Federação dos Professores do Estado de São Paulo, 19 de abril de 2024

7 de março de 2023

07/03 – Negociações do Ensino Superior começam nesta semana, mais de 300 entidades pedem fim da reforma do Ensino Médio (e nós estamos nessa lista), mulheres de SP tem mais escola e menos salário. E mais: o escândalo do trabalho escravo

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Amanhã, quarta-feira, dia 8 de março – todas e todos na marcha pelo Dia Internacional de Luta das Mulheres, às 17 horas partindo do vão do Masp em São Paulo!

 

ENSINO SUPERIOR 2023

Começam as negociações nesta Campanha Salarial do Superior – As negociações com o Semesp – sindicato patronal – já começam na próxima semana! Serão quatro rodadas em março, nos dias 09, 16, 23 e 31.

É hora de subir o tom e fazer cada vez mais barulho. Não desistimos. E exigimos o cumprimento da sentença determinada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) no ano passado, a reposição salarial e condições dignas de trabalho. Exigimos negociações sérias e honestas! Fepesp  07/03  https://bit.ly/3YtlhDB

 

REFORMA DO ENSINO MÉDIO

Ministro diz que criará grupo de trabalho para ‘corrigir’ novo ensino médio Um grupo com representantes de diferentes setores da educação será formado pelo MEC para “corrigir” problemas da reforma do ensino médio. Desde o início do governo Lula, entidades e professores têm pedido pela revogação do modelo.

Reportagem do UOL apresentou relatos de professores sobre as mudanças. Uma professora de história, por exemplo, preferiu abandonar as aulas do ensino médio e trabalhar com turmas do ensino fundamental.

Apesar do governo Lula (PT) não sinalizar que vai revogar o modelo, mais de 300 entidades assinaram uma carta pedindo o fim da reforma. “A reforma está a serviço de um projeto autoritário de desmonte do Direito à Educação como preconizado na Constituição de 1988”, diz trecho do documento. UOL 06/03  https://bit.ly/3kVK4T6

 

‘Sem salvação’: mais de 300 entidades pedem fim da reforma do Ensino Médio Desintegradora, antipopular, autoritária, perversa, precarizante, privatizante, engodo, antidemocrática, desigual, fragmentadora, desregulamentadora, desescolarizadora, potencialmente catastrófica, sem qualidade. É extensa a lista de apupos que qualificam negativamente a reforma do Ensino Médio na carta aberta, assinada por mais de 300 entidades, que pede a revogação da política pública. UOL 06/03   https://bit.ly/3Yr2OaA

Veja aqui a carta aberta pelo fim da reforma do Ensino Médio A Fepesp, em nome de seus sindicatos integrantes, é uma das signatárias da carta, leia: “Na contramão de tudo o que vinha sendo encaminhado, temos hoje uma Reforma do Ensino Médio que, em vez de integrar, desintegra. A Reforma vigente no país foi apresentada como Medida Provisória (MP 746/2016) poucos meses após a ascensão de Michel Temer à Presidência da República, em consequência do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Com isso, o então presidente abortou o (ainda que insuficiente) processo de discussão sobre o Ensino Médio iniciado na Câmara dos Deputados em 2012. O uso do expediente  autoritário da Medida Provisória para realizar uma reforma educacional foi criticado por entidades da sociedade civil organizada, mas também pelo então Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que apresentou parecer ao Supremo Tribunal Federal alegando a inconstitucionalidade da medida”. Fepesp 06/03   https://bit.ly/3kQ2lBd

 

Brasil deixa de ganhar 2 pontos no PIB com educação de má qualidade Por não chegar ao menos à nota média dos estudantes de países desenvolvidos em avaliações internacionais, o Brasil deixa de ganhar 2 pontos porcentuais no Produto Interno Bruto (PIB) ao ano.

A conclusão está em um estudo de pesquisadores da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que faz uma síntese das evidências sobre o impacto da educação no crescimento de uma nação. O Brasil é um dos últimos colocados em rankings de avaliações e seu PIB médio, na última década, foi de 0,26%. UOL 06/03  https://bit.ly/3kMbNWh

 

 

 

Dois em cada dez brasileiros afirmam que viram uma mulher ser assediada no último ano, diz pesquisa – Dois em cada dez brasileiros (21%) afirmam que presenciaram uma cena de assédio sexual contra uma mulher no último ano.

É o que revela o levantamento “International Women’s Day”, do Instituto Ipsos em parceria com o Global Institute for Women’s Leadership, da Universidade King’s College London, realizado em 32 países. O Brasil está acima da média global, de 14%. A Tailândia lidera o ranking com 30%, e o Japão é o último colocado, com 4%. Monica Bergamo 06/03  https://bit.ly/3ZsMN5h

 

Mulheres paulistas são mais escolarizadas, mas ganham menos que os homens- As mulheres paulistas são mas escolarizadas, mas ainda ganham menos que os homens em São Paulo. Essa é uma das conclusões da pesquisa “Perfil da Mulher Paulista; demografia, escolaridade, trabalho e renda”, publicado pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.

Em todas as faixas etárias pesquisadas, com exceção de 65 anos ou mais, o percentual de mulheres que concluiu o ensino superior é maior. Entre 25 e 34 anos, e 35 e 44 anos, 34% das mulheres têm graduação, ante 27% e 28% dos homens, respectivamente. Entre 45 e 54 anos, 26% das mulheres e 22% dos homens concluíram o ensino superior.A formação, no entanto, não é suficiente para garantir salários iguais, e a discrepância se acentua com mulheres negras. Painel FSP 07/03  https://bit.ly/3IPRn6C

 

A evolução feminina na educação – De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2019, sobre o principal motivo de terem abandonado ou nunca frequentado a escola, 23,8% das mulheres citaram a gravidez e 11,5% apontaram precisar cuidar de pessoas ou de afazeres domésticos. E, mesmo diante dessas dificuldades, dados do IBGE mostram que as mulheres representam hoje a maioria no ensino superior no Brasil, mas ainda são minoria em cursos de exatas. Rádio Nacional 06/03  https://bit.ly/3YpDfXC

 

Dia da mulher: Dieese mostra que ainda falta muito para conquistar- Embora sejam maioria da população, as mulheres estão sub-representadas nos espaços de poder. Mesmo com o aumento de 33,3% de candidaturas femininas, nas eleições de 2022nas esferas federal, estadual e distrital, segundo a Agência Senado, apenas 302 mulheres, no total, conseguiram se eleger, enquanto o número de homens eleitos chegou a 1.3941. É o que informa o boletim especial para o Dia da Mulher, divulgado nesta segunda (6) pelo Dieese, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos. Rádio Peão Brasil 06/03  https://bit.ly/3L2ff9Z

 


Podcast: universo feminino, escolas –
O SinproSP No Ar começa a temporada 2023 com muita potência e conversa com Mariana Venturini, professora e pesquisadora. “A gente observa, ainda hoje, que a marca das mulheres na Educação está ligada à ideia de cuidado – Educação Infantil, Educação Básica. A divisão sexual do trabalho afirma que há uma separação entre trabalhos de homens e trabalhos de mulheres. (…) Se a gente conseguir colocar o Brasil de volta no trilho da Democracia, caminhando para combater as desigualdades sociais, que incluem as de gênero, de raça, eu acho que já vou ser bastante feliz”. Sinpro SP 07/03  https://spoti.fi/3IU2CLi

 

O NEGÓCIO DA EDUCAÇÃO

Grupo Atmo transfere escolas à Rede Decisão e se torna sócia – A Rede Decisão, grupo de educação com atuação e São Paulo e Minas Gerais, fechou uma parceria com o Grupo Atmo Educação, sediado em Campinas (SP), envolvendo a transferência de cinco escolas do grupo Atmo para a Rede Decisão em troca de uma participação acionária na empresa.

As escolas transferidas à Rede Decisão são unidades Anglo e Objetivo, localizadas em Campinas, Hortolândia e Vinhedo, interior de São Paulo. Com a parceria, a Rede Decisão passa a controlar 21 escolas de ensino básico, fundamental e pré-vestibular em Belo Horizonte e São Paulo. Valor Econômico 06/03  http://glo.bo/3Jtcuxj

 

TECNOLOGIA

ChatGPT, Meta, Microsoft, Google, Snapchat: efeito manada na guerra das plataformas pela inteligência artificial- Com o sucesso do Chat GPT, a gigante da tecnologia Microsoft anunciou uma reformulação de seu mecanismo de busca Bing e do navegador Edge alimentado por inteligência artificial. Para isso, a empresa firmou uma parceria justamente com a desenvolvedora do ChatGPT, a Open AI. “É um novo paradigma para a pesquisa. Uma inovação rápida virá”, disse o CEO da Microsoft, Satya Nadella. “Na verdade, uma corrida começa hoje … todos os dias queremos trazer coisas novas e, o mais importante, queremos nos divertir muito inovando na pesquisa porque é hora.”

Já o Google revelou uma nova ferramenta de chatbot apelidada de “Bard” para competir com a ferramenta. Em seguida, foi a vez de Mark Zuckerberg anunciar a criação de um time dedicado ao desenvolvimento de “produtos de alto nível focados em inteligência artificial”. CNN 06/03  https://bit.ly/3kQUgMq

 

 

O escândalo do trabalho escravo, por Jorge Souto Maior
Agência Sindical
https://bit.ly/3myjznf

Para o desembargador da Justiça do Trabalho, empresas usam terceirização para se eximir de responsabilidade social

É triste reconhecer que, historicamente, sempre houve exploração do trabalho no país. Essas mazelas fazem parte da nossa realidade. Não podemos ignorar os problemas e horrores, como a reforma trabalhista de 2017, mas também não podemos pensar que tudo estava bem antes dela.

Quando vemos os casos recentes de trabalho em condições análogas à escravidão, como na produção de vinho no sul do país, essas notícias não são consequências da reforma trabalhista. Na verdade, há registros históricos de exploração do trabalho em condições deploráveis. É importante lembrar da Cosan, em 2011, entre outros casos. Grandes empresas envolvidas com trabalho escravo no Brasil.

A gente não pode esquecer que temos mais de 400 anos de história de escravidão no Brasil em pouco mais de 500 anos. A legislação trabalhista só começou a ser efetivada a partir da década de 1930. Então, nossa experiência de trabalho assalariado com plenos direitos e direitos sociais efetivos é bem curta, não chega a 100 anos. Nossa história é marcada pela escravidão e todos os seus males e problemas.

O impacto dessa notícia específica sobre trabalho em condições análogas às de escravos gera comoção social. E isso é importante. Mas muitos que se comovem, principalmente a grande mídia, não refletem sobre a sua própria contribuição histórica para essa situação, como a reforma trabalhista e a terceirização, que estão envolvidas em praticamente todas essas notícias.

O que precisa ocorrer do ponto de vista jurídico para que isso nunca mais aconteça é que as vinícolas sejam expropriadas e o valor seja direcionado a indenizar essas pessoas, num valor milionário. E que sejam direcionadas também políticas públicas para combater o trabalho escravo no Brasil. Não pode haver uma atividade econômica com base nessa realidade.

Se uma situação dessa acontece nos Estados Unidos, essa empresa vai pagar milhões de dólares de indenização.

Assim como não aconteceu nada com aquelas empresas que eu mencionei, não aconteceu com alguém no Brasil. O máximo que gerou foi a liberdade das pessoas e o pagamento de verbas nesse valor ínfimo, sem nenhum tipo de condenação social por danos e indenizações que seriam realidades em outro lugares.

Eu acho que a gente tem que olhar para o Brasil e achar soluções sem ficar flanando nos outros países, porque é sempre uma ideia colonial de ver o mundo. A gente precisa achar nossas soluções. Mas, já que o argumento tanto se usa, se uma situação dessa acontece nos Estados Unidos, essa empresa vai pagar milhões de dólares de indenização. Não é simplesmente um pedido de desculpas que vai resolver.

Nós precisamos levar isso com a seriedade que essa situação implica, do ponto de vista jurídico e econômico. Infelizmente, o nosso histórico é de minimizar a importância da classe trabalhadora, dos direitos sociais e da efetivação da justiça social. Como consequência, lidamos com essa quantidade de condições análogas à escravidão e não conseguimos reprimir devidamente quando essas realidades se explicitam, porque elas estão presentes na nossa realidade de forma muito intensa.

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