Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 26 de fevereiro de 2019

Propaganda de governo nas escolas? Não, não pode

Celso Napolitano, presidente da Fepesp (Federação dos Professores do Estado de São Paulo) comentou a mais nova insânia do ministério da Educação e de seu ministro, Ricardo Vélez Rodríguez, que pediu em email que as escolas reunam alunos para a execução do Hino Nacional mas portanto o slogan de campanha eleitoral - Brasil acima de tudo. Deus acima de todos! - o que configuraria improbidade administrativa, crime de responsabilidade.

 

"Mais um absurdo do Ministro, que parece não entender as peculiaridades e as características da educação nacional. Depois de declarar todos os brasileiros viajantes como canibais, agora quer impor às escolas uma maneira de ensinar moral e civismo baseado na opinião dele. Moral e civismo são ensinados em todas as escolas no dia a dia, pelo projeto pedagógico, pelo exemplo dos professores e pelo estudo correto da História e das outras disciplinas", diz o presidente da Federação.

 

"Este Ministro deve ser objeto de um inquérito administrativo. Pela Constituição, pela lei, não se pode reproduzir slogans de campanha e de partidos durante o governo. É uma mistura de governo com país. Coisa que apenas aconteceu durante o regime autoritário, a ditadura militar, com o "Ame-o ou deixo-o", afirma Celso.

 

"A Fepesp e seus sindicatos integrantes enxergam o comunicado enviado pelo Ministério da Educação, para as escolas privadas e públicas do país, como um absurdo. Os professores devem resistir e ridicularizar a posição do Ministério da Educação. A Federação dos Professores do Estado de São Paulo repudia esta atitude do atual Ministro da Educação, e recomenda aos professores que sigam normalmente seu trabalho, sem se preocupar com este tipo de ingerência", encerra Celso Napolitano.

 

Aqui, o comentário em vídeo:

 

E, aqui, como foi repercutido pela Jornal da TV Cultura desta terça-feira, dia 26/02 (reportagem a partir de 5m53s):

 

Retração - E não demorou nada para que o desavisado ministro percebesse o tamanho da bobagem que havia gerado, após a ampla repercussão negativa do seu 'pedido'. Na tarde do mesmo dia 26, Veléz desdisse o que havia dito, afirmou que a nota havia sido 'um erro' e desobrigou as gravações e o slogan de campanha política, como informado pela imprensa (aqui).

 

 

 

 

 

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