Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo

Por Beth Gaspar em 20 de abril de 2023

20/04 - Os boatos sobre violência neste dia 20. Estudantes voltam às ruas pela revogação do Novo Ensino Médio. A fusão de sindicatos de professores no Centro Oeste. E mais: pelo dia dos povos indígenas, a memória de Rondon

Violência nas escolas: os boatos, as ações do governo, a live desta noite, tudo no boletim da Fepesp desta quinta-feira.

 

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

Escolas tentam evitar pânico diante de boatos e se dividem sobre cancelar aulas nesta quinta - Escolas e redes de ensino do país têm reagido de diferentes formas a boatos e mensagens de ameaças que circulam nas redes sociais e anunciam supostos ataques para esta quinta (20). Enquanto algumas alteram a programação e até suspendem aulas para tranquilizar pais e alunos, outras mantêm suas atividades e reforçam comunicação sobre medidas de segurança.

Secretarias de Educação negam qualquer possibilidade de ocorrência e lamentam disseminação de conteúdos falsos na internet que geram uma onda de pânico iniciada após dois recentes atentados em São Paulo e em Santa Catarina e que se intensificou nesta semana. Folha de S. Paulo 19/04  https://bit.ly/3Lg0zUb

 

Live: ‘Violência nas Escolas’ é tema de conversa com Telma Vinha, da Unicamp – Em live promovida pelo Sinpro SP a professora Telma Vinha, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A especialista em convivência escolar e formação ética, Telma Vinha, que pesquisa violência nas escolas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), diz que não há política pública no Brasil para prevenir novos ataques. “Vai acontecer de novo, só não se sabe onde”, alerta. Hoje, às 19 horas, no YouTube do sinpro.  Sinpro SP 20/04 18/04  https://www.youtube.com/watch?v=brsh184MKls

 

Operação Escola Segura cumpre mandados contra violência nas escolas em cinco estados – As polícias civis estaduais cumprem, na manhã desta quarta-feira (19), mandados de apreensão provisória de 10 menores de idade, em operação contra a onda de ataques e violência nas escolas. A operação, batizada de Escola Segura, é comandada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A operação integra também a Polícia Federal e guardas municipais e é articulada desde o ataque a uma creche em Blumenau (SC) no dia 6, quando quatro crianças foram assassinadas  e cinco ficaram feridas.

Os agentes executam também buscas e quebras de sigilo. As ordens de apreensão de menores são realizadas nas cidades de Blumenau, Curitiba e Guaíra (PR), Recife, São Paulo, Itapira, São José dos Campos e Salto (SP) e Barra Mansa, Duque de Caxias e São Gonçalo (RJ). Rede Brasil Atual  19/04  https://bit.ly/3LgSYEW

 

ENSINO MÉDIO, O ‘NOVO’

Estudantes fazem passeata pela revogação do novo ensino médio em SP - Estudantes fizeram nesta quarta-feira (19), na capital paulista, um protesto pedindo a revogação do novo ensino médio. O ato se concentrou em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, na região central e saiu em passeata, descendo pela Rua Augusta, até a Praça da República, no centro, onde fica a sede da Secretaria Estadual de Educação. Os jovens gritavam palavras de ordem e carregavam bandeiras e faixas.

Segurança e investimentos - Além da revogação do novo ensino médio, os estudantes reivindicam mais investimentos e segurança nas escolas. “A gente pode fazer o nosso currículo dos sonhos, mas nada vai adiantar se as nossas escolas não tiverem estrutura”, ressaltou União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (Umes), Valentina Macedo. Agência Brasil 19/04  https://bit.ly/3mX0Phv

 

Educadores dizem que novo ensino médio amplia desigualdades – O novo ensino médio, que começou a ser implantado no país no ano passado, tem ampliado as desigualdades e prejudicado principalmente as pessoas mais pobres e vulneráveis. Para especialistas em educação ouvidos pela Agência Brasil, a situação tende a ser mais grave nas escolas públicas.

Procurado pela Agência Brasil, o MEC informou que não vai emitir opinião sobre as manifestações que pedem ou não a revogação do novo ensino médio. A pasta disse que “todos os atores do Ministério da Educação e entidades que conduzem a consulta pública estão trabalhando coletivamente na construção dessa agenda”. Agência Brasil  19/04  https://bit.ly/3UTXlcr

 

Vamos discutir melhor saída para o ensino médio, diz Lula – “Não dá para revogar sem ter o que colocar no lugar”, disse o presidente neste dia em que os estudantes foram às ruas, pela segunda vez, pedir a revogação da reforma do ensino médio.

Segundo Lula, ainda durante o período de transição teria sido decidida a continuidade da reforma. Mas começou então uma discussão sobre revogar ou não – o fez o governo criar um grupo para debater a “melhor saída para aperfeiçoar o nosso ensino médio”. “É muito sério o que aconteceu com o ensino médio neste país e, portanto, nós temos de tratar com a maior seriedade.” Rede Brasil Atual  19/04  https://bit.ly/3KT43dV

 

SAÚDE

A importância da educação sexual nas escolas - Há quem ainda pense que a educação sexual tem como foco ensinar sexo para crianças. Mas nada poderia ser tão distante da realidade: o assunto vai muito além da abordagem que visa só o sexo. A educação sexual é um processo que fornece informações para que pessoas desenvolvam uma compreensão saudável e positiva sobre sexualidade, anatomia, saúde sexual e reprodutiva, contracepção, relacionamentos saudáveis, consentimento, diversidade sexual e de gênero.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), material que funciona como base para a educação brasileira, não traz direcionamentos para a pauta de educação sexual nas escolas. Sem uma base nacional, educadores e escolas procuram maneiras de abordar o assunto em sala de aula com o objetivo de conscientizar crianças e adolescentes sobre a autonomia com relação ao próprio corpo. Atualmente, apenas três estados da federação indicam a educação sexual como disciplina nas escolas. São eles: Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Veja São Paulo 19/04 https://bit.ly/41Hhkgl

 

Nos EUA: Flórida proíbe educação sexual em escolas - O Conselho de Educação da Flórida aprovou nesta 4ª feira (19.abr.2023) a expansão da lei “Don’t Say Gay” (“não diga gay” em tradução livre), lei que proíbe aulas com este tema. A medida deve entrar em vigor em 1 mês. Eis a íntegra do relatório (122 KB, em inglês). A lei foi assinada pelo governador do Estado norte-americano, Ron De Santis, em 2022. Antes, a legislação proibia aulas com esses temas até a 3ª série. Agora, as discussões sobre orientação sexual e identidade de gênero estão proibidas em todas as escolas públicas do Estado....

A lei aprovada por De Santis também permite que os pais processem instituições com aulas que tenham esses conteúdos. Poder360 19/04 https://bit.ly/43Q66Z6

 

SINDICATOS

Unificação de sindicatos e fusão de federações na região Centro-Oeste- Ocorreu nos dias 17 e 18 de abril, na cidade de Cuiabá, reunião patrocinada pela Contee e pelos representantes dos sindicatos de Cuiabá, Campo Grande e Dourados (a distância) para tratar da estrutura e da organização sindical das entidades na região Centro-Oeste.

O encontro teve como objetivo abrir conversas para a unificação das entidades sindicais de base dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com a exceção de Dourados, e para a fusão e criação de uma nova federação no Centro-Oeste envolvendo sindicatos de Goiás, Tocantins, Brasília, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Ficou ainda acertado que, no primeiro momento, haverá rodízio na direção da nova entidade constituída. Quanto ao patrimônio das atuais federações, o acordo é de que cada uma delas discutirá em seus fóruns a destinação patrimonial. Contee 19/04 https://bit.ly/3LdPz9Q

 

 

Rondon, o brasileiro que foi encontrar nosso povo na floresta
Facebook  19/04
https://bit.ly/3AeJsff

Sua meta sempre foi a de integrar o Brasil e, encontrando-se com os povos originários decidiu: ‘Morrer na missão se preciso for, matar, nunca”. Por Ricardo Paoletti

Neste  dia dos povos indígenas – dia do índio, como se dizia antes – é dia de lembrar do Marechal Cândido Mariano Rondon, que deu nome ao projeto Rondon que levou uma moçada para o mato, que inspirou o grande Darcy Ribeiro, que formou uma geração de indigenistas como os irmãos Villas Boas e que hoje está praticamente esquecido.

Rondon foi quem se meteu pela floresta demarcando rios que ninguém conhecia, esticando linhas de telegrafo no meio de um país esquecido, e que foi até a ponta do Acre e na borda com as Guianas para botar estacas exatamente onde eram e ainda são nossas fronteiras.

E encontrou muitos indígenas pelo caminho, muitas tribos que nunca tinham visto um branco pela frente e outras tantas que acabaram vendo, sendo vistas e exploradas por seringueiros, mineradores, madeireiros, em um caminho de extermínio parecido com o que enfrentou o povo ianomâmi antes de Lula chegar lá com o socorro.

A muito custo Rondon criou o Serviço de Proteção aos Índios, na República Velha, que foi esquecido no Estado Novo, aparelhado durante os anos de chumbo e – ele deve estar feliz lá em cima – agora, com o respeito necessário, tornado no ministério dos Povos Indígenas. Devemos ter um milhão de indivíduos como povos originários nas reservas e alguns poucos ainda não contactados, hoje em dia.

A história de Rondon se confunde com a história do Brasil desde o golpe que implantou a República, e está muito bem contada neste livro, ‘Rondon, uma biografia’ (editora Objetiva, 565 páginas), do jornalista norte americano Larry Rohter.

Rohter foi correspondente do jornal New York Times durante 14, 15 anos, viajou o Brasil todo, e se interessou pela história quando foi atrás da aventura do ex-presidente americano Ted Roosevelt, em 1914, levado pela expedição de Rondon pela Amazônia desconhecida. Viajaram em canoa, a pé, lombo de burro por 1.600 quilômetros de um rio sem nome, quase morreram no caminho. Rohter diz que Rondon foi ‘o maior explorador dos trópicos na história’, maior que muitos nomes consagrados, mas não reconhecido por não ser branco ou europeu. Rondon era descendente dos Bororo.

O livro é muito bom de ler. Pena que está esgotado, só se encontra em sebo ou na Estante Virtual.

 

Brasil celebra 1º Dia dos Povos Indígenas após mudança em lei; entenda a diferença entre índio e indígena - Pela primeira vez, o Brasil celebra neste 19 de abril o "Dia dos Povos Indígenas" - e não mais o "Dia do Índio", como a data era conhecida até o ano passado.A mudança foi oficializada em julho de 2022 com a aprovação da Lei 14.402.

Motivo: A palavra "índio" é considerada problemática por ser um termo genérico e não considerar a diversidade dos povos indígenas.

Há anos, defensores das causas indígenas já argumentavam que a data, que marca a luta dos povos originários pela sobrevivência desde a colonização do Brasil até os genocídios modernos, deveria ser chamada de "Dia dos Povos Indígenas".

De acordo com a professora e doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) Márcia Mura, a alteração era necessária para refletir as ideias e lutas das diversas sociedades indígenas.G1 19/04 http://glo.bo/3Ad253a

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