Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 29 de março de 2023

29/03 - MEC prepara política contra violência, governador de SP quer colocar PM na porta da escola. Seminário da Contee discute financiamento dos sindicatos. E mais: etarismo e o convívio entre gerações na universidade

Violência nas escolas – a união de professoras, professores e pessoal administrativo das escolas da rede pública e nas instituições privadas é da maior importância para preservar nossa integridade, proteger nossa condição docente e restaurar a dignidade dos profissionais do Ensino. Veja nota da Fepesp aqui:  https://bit.ly/40sb8J1

  

Brasil não tem plano para prevenir ataques em escolas - O Ministério da Educação admite a necessidade de uma política para o combate desse tipo de ataque, mas informou que ainda está trabalhando "no desenho de uma ampla política de melhoria do clima e da convivência escolar e de fortalecimento de ações intersetoriais para o diagnóstico e tratamento das questões relacionadas à violência". "Vamos aprofundar e acelerar esse processo", promete a pasta.

Segundo os especialistas, as semelhanças e inspiração entre os casos de ataque em escolas mostram a urgência da necessidade de monitoramento de ações de grupos extremistas dentro e fora da internet. Folha de S. Paulo  28/03  https://bit.ly/3nwJ74h

 

Um mês antes do atentado em escola, Tarcísio suspendeu programa “Psicólogos na Educação” - A iniciativa colocava à disposição de todas as 5,1 mil escolas estaduais cerca de mil psicólogos para atendimento de professores e alunos. Os gestores das instituições de ensino foram avisados da medida no dia 6 de fevereiro. O programa foi criado em 2021, durante a pandemia da Covid-19, e tinha como objetivo central “aproximar os serviços de assistência e saúde mental”. Revista Forum  28/03  https://bit.ly/3zdD07V

 

Rio de Janeiro: Adolescente é apreendido após tentar esfaquear colegas na zona sul, diretora impede ataque - Um adolescente de 15 anos foi apreendido por policiais militares após tentar atacar com golpes de faca outros jovens da escola municipal Manoel Cícero, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. O secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, disse que a diretora da escola foi quem evitou que o aluno ferisse alguém. "Após perceber um comportamento estranho, a diretora o abordou. Foi quando ele puxou a faca em direção aos alunos da sala. A diretora conseguiu evitar que ele ferisse alguém", escreveu Ferreirinha em uma sequência de publicações no Twitter. Folha de S. Paulo  27/03  https://bit.ly/3G1OC1w

 

Artigo: ‘Perdemos a professora Bete, uma tragédia anunciada que poderia ter sido evitada pelo governo paulista’ - Ações isoladas e marqueteiras não resolvem a escalada da violência. O que resolve são outras medidas, entre as quais estas:  diálogo com toda a comunidade escolar para promover uma cultura da PAZ; realização de concursos devido ao déficit de profissionais; programas com equipes multidisciplinar; políticas educacionais que lidem com as múltiplas formas de violência que atravessam as nossas escolas; rede de proteção mais eficiente; acompanhamento psicológico nas escolas para estudantes, seus responsáveis, professores e funcionários. Estamos cansados de discurso. Precisamos de ações que realmente façam a diferença. Do contrário, podemos nos tornar amanhã um Estados Unidos, onde frequentemente ocorrem massacres nas escolas. Por Nelice Pompeu, em Viomundo  28/03  https://bit.ly/42SKk6f

 

Governo de SP estuda contratar PMs da reserva para atuar de forma permanente nas escolas - O governo de São Paulo estuda contratar policiais militares que estão na reserva para atuar de forma permanente nos colégios do Estado. Segundo Tarcísio, os comandantes da Polícia Militar já se reuniram com os diretores dos colégios nesta segunda-feira para encontrar formas de combater a violência nas unidades de ensino. Portal Terra via Agência Estado 28/03  https://bit.ly/3Kg8HU7

 

200 entidades pedem a Lula desmilitarização da educação - Duzentas entidades pedem a revogação do decreto que institui o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECIM). Em carta, as entidades apresentam as razões pelas quais o governo federal deve abolir imediatamente o PECIM e indica uma série de propostas para dar fim ao processo de militarização não só do ensino, mas também da vida da população brasileira. CNTE 27/03  https://bit.ly/42SKGtUhttps://bit.ly/3Kg8HU7

 

O NEGÓCIO DA EDUCAÇÃO

Cruzeiro do Sul reverte lucro no trimestre, receita líquida avançou 8% em base anual - A Cruzeiro do Sul Educacional registrou prejuízo líquido de R$ 15,5 milhões no quarto trimestre do ano passado, revertendo o lucro líquido de R$ 25,08 milhões anotado no mesmo período de 2021. Entre janeiro e dezembro, a empresa obteve lucro de R$ 6,6 milhões, queda de 92% em base anual.

A receita líquida avançou 8% em base anual, para R$ 521,86 milhões nos últimos três meses de 2022. Já no acumulado do ano, a receita somou R$ 2,02 bilhões, alta de 11,4% em relação ao reportado em 2021. Valor Econômico  28/03  http://glo.bo/3JVWKS7

 

TRABALHO

Contribuição sindical obrigatória: mais da metade dos deputados é contra - Mais da metade dos 513 deputados federais eleitos que tomaram posse em 2023 se dizem contrários ao retorno da cobrança de um tributo nos salários para financiar sindicatos, mostra um levantamento realizado pelo g1:
- Favoráveis ao retorno do tributo em salários para financiar sindicatos: 62 (12%)
- Contrários ao retorno do tributo em salários para financiar sindicatos: 258 (50%)
- Não quiseram responder a essa pergunta: 12 (2%)
- Não responderam ao questionário: 181 (35%)

Após eleito, o presidente Lula se reuniu com centrais sindicais no final de 2022 para discutir alternativas ao imposto para o financiamento das entidades. G1   29/03  http://glo.bo/3ZrSnUC

 

Financiamento sindical: subsídio ao primeiro ciclo de debates do Seminário Contee/CES - Debate está lançado. São inúmeras as possibilidades de alavancar as finanças sindicais. Para isso é preciso o emprego de reflexão coletiva e sustentável, para dar cabo da penúria que dragou a imensa maioria dos sindicatos Brasil afora.

Outras formas de financiamento - Parece que está evidente também que as entidades sindicais — sindicatos, federações, confederações e centrais — não podem mais depender de apenas uma fonte de financiamento, ainda que esta seja certa e liquida.

Assim, é preciso empregar esforço e criatividade para fomentar outras formas de arrecadar. Por exemplo, os “saites” e portais das entidades precisam ser atraentes e com conteúdo bem feito, a fim de as entidades buscarem publicidade. Para isso, as entidades terão a necessidade de montar departamentos comerciais, que se paguem. Assim, no mínimo, a comunicação dessas estarão asseguradas independentemente de crises financeiras. Contee  28/03  https://bit.ly/3TUibb1

 

 

'Sou idosa e as pessoas não queriam me ouvir', relata doutoranda de 70 anos
Folha de S. Paulo  28/03
https://bit.ly/3JWcipd

Exclusão, cancelamento e aprendizado marcam convívio entre gerações na universidade

O que move Sônia Maria Pereira, 70, a procurar novos cursos é a vontade de aprender e de estar com o outro. Foi graças a esse propulsor que ela concluiu três graduações, quatro especializações e o mestrado. Também é o que ela busca no doutorado que está em curso, mas a troca de experiências e a formação de vínculos já não ocorrem como antes.

"Eu sempre fui muito comunicativa e muito 'pequeninha', com cara de mais nova, então mesmo quando fiz a última graduação, aos 40 anos, a idade não foi um problema. Eu não senti essa diferença até chegar ao doutorado", diz. No início do mês, estudantes de Bauru (SP) debocharam de uma colega de 44 anos e afirmaram que ela deveria estar aposentada.

Sônia conta que iniciou o doutorado na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), mas decidiu buscar outra instituição porque o horário das atividades coincidia com as aulas que ministrava. A mudança foi um choque. "Eu tinha muita vontade de contar minha experiência, as transformações na educação nas últimas décadas, mas sou idosa e as pessoas não queriam me ouvir. Me vi excluída", relata a professora.

 

Jean Tudy dos Santos, 49, já pensou em desistir algumas vezes da graduação em psicologia, mas permanece porque deseja mostrar ao filho de 11 anos que não se deve abdicar dos planos diante das adversidades.

Nos anos 1990, quando fez o curso de direito, o delegado era um dos alunos mais populares da sala. Agora, afirma ser preterido pelos colegas por estigmas relacionados aos policiais e por expor seus valores pessoais.

"Tenho dificuldades para entrar em grupos de trabalho e não tenho mais idade para ficar correndo atrás, implorando", comenta o estudante, que está no quarto ano do curso. De acordo com o último Censo do Ensino Superior, somente 29,6 mil pessoas entre 50 e 54 anos se formaram no Brasil em 2021, contra 461,4 mil entre 19 e 24 anos.

Outra diferença, diz Jean, é a abertura para debates. No passado, não havia tanta liberdade para discussão. Por outro lado, não existia o medo de desagradar e ser cancelado. "Eu acabo estimulando outras pessoas a pensar de uma maneira diferente e mudei boa parte do meu posicionamento. Se você não tiver flexibilidade, é difícil e muitos não falam com medo do cancelamento".

Carolina Santos de Oliveira, 22, relata que esse receio é observado mesmo quando o assunto é o comportamento da turma. Na última semana, quando o barulho da sala atrapalhava a aula, coube a uma estudante mais velha, na faixa dos 40 anos, tentar colocar ordem. "Ela foi a única que se propôs a pedir para todos ficarem em silêncio. Eu não teria coragem, poderiam pegar rixa comigo".

A possibilidade de conexão, com os mais novos aprendendo a se posicionar e os mais velhos flexibilizando suas visões de mundo, é o que há de mais rico no convívio intergeracional no ensino superior, defende Cristiane Marcelino, coordenadora do curso de pedagogia da Universidade São Judas Tadeu.

"No mercado de trabalho, eles vão lidar com essas diferenças", enfatiza.

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