Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 24 de fevereiro de 2023

24/02 - ‘Liberar EaD nas faculdades é ruim’, diz novo presidente do CNE, China dá um aperto no novo Chat GPT, ex-presidente da CUT assume presidência do Sesi, e mais: educação para os povos indígenas pede socorro

Campanha Salarial 2023 – duas assembleias abrem a semana que vem: na segunda, 27/02, pessoal do Senac; na terça, 28/02, professoras, professores e técnicos de ensino no Sesi e Senai de S. Paulo. Veja no seu sindicato o horário e local ou link da sua assembleia!

  

'Liberar ensino a distância para faculdade presencial é ruim', diz presidente do conselho de educação - Novo presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), o sociólogo Luiz Curi afirmou à Folha que é contrário à autorização, atualmente em vigor, para que faculdades presenciais preencham até 40% da carga horária com ensino a distância (EAD).

A liberação do governo Bolsonaro para que as faculdades presenciais preenchessem 40% da carga horária com EAD era uma demanda do ensino superior privado. Com isso, os quadros de professores podem ser reduzidos, assim como custos com imóveis. Folha de S. Paulo  23/02   https://bit.ly/3Ew2dgU

 

Crescimento dos cursos EAD se dá principalmente nas áreas de saúde - Desde o auge da pandemia de covid-19, entre os anos 2020 e 2021, a modalidade vem se consolidando como importante alternativa para quem precisa de um curso superior, mas não tem disponibilidade para frequentar as aulas presencialmente. Coordenador do polo EAD da Unicesumar, João Bosco acredita que neste ano as instituições que oferecem cursos em EAD terão ainda mais oportunidades para crescer, especialmente em cursos na área de saúde. Santa Cruz FM  23/02  https://bit.ly/3xNnFKj

 

Para lembrar: aposta em ensino a distância gera demissão em massa de professores universitários - O principal ponto de virada da tecnologia é o tamanho das turmas: uma sala presencial com, por exemplo, 50 alunos, que seria considerada "inchada" a depender do espaço físico, hoje dá lugar a salas virtuais que comportam em alguns casos até mil alunos.

Essas mudanças têm permitido uma redução significativa de custos para empresas educacionais nas suas folhas de pagamento. A BBC News Brasil pediu posicionamento sobre a situação dos professores para a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), que representa faculdades particulares em todo o país, mas a entidade preferiu não se manifestar. BBC Brasil  15/07/22  https://bbc.in/3uSbyuj

 

DataSenado: Cai preocupação com saúde e cresce com educação - De acordo com o DataSenado, enquanto cai a preocupação com a saúde, cresce a preocupação com a educação, que subiu de 6% no início de 2021 para 15% em novembro de 2022, igualando o maior nível da série histórica — alcançado em meados de 2012.

Destaca-se ainda a trajetória do item custo de vida na lista de maiores preocupações dos brasileiros, já atingindo 14% da população, o maior nível da série histórica para esse item. Na sequência estão o emprego (11%) e a segurança (11%). Senado Notícias  23/02  https://bit.ly/3SoPQZJ

 

MEC participará de discussões sobre alfabetização no G20 - Os temas começaram a ser discutidos na primeira reunião do Grupo de Educação do G20, realizada na Índia, entre os dias 31 de janeiro e 2 de fevereiro. O Ministério da Educação (MEC) esteve presente representado por Maurício Prado, da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino do MEC; e por Natália Cabral, da Assessoria Internacional do Gabinete do Ministro.

Neste ano, o MEC é copresidente do Grupo de Educação, que terá mais três agendas, em março, abril, e junho de 2023. Na sequência, será promovida a tradicional Reunião de Ministros de Educação dos países do G20. O principal objetivo do G20 é reunir, regularmente, as mais importantes economias industrializadas e emergentes do planeta para debater questões-chave da economia global e promover políticas compatíveis com os resultados obtidos pelo grupo.  Gov.br  23/02  https://bit.ly/3Zd99Hm

 

TECNOLOGIA

China manda empresas restringirem acesso ao ChatGPT - O governo da China tem instruído empresas do setor de tecnologia do país a não oferecerem os serviços do ChatGPT em suas plataformas. A apuração inicial foi publicada na quarta-feira (22) pelo site de notícias Nikkei Asia.

Segundo o site, a ordem chegou a empresas como a Tencent — uma das principais empresas do ramo de tecnologia e internet na China — e o Ant Group, ligado à Alibaba e ao bilionário Jack Ma. Gigantes chinesas de tecnologia também tentam desenvolver plataformas concorrentes.  Nexo   23/02  https://bit.ly/3KAqPZM

 

O Cavalo de Tróia “ChatGPT” e o futuro do professor - FInalmente, mais enfaticamente desde o advento da internet, assistimos, apoiada em um discurso democratizante, a uma crescente expansão do modelo de Educação a Distância (EaD) comandada pelos grandes conglomerados empresariais do ramo. Outro ataque frontal à carreira de professor, cujo peso e historicidade do próprio nome é reduzido de modo humilhante à denominação de “tutor”.

O ChatGPT parece ser o último trunfo das elites nesta direção. Diante dele, o hiato entre o ideal da “emancipação da consciência” tende a aumentar de modo substancial.Brasil247  14/02  https://bit.ly/3IsFS51

 

SISTEMA S

Ex-presidente da CUT é nomeado para comandar o SesiSP – Na sexta-feira, 17, o presidente da República nomeou Vagner Freitas para o comando do Serviço Nacional da Indústria (Sesi). Freitas é ex-presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT).

Antes de ser anunciado no Diário Oficial da União nesta sexta-feira, Freitas já havia feito parte do terceiro mandato de Lula, sendo secretário-executivo do Ministério do Trabalho. Dentre os cargos públicos que Freitas esteve a frente, podemos citar o período em que trabalhou na Confederação Nacional dos Bancários (CNB), além do período em que presidiu a Contraf-CUT, sendo eleito em 2012 e reeleito em 2015.. Portal IG 17/02  https://bit.ly/3YZurbN

 

 

Educação para os povos indígenas pede socorro
Sinpro DF  23/02
https://bit.ly/3Y0dsoq

Apesar de um direito garantido pela Constituição Federal de 1988, a educação específica e diferenciada aos povos indígenas, com a adaptação do ensino à cultura de cada etnia, não é garantida no país por falta de políticas públicas adequadas.

Os problemas vão desde a ausência de trabalhadores e trabalhadoras em número adequado, até a formação continuada e a falta de material didático específico e estrutura física. Segundo o Censo Escolar de 2021, dentre as 3.359 escolas indígenas, 30% não têm energia elétrica, 63% não possui água potável e o acesso à internet é disponibilizado para apenas 10% dos colégios localizados em aldeias.

Desafio em Alagoas  - O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), Izael Gomes, conta que há 17 escolas na região que funcionam dentro das aldeias. Em outubro de 2021, foi realizado um concurso que de maneira inédita ofertou vagas para a Educação Especial e para escolas indígenas.

Porém, o contingente necessário de 261 profissionais não foi alcançado. Para piorar, com o fim do contrato temporário, muitas escolas correram o risco de ficar sem o mínimo para funcionar.

“Em janeiro, a maior parte dos professores e trabalhadores de educação de escolas indígenas tiveram contratos encerrados e aqueles que ainda mantinham um vínculo vigente foram informados que não seria renovado. Foi necessária muita pressão nossa e do governo junto ao MEC (Ministério da Educação) para que esses contratos fossem postergados e agora vamos dar um giro pelo estado para saber se a situação realmente está normalizada”, explica o dirigente.

O presidente do Sinteal aponta também que a entidade segue a pressionar o governo para que seja aberto um novo concurso capaz de atender a demanda e acabar com a precarização dos trabalhadores e trabalhadoras que recebem menos como temporários.

Brasil – Em 2022, havia 300 mil estudantes representantes dos povos originários matriculados em escolas básicas indígenas no Brasil, número três vezes maior do que o registrado nos anos 1990. As políticas públicas adotadas durante os governos dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff também contribuíram para o acesso a 100 mil indígenas às universidades brasileiras.

Na contramão desse processo, o governo do ex-presidente derrotado nas últimas eleições, Jair Bolsonaro (PL), atacou esses povos com o corte de mais de R$ 1,5 milhões em ações de demarcação e proteção no orçamento de 2022 e buscou minar qualquer participação em espaços de diálogo como o fim da coordenação escolar indígena dentro do MEC e a exclusão de indígenas do Conselho Nacional de Educação e da Comissão Nacional de Educação.

Deslocamento - Em 2020, das 273.928 matrículas registradas em escolas que oferecem educação indígena, a maioria, 166.546, se encontrava no Ensino Fundamental. A queda a partir do quinto ano se explica principalmente pelo tamanho dos colégios, com estrutura limitada para séries mais avançadas.

Diante disso, estudantes que desejam continuar os estudos precisam se deslocar para as cidades e enfrentar novos desafios como a discriminação, a falta de acesso ao transporte e a ausência de um modelo de ensino capaz de dialogar com a realidade indígena.

A partir de um olhar de que está à frente da sala de aula, os desafios não são menores. O 3º Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena, realizado em 2017, alertou para a formação e estabilidade dos professores indígenas, a maioria em situação de trabalho temporário, para a ausência de formação específica e para o corte de recursos para programas de formação inicial e continuada, como o Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind) e a Ação Saberes Indígenas na Escola.

A secretária de políticas sociais da Confederação dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Ivonete Alves Almeida, defende a necessidade de a CNTE aprofundar o debate sobre a concepção de educação indígena para escolas, o que inclui as especificidades de trabalhadores e trabalhadoras.

“Nossa luta deve passar por garantir concursos públicos que estabeleçam como um dos critérios a necessidade de termos representantes das comunidades indígenas para que a cultura e a identidade não se percam. A escola é um espaço para garantir essa preservação e essa também deve ser uma pauta de luta nossa”, defende.

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