22 de março de 2023

22/03 – ‘Ensino Médio não será como está’ afirma Lula, a ‘sardinhada’ das centrais contra o juro alto, Unicamp quer mais humanas e menos matemática no vestibular, e mais: USP divulga 10 diretrizes para a educação lidar com a Inteligência Artificial
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Novo ensino médio: ‘Não vai ser do jeito que está’, afirma Lula – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 21, que o governo federal fará uma nova proposta em relação à reforma do ensino médio. Segundo ele, o ministro da Educação, Camilo Santana, fará um debate com alunos e professores para a construção desse formato.
“Ele [Camilo] vai fazer um debate sobre o ensino médio com os educadores, estudantes. Não vai ser do jeito que está”, disse Lula em entrevista à TV 247. A reforma foi aprovada via medida provisória na gestão Michel Temer (MDB), em 2017, sob argumento de tornar o ensino médio menos engessado e mais atrativo aos alunos. Estadão 21/03 https://bit.ly/3FJCh1E
Profissionais da educação vão às ruas por piso nacional e pela revogação do Novo Ensino Médio – Uma semana após as manifestações organizadas por estudantes contra o Novo Ensino Médio, profissionais da educação de todo o país sairão às ruas nesta quarta-feira (22) no Dia Nacional em Defesa da Aplicação do Reajuste do Piso nas Carreiras dos/as Trabalhadores/as em Educação. Manifestações estão marcadas em pelo menos 10 capitais, além de um evento online no Rio Grande do Norte. Em São Paulo, a manifestação está marcada para as 17h, no Masp.
Além da reivindicação salarial, a mobilização se junta à reivindicação de estudantes pela revogação do Novo Ensino Médio. Brasil de Fato 22/03 https://bit.ly/3TBYbKf
Artigo: ‘Reforma do Ensino Médio afeta em cheio as mães’ – No dia 1º de janeiro, posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), minha primogênita, na época com 15 anos, me fez um pedido enquanto acompanhávamos pela TV a cerimônia: “Mãe, será que você não pode falar para o presidente Lula acabar com esses itinerários?”, em uma certeza de que mãe é porto seguro.
O pedido de ajuda de minha filha soou para mim como a voz de muitos estudantes que têm tomado as ruas em manifestações contra o novo ensino médio. Querem ser ouvidos, respeitados e acolhidos. É o mínimo. Por Cristiane Gergina, em Folha de S. Paulo 21/03 https://bit.ly/3Jxt91r
EDUCAÇÃO SUPERIOR
Unicamp anuncia mudanças no vestibular, e provas passam a ter mais questões de humanas e menos de matemática – A comissão que organiza o vestibular da Unicamp (Comvest) anunciou mudanças na prova para este ano, que terá mais questões de humanas e redução, na primeira fase, em ciências da natureza. As alterações também afetam a segunda etapa, em que serão reduzida as perguntas de matemática para as provas específicas dos cursos de humanas e ciências da natureza.
Na prática, a Unicamp passa a cobrar conhecimentos em filosofia e sociologia nas duas fases do vestibular. Até o ano passado, as disciplinas estavam incluídas em história. As mudanças foram anunciadas nesta terça-feira (21).. G1 21/03 http://glo.bo/3FE4G9q
Relatora da Lei de Cotas quer maior assistência para cotista permanecer na universidade – Nova relatora da Lei de Cotas na Câmara, a deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG) defende que o cotista tenha prioridade de acesso aos auxílios oferecidos dentro do Plano Nacional de Assistência Estudantil para minimizar casos de evasão nas universidades.
Na avaliação dela, isso evitaria que a universidade tivesse que, ela própria, definir quais alunos cumpririam critérios para acessar os recursos para moradia, alimentação e transporte. Folha de S. Paulo 21/03 https://bit.ly/3JE9P2o
SINDICATOS
Centrais fazem ato, contra juros altos, em frente ao Banco Central – As Centrais Sindicais realizaram, na manhã desta terça-feira (21), um ato contra juros altos em frente a sede do Banco Central, na Avenida Paulista, 1804, em São Paulo, reuniu centenas de manifestantes para cobrar a queda da taxa básica de juros (Selic) praticada pelo Banco Central (BC), que atualmente está em 13,75% ao ano.
Sardinhada – Os sindicalistas assaram e distribuíram centenas de quilos de sardinha para os manifestantes e população em geral que passava próximo ao ato. “O objetivo do ato foi chamar atenção da sociedade e sensibilizar o membros do Banco Central da importância de baixar os juros “, disse Miguel Torres, presidente da Força Sindical. Rádio Peão Brasil 21/03 https://bit.ly/3Z3DQOR
Metodista: cartilha explicativa sobre o processo de recuperação judicial da instituição – Coletivo de entidades sindicais, entre as quais a Contee, divulgou o documento abaixo para ajudar os/as trabalhadores/as credores/as na compreensão do plano de recuperação judicial e do roteiro de pagamentos. Confira no link e baixe a cartilha. Sinpro ABC, Sinpro Campinas e outros 21/03 https://bit.ly/40856gn
O NEGÓCIO DA EDUCAÇÃO
Mercado editorial tem recuo puxado por livros escolares – A queda na venda de livros escolares derrubou o mercado editorial em fevereiro. Essa é a análise de Marcos da Veiga Pereira, proprietário da Sextante e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).
“Muitos livreiros me confirmaram essa queda dos livros didáticos e a migração para sistemas de ensino e outros materiais, muito acelerada durante a pandemia”, afirma. “O recuo foi generalizado, mas puxado pelas obras escolares”, diz. “Quando comparamos com o resto do mundo observamos uma desaceleração geral, graças ao retorno ao trabalho e maior oferta de conteúdos digitais.” Valor Econômico 22/03 http://glo.bo/3LPDt7s
Cientistas divulgam 10 diretrizes para a educação lidar com a Inteligência Artificial
Rede Brasil Atual 21/03
https://bit.ly/3G5gGkL
Pesquisadores da USP propõem mudanças e atenção total voltada à Inteligência Artificial, como no uso do ChatGPT. “Uma situação de maior complexidade”. Entenda
A Universidade de São Paulo (USP) iniciou uma discussão ampla sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) em ambientes acadêmicos. Também em pauta, as implicações jurídicas do uso da IA sobre, por exemplo, direitos autorais. “Não estamos prontos agora para pensar em sanções pelo uso. Precisamos perceber como será utilizado”, sintetizou a professora da graduação e da pós-graduação da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP-USP) Cristina Godoy.
Para começar a discussão, o Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP) realizou nesta terça-feira (21) um seminário sobre o software ChatGPT e Educação. “O ChatGPT ampliou as fronteiras da IA. Redige ensaios, resolve problemas, escreve poesia, estrutura algoritmos. Abre enormes possibilidades para toda a economia e a sociedade”, define o IEA. Então, o jornalista e professor da USP Eugênio Bucci (na foto, destaque) leu 10 recomendações da instituição neste primeiro momento.
Dez diretrizes
Primeira: Que o o ChatGPT seja permitido e não banido. Bem como softwares semelhantes. A USP deve reforçar para a comunidade, em especial para professores, a necessidade de se identificar e de se explorar melhor, da melhor maneira possível, os benefícios deste tipo de inteligência artificial para o ensino e pesquisa.
Segunda: Que seja feito um esforço da disseminação da compreensão das principais características deste artefato e dos recursos semelhantes que virão em enxurrada. Bem como seu potencial para desenvolvimento de novos métodos de ensino e pesquisa. Incluindo projetos, instrumentos de avaliação, gravação de podcasts, por aí vai.
Terceira: Que todo e qualquer uso destes modelos avançados de IA contenham fontes e referências bibliográficas. Essa questão é chave, é a transparência do uso. A transparência permitirá diferenciação do que foi produzido pela IA e o que é específico do estudante, do pesquisador, do professor.
Quarta: Que as atividades acadêmicas, trabalhos escritos e recomendações tenham sempre sua autoria creditada às pessoas. Membros humanos que compõem a comunidade. Mesmo quando tiverem recursos tecnológicos utilizados com transparência.
Quinta: Que a universidade oriente e elabore guias práticos referentes ao uso do ChatGPT e semelhantes para estudantes da graduação e da pós-graduação conforme possibilidades de impacto nos processos de pensamento crítico e científico dos discentes.
Sexta: Que as unidades da USP incentivem os docentes a pensarem novas formas de ensino de pesquisa. Sempre procurando aprender com a criatividade da sala de aula com discernimento do corpo docente e discente, com experiência internacional. De modo que os recursos tecnológicos possibilitem a ampliação do conhecimento humano e não levem ao constrangimento destas capacidades.
Sétima: Que a comunidade busque métodos de avaliação em sala de aula que contribuam para que usos dessas novas tecnologias não se deem de forma passiva, acrítica, ou sem confirmação de resultados com fontes consolidadas e reconhecidas. Isso leva em conta que no atual estado da arte ainda não há ferramentas que permitam identificar de forma segura o que foi produzido pela IA e o que não foi.
Oitava: Que a universidade elabore materiais de discussão sobre questões de natureza jurídica decorrentes do uso do ChapGPT. Notadamente do que se refere a direitos autorais e proteção de dados pessoais. Já que não são citadas fontes utilizadas e não é possível verificar se dados pessoais foram coletados mediante consentimento livre e informado.
Nona: Que o código de ética da USP seja atualizado por comissão especificamente criada para avaliar o uso de ferramentas de IA para a escrita de trabalhos acadêmicos. Para reduzir problemas éticos advindos do emprego de sistemas como o ChatGPT.
Décima: Esta comissão que vai revisar o código de ética vai ampliar o debate na comunidade acadêmica sobre novas tecnologias, seu uso e eventuais impactos no processo educacional. De modo a contribuir para o esforço que a USP realiza para avançar como universidade, elevar o padrão de excelência na pesquisa, atualizar currículos e preparar estudantes e professores para lidarem com as rápidas transformações do século 21.
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O ChatGPT só é monstro se não houver um professor por perto – ‘Virar as costas para a nova tecnologia é se render a um ensino que despreza a evolução em sala de aula’, escrevem Lidiane Christovam e Iberê Moreno (foto), diretores do SinproSP, em artigo para abrir o debate sobre o uso da Inteligência Artificial no ambiente de ensino. Artigo publicado originalmente na revista Carta Capital. Fepesp 20/03 https://bit.ly/3TsQSUS
Setor de educação agora é o principal alvo de ataques de ransomware – De acordo com levantamento da empresa de segurança BlackFog, o setor de educação é agora o principal alvo de ataques de ransomware, superando o governo e a saúde. Um ataque cibernético bem-sucedido a uma escola ou faculdade pode ter consequências devastadoras e de longo alcance.
Para Caio Sposito, country manager Brasil da Arcserve, o aumento do ensino remoto após a pandemia expandiu a superfície de ataque. “Antes, o e-learning não era tão difundido. Agora, com muito mais pessoas agora acessando redes educacionais de locais remotos, os cibercriminosos podem explorar muito mais pontos de entrada, colocando uma pressão adicional sobre as escolas”, detalha Caio. TIinside 21/03 https://bit.ly/3lxWkt7
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