Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 27 de abril de 2022

Veio com a EaD: Educação é um dos três setores mais visados por cibercriminosos

Normalmente, os principais objetivos dos terroristas são raptar dados, através de ransomwares, que são vírus que “sequestram” dados de servidores e, depois, os criminosos pedem um “resgate”, geralmente caríssimo, por eles ou buscar entrar nos sistemas para realizar fraudes econômicas, através de boletos falsos ou pedidos de colaborações para projetos inexistentes.

Apenas nos últimos meses, vários grupos educacionais foram alvos de cibercriminosos no Brasil. Em dezembro passado, hackers atacaram o site da Escola Virtual, plataforma ligada à Escola Nacional de Administração Pública (Enap) de aplicação de cursos on-line, deixando a mensagem: “Nós voltamos, porém, com mais notícias (e com mais poderio). Vamos explicar algumas coisas: o nosso único objetivo é obter dinheiro”, atribuída ao Lapsus Group.

Já em 2022, o Grupo Marista, uma das mais tradicionais organizações de ensino do Paraná, também foi alvo de terroristas, que chegaram a derrubar o sistema e a causar o caos entre os pais dos alunos, que não sabiam se os documentos vinham da escola ou eram boletos falsos enviados pelos terroristas. A PUC Paraná, também ligada ao Marista, foi afetada. Relatos de alunos e usuários afirmaram problemas para acessar os sistemas administrativos, como o AVA, o ambiente virtual de aprendizagem.

“O ambiente de ensino, especialmente com o advento da Educação a Distância (EaD), se tornou atrativo para criminosos, já que muitas vezes a segurança nesses sistemas não é reforçada e o acesso é feito por milhares de pessoas, o que abre uma brecha de vulnerabilidade para os cibercriminosos”, afirma o expert em cibersegurança, Sandro Süffert, CEO da Apura Cyber Intelligence.

Ele explica que, antes de reforçar os sistemas de antivírus, o que sempre parece ser a medida mais fácil, é preciso entender como os ataques acontecem e quais são as brechas mais comuns que atraem os hackers.

Relatório da Kaspersky intitulado “A bad luck BlackCat” revela os detalhes de dois incidentes cibernéticos realizados pelo grupo de ransomware BlackCat. A complexidade do malware usado, associada à vasta experiência dos agentes que estão por trás dele, fazem desse grupo um dos principais grupos de cibercriminosos que atacam com ransomware que já adentraram na América Latina, com o Brasil entre os cinco principais países do mundo.

 

(do Monitor Mercantil; 26/04, https://bit.ly/3OEjJmu )

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