Lava a nossa alma o Globo de Ouro concedido a Fernanda Torres, eleita Melhor Atriz, por sua atuação no filme “Ainda Estou Aqui”. O prêmio é concedido pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood.
O filme dirigido por Walter Salles ajuda a desvendar o assassinato covarde pela ditadura do deputado Rubens Paiva, em 1971. Seu corpo continua desaparecido.
A premiação, em Los Angeles, também valoriza o cinema brasileiro e, com certeza, representa um estímulo efetivo ao audiovisual nacional, que emprega grande quantidade de profissionais, produz cultura e gera renda.
A história de “Ainda Estou Aqui” também merece atenção especial por focar a valentia de uma mulher que, após perder o marido, tenta preservar sua memória e romper a barreira do silêncio. Por meio de cartas nunca entregues e relatos pessoais, a obra aborda questões como memória, justiça e os desafios enfrentados por quem viveu e sofreu na carne a violência dos anos de chumbo.
Para que os canalhas nunca sejam esquecidos, vale registrar que, em 2014, quando da cerimônia de instalação do busto de Rubens Paiva, na Câmara de Deputados, Jair Bolsonaro tumultuou o evento, provocou, xingou e cuspiu na estátua.
Nas salas de aula, “Ainda Estou Aqui” pode ser um instrumento de reflexão, debates e reconstituição histórica. O filme resgata fatos importantes da nossa história recente, possibilitando a professores evidenciar as consequências sociais e políticas da ditadura.
O reconhecimento de Fernanda Torres, com o Globo de Ouro, chama atenção para a qualidade do cinema brasileiro, que continua a produzir obras capazes de dialogar com diferentes públicos e gerar impacto em questões básicas para a sociedade e a democracia.
A Fepesp louva a premiação da atriz e estende nossos respeitos a toda a equipe que concebeu, executou e garantiu condições para o êxito do “Ainda estou aqui”.
Direção da Federação dos Professores no Estado de São Paulo.