Este 1º de abril, que marca o golpe de Estado desferido contra o povo brasileiro em 1964, especialmente contra a classe trabalhadora, vem encontrar os professores do Sesi em luta por salários justos, melhores condições de trabalho e valorização profissional.
Vale lembrar que não foi só o terror político que a ditadura impôs à Nação. O governo fardado adotou o arrocho salarial como política de Estado, a exemplo dos famigerados decretos-lei 2.045 e 2.064.
A repressão às greves, as intervenções em Sindicatos, a cassação de diretorias, as prisões, as torturas e outras barbaridades atingiram em cheio as melhores direções e os mais destacados quadros sindicais.
A ditadura, que ainda tem tantas viúvas por aí, foi uma operação geopolítica desenhada na prancheta do Departamento de Estado dos USA e chancelada pelo latifúndio e a burguesia emergente de então. O objetivo final era impedir a soberania nacional e o direito dos brasileiros construir um País para o povo.
Foram 21 anos de labuta, de resistência, de denúncias, de coragem e muita abnegação por parte dos resistentes e dos democratas.
A ditadura foi maléfica para amplos setores da Nação, mas o regime escolheu a Educação como alvo principal. Os nomes de eminentes educadores encimam a lista do Ato Institucional Número 1. Era preciso moldar um modelo educacional a serviço do regime e fornecedor de mão de obra barata para as grandes empresas, num momento de nova expansão capitalista.
Por isso, a greve dos docentes do Sesi, nestes 31 de março e 1º de abril, adquire um significado ainda mais especial, pois mostra que os educadores não se dobram e repudiam o desmonte da Educação.
A ditadura acabou, mas uma nova onde fascista se levanta no mundo, e no Brasil. Como bem alertava Antônio Gramsci é no “claro-escuro que surgem os monstros”. Que a luta dos professores seja luz contra as trevas.
Democracia sempre. Ditadura nunca mais!
Celso Napolitano - Presidente da Fepesp.