realizou na manhã desta terça-feira, (06), uma manifestação em defesa da liberdade Cátedra dos professores.
O ato reuniu professores, alunos, pais e representantes da comunidade e foi realizado em frente à Escola Liceu Jardim, em Santo André, onde na última terça-feira (30/10), a professora de história Juliana Lopes foi demitida, vítima da ação de apoiadores do projeto Escola Sem Partido, num violente ato de agressão contra o direito de liberdade de cátedra da profissão docente.
De acordo com o presidente do Sinpro ABC, José Jorge Maggio, a demissão da professora foi um ato inaceitável numa clara atitude contrária aos princípios educacionais com base na Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
“Inspirados em ditaduras, os apoiadores da extrema direita acusam os professores de ‘doutrinadores ideológicos’, o que é inaceitável, já que o papel do docente é oferecer ao aluno acesso a diversas propostas de conteúdo, fomentando o debate e possibilitando a formação de consciência crítica”, afirma JJ.
Segundo ele, a Escola é um espaço social de convivência democrática, que deve incentivar o questionamento e abrigar diversas formas de pensamento. “O Sinpro ABC se solidariza à professora Juliana e repudia a atuação da Escola e dos pais, que inferiram no direito fundamental da Liberdade de expressão, sendo a demissão dela um desrespeito à Constituição, à liberdade de cátedra e à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que trazem em sua compreensão que a educação é dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana” disse o presidente do Sinpro ABC.
Já o deputado estadual pelo Psol, Carlos Giannazi, que também esteve presente na manifestação, salienta que a atitude da escola e dos pais é um ataque à democracia no País. “Nós estamos acionando a comissão de educação da Assembleia Legislativa de São Paulo para que os proprietários da escola sejam chamados a depor e explicar o porque da demissão sumária da professora Juliana. Também estamos acionando o ministério público estadual para que tome as devidas providências, já que o projeto ‘Escola sem Partido’ não foi aprovado, portanto não está em vigência no País e isso afeta o direito da categoria no ato de ensinar”, disse Giannazi.
Diversos representantes de movimentos sociais, sindicais e políticos estiveram presentes à manifestação, entre eles, o sindicato dos funcionários públicos e a Apeoesp regional.
O Sindicato dos professores do ABC, que representa os docentes das escolas particulares da região, lembra que colocou à disposição da categoria um canal de comunicação e proteção ao professor que se sentir ameaçado ou vítima de perseguição e retaliação por parte de pais, alunos e donos de escolas.