Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 19 de junho de 2019

Assembleia organiza resistência contra desmandos da Laureate

A assembleia das professoras e professores da rede Laureate (FMU, FIAM e Anhembi Morumbi), reunida na quarta-feira, 26/06,  autorizou o SinproSP a entrar com ação de dissídio coletivo de natureza jurídica junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

A iniciativa tem como objetivo denunciar as demissões em massa promovidas neste final de semestre pelas instituições que fazem parte do grupo (foram mais de 200 professores demitidos). Nessas situações, a tendência é que seja designada uma audiência de conciliação para que os conflitos entre as partes sejam mediados por um desembargador.

 

Na quinta-feira, 04/7, a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de São Paulo, por iniciativa do deputado Carlos Giannazi (PSOL), vai realizar  audiência pública que pretende debater a mercantilização do ensino superior privado em São Paulo -  incluindo estas demissões na Laureate/Anhembi-Morumbi (veja a convocação ao lado).

 

 

Em âmbito nacional, o deputado federal Orlando Silva (PC do B/SP) apresentou requerimento para a realização de outra audiência pública, desta feita na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, para discutir a mesma questão - e demonstrar que não se pode tratar educação sob a lógica de mercadoria. O deputado Orlando Silva também protocolou junto ao Ministério Público do Trabalho denúncia sobre esses cortes abusivos.

 

     Assembleia dos professores (esq.), requerimento de explicações na Alesp.

 

 

 

 

 

As professoras e os professores que participaram da assembleia manifestaram forte preocupação com o cenário político vivido pelo país, com os violentos ataques contra direitos dos trabalhadores e o desmonte do sistema educacional do país. Concordaram que é preciso atuar em sintonia com movimentos de estudantes, além de começar a construir uma dinâmica de fortalecimento da organização dos docentes nos locais de trabalho, costurando uma rede de proteção e resistência, coordenada pelo Sindicato, que ajude a enfrentar as arbitrariedades promovidas pelos grandes conglomerados que atuam no setor.

“Está em curso um processo perverso de cartelização do segmento, com rebaixamento de custos e a definição de um teto salarial. Professores que recebem acima desse valor são descartados e, quando retornam ao mercado, sofrem com a redução brusca dos salários. É evidente que esse movimento tem consequências diretas dramáticas na qualidade de ensino, também precarizada. É a essa onda que precisamos resistir”, afirma Celso Napolitano, diretor do SinproSP e presidente da Federação dos Professores de São Paulo (Fepesp).

Aviso do Sindicato, para os professores e professoras: não aceitem qualquer ameaça nem confiem nas propostas feitas pela Laureate. Os casos de estabilidade por conta da aposentadoria, por exemplo, devem ser imediatamente comunicados ao Sinpro SP. Se tiver dúvidas, entre em contato com o pelo telefone 5080-5988 ou escreva para o e-mail laureate@sinprosp.org.br (sigilo garantido).

 

Assista na TV Fepesp:

 

19/06: DEMISSÕES EM MASSA NA ANHEMBI-MORUMBI - GRUPO LAUREATE SÓ PENSA NO LUCRO

A mercantilização do ensino superior privado mostra seu lado mais perverso no grupo controlado pela instituição norte-americana Laureate, que controla as faculdades FMU e a Anhembi-Morumbi. Nesta quarta-feira, 19/06, mais de cem demissões de professores foram anunciadas na Anhembi-Morumbi. Sem desculpa, e sem qualquer alegação em qualidade da educação: o corte está sendo feito por uma questão financeira, para incentivar a rotatividade por salários mais baixos, para aumentar o lucro dos acionistas – e que se dane a educação.

Na convocação do protesto de estudantes: Paulo Freire versus mercantilização do ensino.

Os estudantes da unidade Bresser da Anhembi Morumbi (Rua Dr. Almeida Lima 1134) programaram protesto para as 18 horas desta quarta-feira, 19/06, na porta da unidade. O Sinpro SP, que representa os professores na Capital, já convocou todos para assembleia geral na quarta-feira, dia 26 de junho, às 17h, no Sindicato (Rua Borges Lagoa, 170).

Em nota, o Sinpro SP denuncia os cortes como uma medida de “reestruturação que maximiza os lucros e sucateia a qualidade de ensino”.

 

 

Protesto: estudante se manifestam na porta da unidade Bresser da Anhembi-Morumbi, 19/06, em defesa dos professores demitidos, pela qualidade da educação

 

 

Veja a nota completa do Sinpro SP sobre as demissões (no site do Sinpro SP, aqui) e a convocação de professores do grupo Laureate:

SINPROSP CONVOCA ASSEMBLEIA DOS PROFESSORES DO GRUPO LAUREATE

Mais uma vez, a rede Laureate dá mostras da política predatória adotada no Brasil desde que o grupo norte-americano passou a atuar no país, comprando instituições de ensino tradicionais como a Anhembi-Morumbi, Fiam, FMU, Faam.

Neste final de semestre, o grupo deve demitir mais de 200 professores, como parte de uma reestruturação que maximiza os lucros e sucateia a qualidade de ensino.

As demissões em massa têm ocorrido todo final de semestre desde 2017. Assim como nos anos anteriores, muitos das professoras e professores que estão sendo demitidos são altamente qualificados e contam com longos anos de serviços prestados. Eles serão substituídos por outros, contratados por salários muito baixos, numa política cruel de redução da folha.

Os cortes fazem parte de uma política de redução dos salários, pela contratação de novos docentes por valores mais baixos. Foi uma ação adotada gradualmente ao longo de dois anos, tempo suficiente para garantir o recredenciamento dos cursos pelo MEC.

Diante da grave situação, o SinproSP chama todas as professoras e os professores para uma assembleia geral na quarta-feira, dia 26 de junho, às 17h, no Sindicato (Rua Borges Lagoa, 170).

Também como reação às demissões, os alunos da Anhembi Morumbi promoverão um ato na Unidade Bresser, no dia 19/06, às 18h.

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