Motivos para lutar não faltam. Em 2019, segundo levantamento da Folha divulgado em fevereiro, o índice de feminicídio cresceu 7,2% no país. Nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Alagoas, Bahia, Roraima, Amazonas e Amapá, o aumento de registros foi de mais de 30%.

As mulheres trabalhadoras também estão entre as mais prejudicadas pala destruição dos direitos trabalhistas, previdenciários e pelo congelamento de investimentos públicos em áreas cruciais, como saúde e educação. Proliferação de contratos temporários e intermitentes sujeitam as mulheres — que muitas vezes já cumprem duplas ou mesmo triplas jornadas, quando ainda são vistas como únicas responsáveis serviço doméstico e da criação das crianças — a cargas horárias ainda mais exaustivas. Aumento da idade mínima e do tempo de contribuição para a aposentadoria obrigam trabalhadoras que ingressaram no mercado de trabalho muito cedo a trabalhar por ainda mais tempo, roubando-lhes o direito a um descanso digno. Falta de investimentos em creches deixam mães trabalhadoras sem ter onde deixar seus filhos.

Além disso, estamos diante de um governo antidemocrático, autoritário e que já deu mostras consideráveis de misoginia. Por tudo isso, as entidades sindicais — incluindo a Contee e seus sindicatos e federações filiados, que representam uma categoria majoritariamente feminina —, os movimentos sociais e os coletivos de mulheres estão preparados para ocupar todos os espaços de discussão ao longo desta semana, denunciando o atual contexto de violência física, sexual, psicológica, trabalhista e simbólica, em todas as esferas, à qual as mulheres estão submetidas.

Rumo ao 8 de março, Dia Internacional das Mulheres. Luta e resistência são palavras femininas.

 

No site da Contee, por Táscia Souza