da Revista Galileu; 19/10
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Um novo geoglifo foi encontrado por arqueólogos no deserto de Nazca, ao sul do Peru. A descoberta do desenho em forma de gato, anunciada na quinta-feira (15) pelo Ministério da Cultura peruano, entra para uma longa lista de figuras do tipo: as Linhas de Nazca, que em 1994 foram designadas Patrimônio Mundial pela Unesco.
Elas foram criadas entre 100 a.C. e 300 d.C. pela população que vivia na região. Sua função, entretanto, é até hoje um mistério — os especialistas sugerem que eram utilizadas para fins ritualísticos e para situar viajantes em relação a onde estavam.
“As linhas e geoglifos constituem uma paisagem cultural de profundo significado e simbolismo, pois expressam o mundo mágico e religioso das sociedades pré-hispânicas Paracas e Nasca, que por mais de 1.500 anos os desenharam nas areias e montanhas do deserto”, afirma o governo peruano, em declaração à imprensa. “Hoje, elas são um testemunho do gênio criativo dos antigos colonos americanos e dos conceitos e formas únicas de expressão religiosa que desenvolveram ao longo de sua história.”
A nova figura foi encontrada na lateral de uma colina e, segundo os pesquisadores, mal era visível: devido à sua localização e aos efeitos da erosão natural, o desenho estava desaparecendo. O geoglifo tem 37 metros de comprimento e, de acordo com suas características estilísticas, é anterior às famosas figuras do Pampa Nazca, datando de 100 a.C. a 200 a.C.
Em 1994, quando as Linhas de Nazca foram classificadas como Patrimônio Mundial da Unesco, apenas 30 desenhos do tipo haviam sido encontrados. Com o passar dos anos, pesquisas revelaram mais 40 geoglifos até 2015 e, no fim de 2019, mais 143 figuras foram encontradas. “Com essa descoberta [do gato], mais uma vez, revela-se o rico e variado legado cultural que guarda a zona, que também se insere na área inscrita na Lista do Património Mundial da Unesco”, disseram os porta-vozes do Ministério.
Encontradas no coração do deserto de Nazca, ao sul do Peru, as Linhas de Nazca são enormes linhas e figuras feitas no deserto.
Apesar dessas esculturas incríveis ainda não terem uma data exata, se estima que elas tenham sido feitas entre 500 a.C. e 500 d.C. pela Cultura de Paracas que habitava a região naquela época.
Embora ninguém tenha certeza, muitos estudiosos acreditam que as grandes esculturas na terra tivessem algum significado religioso para os habitantes de Nazca. Mas ninguém sabe ao certo. Há centenas de desenhos esculpidos no deserto de Nazca com detalhes e complexidade variadas.
Hoje, as Linhas de Nazca se tornaram uma atração turística muito popular e o cuidado com sua preservação é extremamente necessário. Um simples caminhar sobre a região, por exemplo, pode criar marcas que não se apagam e que desfiguram a arte antiga.
As primeiras Linhas de Nazca foram descobertas por Pedro Cieza de León, um dos conquistadores espanhois que por engano se referiu às linhas como marcadores de trilha em seu relato sobre sua exploração em 1553.
Em 1927, o arqueólogo peruano Toribio Mejía Xesspe atravessou as Linhas de Nazca, e as descreveu como caminhos cerimoniais.
Paul Kosok, um historiador americano, foi o primeiro a estudar metodicamente as linhas e geóglifos. Ele estava investigando uma teoria de que as esculturas estranhas pudessem ter sido usadas como vias de irrigação pelos Nazcas.
Esta descoberta levou a extensa busca de por que os ancestrais Nazca teriam criado figuras de grandes dimensões com essas esculturas fascinantes, levando à discussão de muitas teorias sobre como e porque teriam criadas as Linhas de Nazca.
No entanto, as linhas não são tão profundas para ser parte de um sistema de irrigação. Kosok também percebeu que observando do alto, algumas delas tinham figuras de animais.
Essa descoberta produziu uma forte investigação sobre por que os Nazcas haviam criado essas fascinantes figuras esculpidas na terra, criando inúmeras teorias sobre esse assunto - algumas delas estranhas e pouco provavéis, sugerindo que esses geoglifos teriam sido produto de uma intervenção extraterrestre.
Os geoglifos são figuras feitas sobre a superfície terrestre. Podem estar em ladeiras, montanhas ou planícies. Existem duas técnicas para a construção de geoglifos:
Em 1940, a cientista alemã Maria Reiche começou a trabalhar como ajudante de Kosok e, quando ele deixou o Peru, ela tornou-se responsável pelo estudo das linhas, protegendo-as de invasores, e defendendo que fossem consideradas assunto de interesse nacional.
Em 1994, as Linhas de Nazca e as Pampas de Jumana foram consideradas Patrimônio Mundial pela UNESCO. Na Rodovia Panamericana que atravessa o deserto peruano háum ponto com uma Torre do Mirante de onde é possível apreciar 3 das 13 figuras mais significativas.
A construção desse Mirante foi resultado da obra de conscientização de Maria Reiche quem também foi chamada de “Dama das Linhas”.
Uma explicação popular sobre as linhas é relacionada à observação de corpos celestes em datas significantes. Muitos acreditam que as Linhas de Nazca são o ponto onde algumas constelações aparecerão no horizonte em datas importantes para o povo de Nazca.
O Prof. Kosok investigou a teoria que as esculturas misteriosas foram usadas como sistema de irrigação para impulsar a agricultura no meio do vasto deserto. Alguns arqueólogos também tem a teoria de que as esculturas foram uma forma de adoração a um deus pelas águas das montanhas.
Algumas teorias são definitivamente mais estranhas do que outras e não há nenhuma resposta definitiva sobre as origens das Linhas de Nazca.