“Houve um recuo por parte das mantenedoras”, diz Celso Napolitano, falando pelos sindicatos integrantes da Fepesp na comissão de negociação. “Os negociadores do lado patronal abandonaram a contraproposta apresentada na última reunião e concordaram em negociar tendo por base o texto apresentado pelas Federações. Ainda há divergências, mas que poderão ser resolvidas com o acerto de alguns detalhes nas redações, principalmente por conta do estado de calamidade pública e dos decretos de isolamento social, avalia Napolitano.
A posição firme dos Sindicatos em não abrir mão das conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho, impedindo um retrocesso com a desculpa da crise sanitária e de uma discutível perda de receita, foi o principal fator na mudança da atitude patronal na mesa de negociações.
A principal divergência reside na insistência patronal em não reajustar os salários. As mantenedoras insistem em não oferecer qualquer reajuste para cobrir a defasagem salarial de 2019, provocada pela inflação. O patronal não tem qualquer argumento razoável para negar um reajuste que, na prática, representa menos do que a metade de uma folha de pagamento mensal nos salários de um ano inteiro.
“Queremos uma proposta que possa ser apresentada em assembleia para avaliação de professores e auxiliares de administração escolar”, diz Napolitano. As federações e as mantenedoras voltarão à mesa de negociações na próxima semana, quando também será discutida a questão do banco de horas dos auxiliares, outro dos entraves remanescentes nesta negociação.
Ensino Superior: sindicatos recusam contraproposta patronal e insistem em negociação