É cedo para a volta às aulas. Não há garantias à saúde de alunos, professores e demais trabalhadores nos estabelecimentos. É a posição da Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo, que representa 25 Sindicatos ligados ao ensino privado.
A Federação também quer assento no Comitê do governo estadual que trata da questão. Como a representação classista não foi incluída, a Fepesp acionou o Ministério Público do Trabalho.
Celso Napolitano, presidente da entidade, falou à live da Agência Sindical, segunda (20). Ele também preside o Diap - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.
TRECHOS PRINCIPAIS:
Retorno - "Fepesp é contra. Se as aulas fossem voltar agora ou no mês de agosto, seríamos totalmente contrários. Mesmo essa volta, em setembro, é muito arriscada, na minha opinião, da diretoria da Fepesp e dos Sindicatos associados".
Presença - "Publiquei artigo na Folha de S.Paulo e defendi que professores e educadores sejam ouvidos. Os representantes precisam compor o Comitê de retorno das atividades. Reabrir uma escola não é o mesmo que reabrir um comércio. Estamos falando de crianças. Pedimos que o Ministério Público do Trabalho faça mediação entre representantes da Educação e representantes do governo pra discutir eventual volta às aulas".
Vítimas - "Matemático da FGV projetou 17 mil mortes com a volta às aulas. Os pais precisam estar tranquilos com relação aos filhos na escola. Propomos um comitê multidisciplinar sobre o assunto. Em termos de protocolos educacionais, não é o mesmo que abrir o Pacaembu e colocar jogadores em campo. Isso é irresponsabilidade do governo. É preciso responsabilidade maior no retorno".
Atendimento - "O Sindicato dos Professores está atendendo virtualmente. A demanda é grande. Cerca de 150 telefonemas por dia, fora WhatsApp e e-mails. Todos estão muito preocupados com o retorno apressado às aulas. Os professores estão muito apreensivos".
Pré-vestibulares - "Os cursinhos estão voltando. Curso pré-vestibular, de idioma, informática não são considerados escolas. Esse segmento é de prestadores de serviços; os cursinhos receberam o aval pra voltar. Mas a frequência foi muito baixa porque alunos e familiares estão muito preocupados. Fui pego de surpresa no final de semana com a volta dos cursinhos. Estamos em contato com mantenedores de uma rede que está voltando pra discutir protocolos mínimos de isolamento social.
Uninove - "Uma imoralidade. A Uninove investiu em tecnologia e demitiu 1/3 dos professores. E por pop-up! O professor que entrava no Portal recebia mensagem de que estava demitido e tinha 48 horas pra entregar os documentos. Ingressamos com dissídio coletivo no Tribunal. Na audiência de conciliação, a escola elaborou proposta pra reduzir um pouco o impacto dos cortes. Tentamos um pacote que pudesse atenuar um pouco o impacto aos professores".
Votação - "Tivemos um pacote pela empresa com benefícios aos demitidos e reintegração ao trabalho dos deficientes. Aprovação, por voto on-line, foi de 67%. Instauramos também dissídio coletivo contra a Universidade Cruzeiro do Sul, Universidade Cidade de São Paulo e Unisa".
Contatos - "A pessoa pode procurar a Federação pelo site e entrar em contato através do ícone pra dúvidas ou orientações. Será atendida ou direcionada a um dos Sindicatos que integram a Fepesp".
Live - Clique aqui e assista à live na íntegra.
Mais - Acesse os sites da Fepesp e do SinproSP. |