A UNIESP, que gosta de ser chamada de ‘Universidade do Brasil’ e tem mais de 110 escolas pelo país, aplicou calote em suas professoras e professores e não pagou até agora o reajuste salarial devido desde o dia 1º de março.
Seu presidente, Fernando Costa (na foto) é omisso: em duas ocasiões foi chamado a participar do foro conciliatório de conflitos – como estabelecido pelo próprio sindicato das mantenedoras de instituições de ensino superior, o Semesp – e não foi. Irresponsável, mandou nas duas vezes um estafeta sem poder de decisão. Medroso, o estafeta-representante não assina ata nenhuma. Mas isso não vale nada: a denúncia foi feita, a ata lavrada, os professores têm razão e o que a Uniesp pratica é simplesmente estelionato salarial com seus docentes.
A Uniesp não é séria e, agora, o caso vai para a Justiça. Os sindicatos integrantes da Fepesp que tem a Uniesp em sua base preparam ação coletiva, em nome dos professores, para obrigar a instituição a pagar o que deve. O reajuste, e outros direitos desrespeitados, estão na convenção coletiva e tem força de lei.
A fraude da Uniesp entra em uma lista de irregularidades que foram motivo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito movida na Assembleia Legislativa de São Paulo, proposta pelo deputado estadual Carlos Giannazi. As denuncias foram encaminhadas ao Ministério do Trabalho. Na polícia, a Uniesp também enfrenta acusação de fraude no sistema de financiamento estudantil do Fies, com a reclamação de alunos que receberam a promessa de ressarcimento completo de empréstimos para bolsas, mas acabaram ficando apenas com as dívidas.
Dinheiro para pagar professores a Uniesp tem. Se não tivesse, não estaria sustentando ‘parceria’ com clubes de futebol (como o Flamengo, no Rio, na inauguração do seu ‘Ninho do Urubu’ (na foto, o dono da Uniesp, à esq., com a camiseta do clube) ou patrocinando e apresentando projeto para o novo estádio do Clube Atlético Mineiro. Fernando Costa, o presidente-reitor, é frequentador dos encontros empresariais da LIDE, por exemplo.
Às professoras e professores da Uniesp em São Paulo, segue a recomendação: fiquem atentos aos avisos do seu Sindicato. Ao contrário da sua propaganda, a Uniesp não é solidária – mas vai ter que pagar.
- Itu: Uniesp derrotada na Justiça por mão de gato no salário de professores