Celso Napolitano, presidente da Fepesp (Federação dos Professores do Estado de São Paulo) comentou a mais nova insânia do ministério da Educação e de seu ministro, Ricardo Vélez Rodríguez, que pediu em email que as escolas reunam alunos para a execução do Hino Nacional mas portanto o slogan de campanha eleitoral - Brasil acima de tudo. Deus acima de todos! - o que configuraria improbidade administrativa, crime de responsabilidade.
"Mais um absurdo do Ministro, que parece não entender as peculiaridades e as características da educação nacional. Depois de declarar todos os brasileiros viajantes como canibais, agora quer impor às escolas uma maneira de ensinar moral e civismo baseado na opinião dele. Moral e civismo são ensinados em todas as escolas no dia a dia, pelo projeto pedagógico, pelo exemplo dos professores e pelo estudo correto da História e das outras disciplinas", diz o presidente da Federação.
"Este Ministro deve ser objeto de um inquérito administrativo. Pela Constituição, pela lei, não se pode reproduzir slogans de campanha e de partidos durante o governo. É uma mistura de governo com país. Coisa que apenas aconteceu durante o regime autoritário, a ditadura militar, com o "Ame-o ou deixo-o", afirma Celso.
"A Fepesp e seus sindicatos integrantes enxergam o comunicado enviado pelo Ministério da Educação, para as escolas privadas e públicas do país, como um absurdo. Os professores devem resistir e ridicularizar a posição do Ministério da Educação. A Federação dos Professores do Estado de São Paulo repudia esta atitude do atual Ministro da Educação, e recomenda aos professores que sigam normalmente seu trabalho, sem se preocupar com este tipo de ingerência", encerra Celso Napolitano.
Aqui, o comentário em vídeo:
E, aqui, como foi repercutido pela Jornal da TV Cultura desta terça-feira, dia 26/02 (reportagem a partir de 5m53s):
Retração - E não demorou nada para que o desavisado ministro percebesse o tamanho da bobagem que havia gerado, após a ampla repercussão negativa do seu 'pedido'. Na tarde do mesmo dia 26, Veléz desdisse o que havia dito, afirmou que a nota havia sido 'um erro' e desobrigou as gravações e o slogan de campanha política, como informado pela imprensa (aqui).