Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 18 de maio de 2022

Mobilização, para romper impasse na negociação do Ensino Superior

As mantenedoras das instituições de ensino superior querem impor um teto ao salário de professores e auxiliares de administração ao negar repor as perdas causadas pela inflação e insistir em reajuste de 6% parcelado entre 4% agora e 2% em janeiro de 2023 mesmo diante de uma inflação crescente, que chegou a 10,57% na data base das categorias, em 1º de março.

“É o impasse. O patronal decidiu que não quer repor a defasagem nos salários, mas dizem que ‘querem negociar’? Isso não é uma negociação de verdade”, disse Celso Napolitano, coordenador da comissão de negociadores dos sindicatos integrantes da Fepesp na rodada de negociação desta quarta-feira, 18/05, da campanha salarial do Ensino Superior.

 

Assembleias rejeitam proposta patronal: 'inaceitável' - No início da sessão, os representantes das instituições foram informados do resultado das assembleias realizadas pelos sindicatos integrantes na sexta-feira 13 e sábado, 14. Todas rejeitaram os 4%+2% do patronal. “Não dá para suportar uma defasagem nos salários no nível em que está ocorrendo”, disse Napolitano. E essa defasagem fica ainda pior com a forma como as instituições cortam seus custos com a redução de carga horária, alteração de grade curricular, disciplinas em EaD e ‘ensalamentos’ - ou juntada de salas de turmas de períodos ou mesmo cursos diferentes em uma mesma aula.

 

 Mobilização da categoria; é agora! – Como forma de tentar superar o impasse os negociadores dos sindicatos propuseram submeter as propostas à mediação pelo vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho, em uma fase denominada pré-processual. Não é o dissídio coletivo, mas uma tentativa de conciliação, sem caráter normativo e sem que as partes se obriguem a aceitar a proposta conciliatória.

Mesmo assim, os representantes patronais recusaram qualquer forma de mediação e fincaram pé no que foi oferecido até agora – ou seja, sem reposição da defasagem provocada pela inflação.

“Temos que nos organizar, ampliar nossa mobilização para fazer andar a negociação”, conclui Celso Napolitano. Os sindicatos irão discutir formas de mobilização com a categoria. “Todos devem ficar atentos às chamadas dos sindicatos. As assembleias já se manifestaram. Não aceitamos salários sem a correção da defasagem. Vamos ampliar nossa mobilização e romper esse impasse”.

 

Hora de mobilização! Patronal recua e aceita respeito à convenção (até 12 de julho!) mas insiste em corte geral de salários com proposta de 4%+2% na negociação desta quarta, 18/05

 

Recuo patronal pela ultratividade - Os representantes das instituições cederam, entretanto, na negociação desta quarta, à reivindicação dos sindicatos e concordaram com a manutenção de todas as cláusulas da convenção coletiva do ano passado, o que é conhecido como ‘ultratividade das normas', até o dia 12 de julho. Portanto, todos os direitos de professores e auxiliares de administração escolar estão preservados até essa data e podem ser consultados no site da Fepesp (aqui: convenções coletivas do Ensino Superior)

 

Então já sabeAgora, a saída é a mobilização! "Temos que nos organizar e demonstrar o descontentamento com a atuação das mantenedoras na negociação. E vencer o impasse com o poder e a disposição de luta das categorias”, conclui Celso Napolitano.

Todos devem ficar atentos às convocações dos sindicatos. a manifestação das assembleias foi contundente: não aceitamos salários sem a reposição da inflação. Discuta essa situação com seus colegas, nas instituições de ensino ou nas plataformas remotas.

 

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