Estudantes das unidades Morumbi e Moóca da Universidade Anhembi/Morumbi voltaram à carga nesta terça-feira, 19/08, em reuniões preparatórias de manifestações contra cortes de docentes. Os organizadores pretendem organizar novas manifestações contra o que consideram 'desmandos' da Laureate, o grupo educacional formado por capital norte-americano que controla a Anhembi/Morumbi além da FAAM e da FMU.
"Ontem foi importante para voltarmos reaglutinar", diz um dos organizadores do movimento na Anhembi/Morumbi. "Traçamos algumas estratégias. Continuaremos panfletando e passaremos nas salas com os novos integrantes".
Cortes sem critério - No fim do primeiro semestre de 2019, a Laureate provocou demissões agressivas e sem critério – a não ser reforçar o lucro da instituição, com a substituição de professores por docentes com salários mais baixos na Anhembi-Morumbi e na FMU.
O Sindicato denunciou a agressão com mobilização da Assembleia Legislativa de São Paulo e da Câmara Federal. Em assembleia, os professores deram autorização ao Sinpro SP a levar o caso à Justiça, em dissídio coletivo de natureza jurídica que resultou em uma vitória dos professores: a Laureate concordou em estender garantias aos demitidos diante de juiz no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.
Em 4 de julho, por iniciativa do Sindicato, a Assembleia Legislativa de São Paulo realizou audiência pública onde foi exposta a precarização do ensino gerada pela mercantilização do ensino superior privado no Brasil.
Requerimento para a realização de outra audiência pública, desta vez na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, em Brasília, foi também encaminhado para discutir a mesma questão – e demonstrar que não se pode tratar educação sob a lógica de mercadoria.
O Ministério Público do Trabalho e o MEC também foram chamados a se manifestar, e vamos cobrar de todos eles uma posição em defesa do ensino e do emprego dos professores.
Sindicato organiza professores - As professoras e os professores que participaram da assembleia organizada pelo Sinpro SP, logo após o anuncio de cortes no final do primeiro semestre, manifestaram forte preocupação com o cenário político vivido pelo país, com os violentos ataques contra direitos dos trabalhadores e o desmonte do sistema educacional do país. Concordaram que é preciso atuar em sintonia com movimentos de estudantes, além de começar a construir uma dinâmica de fortalecimento da organização dos docentes nos locais de trabalho, costurando uma rede de proteção e resistência, coordenada pelo Sindicato, que ajude a enfrentar as arbitrariedades promovidas pelos grandes conglomerados que atuam no setor.
“Está em curso um processo perverso de cartelização do segmento, com rebaixamento de custos e a definição de um teto salarial. Professores que recebem acima desse valor são descartados e, quando retornam ao mercado, sofrem com a redução brusca dos salários. É evidente que esse movimento tem consequências diretas dramáticas na qualidade de ensino, também precarizada. É a essa onda que precisamos resistir”, afirma Celso Napolitano, diretor do SinproSP e presidente da Federação dos Professores de São Paulo (Fepesp).
Aviso do Sindicato, para os professores e professoras: não aceitem qualquer ameaça nem confiem nas propostas feitas pela Laureate. Os casos de estabilidade por conta da aposentadoria, por exemplo, devem ser imediatamente comunicados ao Sinpro SP. Se tiver dúvidas, entre em contato com o pelo telefone 5080-5988 ou escreva para o e-mail laureate@sinprosp.org.br (sigilo garantido).
SINDICATO LEVA LAUREATE À JUSTIÇA: NESTA SEGUNDA, VAI A DISSÍDIO