Nota de apoio da Fepesp, em nome dos seus sindicatos integrantes, ao Sinpro Rio:
Belo exemplo de determinação, dignidade e unidade está sendo dado pelas professoras e professores liderados pelo Sinpro-Rio, que em assembleia histórica neste fim de semana decidiram não voltar às aulas presenciais neste momento, quando a pandemia não está controlada e sem garantia de segurança sanitária com a reabertura apressada de escolas.
A Federação dos Professores do Estado de São Paulo-Fepesp, em nome dos seus sindicatos integrantes, é solidária ao pleito dos profissionais de educação cariocas, que não aceitam o engodo proposto pela administração pública municipal em aceitar ‘voluntários’ para reabrir escolas ainda nesta semana, sem que o vírus esteja controlado.
Cá, como lá, exigimos que a volta às aulas seja determinada por critérios de saúde e não por razões econômicas ou por algum oportunismo político. Os professores deverão estar na linha de frente, quando do retorno responsável e seguro dos estudantes às aulas presenciais. Reafirmamos que, além das medidas sanitárias, as decisões e os protocolos de acolhimento dos jovens deverão ser estabelecidos em comissões multidisciplinares, com a ampla participação da comunidade, das famílias e dos representantes dos educadores.
(na foto: Oswaldo Teles, presidente do Sinpro Rio)
SAIBA MAIS:
JORNAL 'EXTRA' DESTACA A
'GREVE PELA VIDA'
Professores da rede privada decidiram no último sábado em assembleia que não vão voltar a dar aulas presenciais neste momento. A categoria se reuniu duas vezes com donos de colégios e a prefeitura na semana passada para negociar o retorno às atividades, mas não houve consenso. Enquanto isso, escolas particulares pressionam pela reabertura das salas de aula.
A prefeitura chegou a publicar um protocolo de segurança para a retomada. As medidas serviriam para as redes particular e municipal. O prefeito Marcelo Crivella anunciou que a volta das escolas privadas seria facultativa a partir do dia 10, mas nem isso foi deliberado.
Em plenária virtual com a participação de cerca de 600 docentes realizada na tarde de sábado com várias entidades de profissionais de educação, chamadas pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino (Sepe), de estudantes, de representantes da Fiocruz, da área de Direito e de Assistência Social, a categoria decidiu, com 90% dos votos, não retornar às aulas no momento.
Maria Eduarda Quiroga, membro da coordenação da capital Sepe, disse que a plenária resultou num documento assinado por pelo menos 60 entidades dizendo não ao retorno às aulas.
— Nós, profissionais do Sepe, já fizemos no dia 6 de junho um conselho deliberativo apontando que se as aulas retornassem sem de fato ter entrado nas regras que tanto a Organização Mundial de Saúde e a Fiocruz orientam, que são pelo menos três semanas de curva decrescente, que a gente entraria numa greve chamada “greve pela vida”.
Foi o mesmo que aconteceu na assembleia unificada do Sindicato dos Profissionais de Educação da rede privada do Rio de Janeiro (Sinpro-Rio). Segundo o presidente da entidade, que conta com cerca de 40 mil profissionais, Oswaldo Teles, mais de 90% dos cerca de 700 participantes da assembleia virtual votaram a favor da greve pela vida e disseram não ao retorno às aulas presenciais no momento.
Uma nova assembleia está marcada para o dia primeiro de agosto. Enquanto isso, professores e alunos têm mantido contato através das aulas virtuais
— O retorno somente acontecerá com a garantia das autoridades de saúde, com base em rígidos protocolos sanitários e de segurança, além de ampla discussão na sociedade. O sindicato se pauta no respeito às instituições científicas de saúde, como a Fiocruz. Estudos científicos deixam claro que não há condições para uma volta tranquila e segura neste momento. A greve é pela vida! Os professores e as professoras continuarão trabalhando com base no ensino remoto até as autoridades de saúde confirmarem o retorno com segurança, com plano de retorno e protocolos rígidos — disse Teles.
Diretor do Sindicato das Escolas Particulares do Rio, Frederico Venturini discorda da opinião das entidades de classe dos professores. E disse que foi marcada uma reunião para a próxima quinta-feira para decidir o que fazer.
“Inicialmente, o prefeito colocou a data para o dia 15 de julho de retorno às aulas presenciais. Os professores, integrantes do Sinpro, pensam de forma diferente. Nã desejam o retorno, pois acreditam que não é o momento de discussão de protocolos e não deve haver retorno das atividades presenciais. Já a escola particular deseja o retorno das atividades presenciais, mas com total segurança para alunos, professores e comunidade escolar, seguindo estritamente os protocolos, definidos e discutidos por órgãos de saúde e autoridades sanitárias. Sendo assim, para alinhamento das informações, a reunião foi remarcada para a próxima quinta-feira", disse por meio de nota o também diretor da Educarte e Tre-Le-Lê Creche Escola, além de vice-presidente da Associação Brasileira de Educação Infantil.
A prefeitura informou que vai avaliar a reabertura de escolas particulares na próxima quarta-feira, para quando está marcada uma reunião com entidades representativas. As escolas municipais estão com aulas suspensas até o dia 3 de agosto, como publicado no Diário Oficial do último dia 30.
“Na próxima quarta-feira, dia 8/7, haverá uma nova reunião com representantes do Sindicato das Escolas Particulares, Sindicato dos Professores das Escolas Particulares, Vigilância Sanitária, Casa Civil, entre outros setores envolvidos, com apoio da Secretaria Municipal de Educação, para avaliar a possibilidade de reabertura das instituições privadas. Todos poderão apresentar suas sugestões.As escolas municipais estão com as aulas suspensas até o dia 3 de agosto, conforme publicado no Diário Oficial do dia 30 de junho. Para a reabertura, as escolas particulares deverão seguir os protocolos de prevenção à Covid-19 definidos pela Vigilância Sanitária. Todas as informações sobre o assunto serão comunicadas assim que estiverem disponíveis”.