Diante da decisão de desembargador Geraldo Pinheiro Franco, presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, pela suspensão da liminar que barrava a volta insegura e precipitada às aulas na Educação Básica do Estado, a Federação dos Professores de São Paulo-Fepesp reunirá os Sindicatos na próxima terça-feira, dia 2, para discutir a convocação de assembleia para os professores deliberarem formas de ação que incluem a possibilidade de greve presencial.
“Desde o início do combate à pandemia, com a paralisação das aulas presenciais em março de 2020, os professores têm se empenhado em aulas remotas, em manter seus programas, e em ensinar a partir de suas próprias casas com seus próprios meios, em muitos casos” lembra Celso Napolitano, presidente da Fepesp. “Continuaremos lecionando remotamente, mas iremos resistir ao ensino presencial. Não há condições seguras para isso, ainda”.
Greve presencial significa manter o ensino remoto, com a recusa em a se expor a condições inseguras com atividades presenciais, enquanto se convoca o Sindicato patronal a negociar condições seguras de volta às aulas. “Não fomos ouvidos em fórum ou comitê algum. Todos falam sobre educação, sobre os benefícios e os malefícios pedagógicos às crianças, mas não dão espaço aos professores opinarem e se posicionarem”, diz Napolitano.
Em caso de negativa do setor patronal em aceitar uma negociação, existe ainda a possibilidade de recurso ao Tribunal do Trabalho procurando reverter a convocação precipitada e perigosa. Essas ações – convocação do patronal para negociação, solicitar mediação do TRT – são consequências de uma deliberação por greve presencial.
Os argumentos apresentados pela juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública da Capital, ao conceder a liminar, foram baseados em evidências de saúde pública “e confirmam que estávamos com a razão” diz Napolitano, “mas que fomos derrotados no Tribunal de instância superior por decisão do seu Presidente, que, insensível aos argumentos de sanitaristas e especialistas, rendeu-se à conjuntura econômica, utilizando na sua decisão, fatores econômicos: investimentos do Estado e do setor privado.”
28/01 - Justiça Justiça concede liminar a ação conjunta, barra volta às aulas durante pandemia
|
Contee; 29/01
https://bit.ly/3qZsHhq
A Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp) e seus sindicatos, entidades filiadas à Contee, representantes das professoras, professores, técnicos de ensino e auxiliares de administração escolar na rede privada de São Paulo, conseguiu, no Tribunal de Justiça local, o cancelamento da volta às aulas na educação básica pretendida pelo governador João Dória (PSDB). A decisão se refere a ação civil pública protocolada pela Fepesp com Apeoesp, Centro do Professorado Paulista e Afuse, com o apoio dos estudantes e seus familiares, em 23 de dezembro de 2020.
A juíza acatou os argumentos dos sindicalistas paulistas e alerta para “o número de infectados e de mortos no país (mais de 220 mil), que vem aumentado desde janeiro, em virtude das festas e confraternizações de final de ano.
Vitória dos sindicatos dos profissionais da Educação! Volta às aulas só com segurança e vacina!
SPTV/TV Globo; 28/01 https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/video/entenda-as-cores-do-plano-sp-9202797.ghtml Justiça barra volta às aulas em São Paulo nas fases vermelha e laranja da quarentena Rede Brasil Atual; 28/01 http://bit.ly/3pphXZnOs sindicatos de professores e trabalhadores da educação vêm se mobilizando em várias frentes contra a volta às aulas em São Paulo na atual situação. Para a presidenta da Apeoesp e deputada estadual, Professora Bebel (PT), a decisão é uma “vitória da luta pela vida”. “Não faz o menor sentido confinar professores e estudantes em ambientes fechados e mal ventilados, em locais sem a estrutura adequada para a efetivação dos protocolos sanitários, como são as escolas estaduais, justamente no momento em que a pandemia está recrudescendo”, afirmou. |
São Paulo: secretário diz que professor não pode ser vacinado antes de duvidosos 'prioritários'
FEDERAÇÃO E SINDICATOS RECORREM EM AGRAVO CONTRA VOLTA ÀS AULAS INSEGURA