Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 22 de março de 2020

Coronavírus: tire suas dúvidas sobre a doença

Quais são os sintomas da infecção pelo coronavírus?

Febre, inflamação na garganta, tosse seca e cansaço são os principais sintomas. Algumas pessoas relataram dores no corpo, congestionamento nasal e diarreia. Em casos mais graves, falta de ar severa, pneumonia e insuficiência renal.

Como acontece a transmissão do coronavírus?

Existem dois meios principais de propagação do vírus:

  • Por gotículas de saliva ou secreções de espirros, tosse ou fala de pessoas contaminadas que atinjam olhos, nariz ou boca de outra pessoa.
  • pelas mãos após o contato com superfícies contaminadas e posterior contato com olhos, nariz e boca. Essas superfícies podem ser apoios de mão do transporte coletivo, maçanetas, botões de elevador ou corrimões, por exemplo. As gotículas de saliva com o vírus atingem esses locais onde o coronavírus pode viver por alguns dias.

O fato de termos um clima mais quente ajuda?

Classicamente, fala-se que durante os períodos de frio as pessoas tendem a ficar mais aglomeradas, em casa, em espaços fechados, e o fato de não ter ventilação vai favorecer que a partícula infecciosa fique mais concentrada, e as pessoas mais próximas. São fatores epidemiológicos clássicos que fazem com que os vírus respiratórios na época de inverno e outono se transmitam com muito mais intensidade. Mas tem muito mais peso a densidade populacional, a dificuldade de restringir o contato social. Isso tem mais peso do que a parte climática. Veja o caso de Manaus, que é quente e nunca faz frio. Lá teve uma epidemia de influenza enorme, que a gente sempre associa com a estação do inverno, como a gente vê no hemisfério Norte. Mesmo assim, Manaus teve muitos casos de influenza.

O que fazer se eu suspeitar que estou com coronavírus?

Se você teve contato com alguém que viajou a algum país com casos confirmados ou teve contato com alguém que teve contato com uma pessoa que teve diagnóstico confirmado de coronavírus e estiver tendo febre e mais algum sintoma como dor de garganta ou falta de ar, procure a unidade de saúde mais próxima.

Cerca de 80% dos casos de coronavírus têm sintomas leves, como uma gripe. Para estes casos, a Organização Mundial da Saúde recomenda o isolamento, evitando sair de casa. A contaminação por coronavírus é motivo formal para afastamento do trabalho ou da escola.

Além disso:

  • Coloque a parte interna do antebraço na frente do rosto ao espirrar ou tossir. Ao usar lenços, evite o contato destes com superfícies e objetos;
  • Mantenha distância de outras pessoas;
  • Não utilize lenços de tecido, apenas descartáveis;
  • Não compartilhe copos, talheres, toalhas e outros objetos pessoais.

Quem corre mais risco com uma infecção por coronavírus?

Os grupos de risco são os idosos, pessoas com doenças crônicas, grávidas, crianças menores de 2 anos, transplantados, pessoas com câncer ou imunodeficiências. Estudos realizados na China indicam que crianças e adolescentes têm manifestações menos graves de coronavírus. E pessoas com menos de 40 anos tem muito baixo risco de complicações, com letalidade de 0,2%. Já entre pessoas com mais de 60 anos a taxa de letalidade do vírus chega a 19%.

Qual a melhor forma de prevenção contra o coronavírus?

As recomendações da Organização Mundial da Saúde são para lavar frequentemente as mãos com água e sabão e limpar superfícies, como móveis, celulares e corrimão, o que pode ser feito com álcool 70%, desinfetantes ou água sanitária. Evite tocar as mucosas de olhos, nariz e boca. Prefira ambientes ventilados e sem grandes aglomerações de pessoas. Também é recomendado evitar o compartilhamento de copos, talheres e toalhas.

O uso de máscaras é recomendado para quem está em contato com pessoas com sintomas de gripe ou se for realizar viagens de avião ou ônibus. As máscaras descartáveis devem ser trocadas a cada duas horas.

 

Qual a forma correta de lavar as mãos?

As mãos devem ser lavadas com água e sabão, a cada retorno para casa ou ambiente de trabalho. Álcool a 70% também pode ser utilizado. É preciso esfregar as palmas das mãos, entre os dedos, as pontas dos dedos, as costas das mãos e os pulsos. O procedimento correto leva em torno de dois minutos.

 

Qual o tratamento para a infecção por coronavírus?

Não existe tratamento para curar a infecção por coronavírus. As pessoas infectadas recebem tratamento sintomático, para aliviar a febre, dores e outros sintomas. Também é indicado repouso e ingestão de líquidos. Apenas casos graves necessitam de internação em hospitais.

Posso tomar antibióticos para combater o coronavírus?

Não. Antibióticos são medicamentos para uso contra infecções causadas por bactérias. Eles não têm ação contra vírus.

Existe vacina contra o coronavírus?

Não. Alguns países, como Cuba, Rússia, China e Estados Unidos, estão realizando pesquisas para desenvolver uma vacina contra o coronavírus. Mas especialistas estimam que leve, ao menos, dois anos para que uma vacina seja desenvolvida com segurança.

Vitamina D protege contra coronavírus?

Ministério da Saúde informa que não. Não há nenhum medicamento que previna uma infecção pelo coronavírus.

Beber chá de erva-doce ou muita água evita a infecção por coronavírus?

O Ministério da Saúde informa que não. Nenhuma conduta além da higiene constante e evitar aglomerações oferece proteção contra o coronavírus.

Alho e gengibre evitam a infecção por coronavírus?

O Ministério da Saúde informa que não. Embora sejam alimentos importantes para um bom funcionamento do sistema imunológico, eles não têm poder de evitar a infecção.

É verdade que o vírus morre a 25 graus de temperatura e bebidas quentes evitam a infecção?

Não. Se o vírus morresse com essa temperatura não conseguiria infectar nenhuma pessoa, já que a temperatura média do nosso corpo é de 36,5 graus.

Quantas vezes uma pessoa pode contrair coronavírus?

Ainda não se sabe. Só houve uma notícia de uma mulher infectada duas vezes pelo vírus, no Japão.

Animais de estimação podem pegar ou transmitir coronavírus?

A Organização Mundial da Saúde informa que não há nenhuma evidência nesse sentido. Há relatos de pessoas colocando máscaras em animais na China, mas sem nenhuma orientação de órgãos de saúde ou veterinários.

 

(da Rede Brasil Atual, com informações do Ministério da Saúde, gráficos do G1 e outras fontes)

 

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