O SinproSP, uma das entidades fundadoras da Contee e representante dos professores do setor privado, da educação infantil ao ensino superior, da maior cidade do Brasil, vive uma semana intensa e crucial. Ontem (24), teve início o processo eleitoral do sindicato, que segue até amanhã (26), com duas chapas em disputa.
Também amanhã, porém, acontece o julgamento do dissídio do ensino superior, em que o SinproSP atua, em unidade com a Fepesp e os demais sindicatos do estado de São Paulo, contra a intransigência patronal orquestrada pelas grandes corporações e na defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras em educação.
Por fim, tudo isso ocorre em meio à reta final das eleições para o governo do estado e para a Presidência da República, nas quais o que está em jogo não são, simplesmente, candidaturas distintas (Haddad x Tarcísio ou Lula x Bolsonaro), mas projetos antagônicos de educação, de trabalho, de civilização (contra a barbárie), de Brasil. E essa perspectiva precisa ser observada e levada em conta em todas as esferas da vida dos professores, inclusive nas eleições sindicais.
Votação do tamanho de uma eleição municipal - “São 20 mil as professoras e professores aptos para votar, e estão espalhados por uma área enorme, que é a capital de São Paulo. Teremos uma urna na sede do sindicato, mas a grande maioria dos votos virá das urnas itinerantes. São 134 as urnas itinerantes, cada uma delas acompanhada de dois mesários e um motorista”, diz Celso Napolitano, presidente da Fepesp e candidato à presidência do SinproSP na Chapa 1.
Pequeno município - A eleição do SinproSP é tão importante que, segundo Celso Napolitano, atual presidente da Fepesp e concorrente, na Chapa 1, como candidato a presidente do sindicato, “a logística necessária para a votação para a renovação da diretoria equivale à eleição em um pequeno município”.
Experiência de lutas - Napolitano destaca que a chapa 1, da qual faz parte, “representa um grupo renovado de docentes que carrega a experiência de lutas do Sinpro”.
“É um grupo que organizou as grandes greves de 2018, quando paramos as ruas da cidade e dobramos um patronal que desejava eliminar direitos na educação básica, cortando boa parte da convenção coletiva”, ressalta.
“É também o grupo de dirigentes que, neste ano, enfrentou as grandes corporações mercantis que hoje dominam o ensino superior e que se mostraram intransigentes, insistindo em não recompor a defasagem inflacionária. A categoria foi mobilizada e deliberou por um movimento grevista. Os mantenedores foram levados ao tribunal que culminará com o julgamento do dissídio coletivo na quarta-feira, dia 26, dia do encerramento da nossa votação.”
Tradição democrática - Para Celso Napolitano, “a participação de duas chapas nesta eleição demonstra a tradição democrática do Sinpro SP”.
“Ocorreram alguns problemas legais no registro da outra chapa, mas que foram superados por concessão da nossa chapa, como demonstração do nosso apreço à democracia”, aponta. “Acreditamos que é assim que se faz um sindicato forte, e confiamos que a categoria irá reconhecer o trabalho da atual diretoria e saberá escolher o caminho da experiência e de luta que representamos.”
Via Contee, por Táscia Souza, com a colaboração de Ricardo Paoletti
Começou nesta segunda feira (24) a eleição para a diretoria do Sinpro-SP – Sindicato dos Professores da rede privada da Capital. Vai até quarta, dia 26. A entidade tem cerca de 21 mil sócios, incluindo aposentados que não lecionam mais.
VOTA – Tem direito toda professora ou professor sindicalizado ao Sinpro-SP até 23 de abril, em dia com suas obrigações de associado.
APOSENTADO QUE NÃO LECIONA MAIS – Professora ou professor, que havia se filiado enquanto estava em atividade, tornou-se sócio remido ao deixar a sala de aula, com direito a todas as garantias e serviços do Sinpro-SP. Vota na Sede (Rua Borges Lagoa, 170, Vila Mariana), das 7 às 20 horas, dias 24, 25 e 26.
URNAS – Itinerantes circularão por escolas e faculdades, de todos os portes e níveis de ensino, em todas as regiões da Capital. Há urna fixa na Sede (Borges Lagoa, 170), das 7 às 20 horas, pra receber voto de professor aposentado e outros que optarem por votar no SinproSP.
CHAPA 1 – Encabeçada pelo professor Celso Napolitano, da Fundação Getúlio Vargas, que foi também, por vários anos, presidente do Diap – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar. Hoje, atua junto a cursos de pós-graduação e consultoria para a FGV. A chapa é eclética, com professores do Básico ao Superior. Um terço de mulheres, ou seja, oito.
PROPOSTAS – Manter integralmente direitos e garantias da Convenção Coletiva. Organização da categoria para reivindicações em relação às novas tecnologias aplicadas ao ensino; inserção cada vez maior do Sindicato nos estabelecimentos, para efeitos de trabalho de base e mobilizações cívicas por democracia e cidadania.
CIVISMO – “Nos três primeiros dias da semana, a categoria elege sua direção. Dia 30, todos votam por um governo democrático, que valorize a educação, a democracia, o emprego e a renda”, afirma Celso Napolitano. Agência Sindical, 24/10 https://bit.ly/3Nb2jgT