Federação dos Professores do Estado de São Paulo, 28 de maro de 2024

27 de outubro de 2022

27/10 – Sindicatos vencem patronal no dissídio de greve do Ensino Superior, os balanços dos grandes na Educação, Haddad encosta em Tarcísio, e mais: os cem anos de Darcy Ribeiro, o visionário que lutou por indígenas

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Ensino Superior: vitória é  resultado da persistência e insistência dos sindicatos integrantes da Fepesp, com o apoio decidido e decisivo da categoria em assembleias em todo o Estado. Saiba mais:  https://bit.ly/3fdY7R1

 

 

Ensino superior: sindicatos vencem patronal em julgamento de dissídio de greve No julgamento do dissídio de greve no ensino superior privado, o Tribunal Regional do Trabalho decidiu conceder reajuste salarial de 10,78% a professores e pessoal administrativo retroativo a 1º de março.

Essa decisão representa uma grande vitória dos sindicatos integrantes da Fepesp, que durante sete meses enfrentaram um patronal intransigente e contrário a qualquer recomposição de perdas salariais provocadas pela inflação. O índice indicado, de 10,78%, representa o INPC acumulado entre março de 2021 e fevereiro de 2022.  Rádio Peão Brasil, 26/10  https://bit.ly/3SEAA9l

Professores da rede privada obtêm vitória – Nesta quarta, 26, ocorreu o julgamento do dissídio de greve no ensino superior privado, no Tribunal Regional do Trabalho. O TRT-SP concedeu reajuste salarial de 10,78% a professores e pessoal administrativo, retroativo a 1º de março, a data-base da categoria.

Para a Federação, a vitória é resultado da persistência dos Sindicatos filiados, com apoio firme da categoria em assembleias em todo o Estado. O primeiro encontro entre comissão de negociação dos Sindicatos, coordenada pela Fepesp, e representantes das mantenedoras, ocorreu em fevereiro. O patronal protelou qualquer discussão séria. Mas a categoria não teve dúvida em marcar greve e levar a causa ao Tribunal. Agência Sindical, 26/10  https://bit.ly/3szqFaB

 

ELEIÇÕES 2022

Haddad pode virar sobre Tarcísio? Entenda – A distância entre Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) na corrida ao governo de São Paulo se estreitou, de acordo com a pesquisa mais recente do Ipec, divulgada na terça-feira (25). O ex-ministro de Bolsonaro está com 46% das intenções de votos enquanto o petista marca 43%, em um cenário de empate técnico.

Em relação à sondagem anterior, há duas semanas, Tarcísio manteve a pontuação, mas Haddad oscilou dois pontos para cima, dentro da margem de erro da pesquisa. O estreitamento da diferença aponta, de acordo com analistas, uma tendência de alta de Haddad na reta final do segundo turno das eleições. Valor Econômico, 26/10  http://glo.bo/3sy0Asr

 

Tarcísio se complica com desprezo por vacina infantil e caso Paraisópolis –  Candidato de Bolsonaro diz que dará “liberdade” aos pais para vacinar seus filhos, o que é obrigatório por lei. E pode assim abrir a porteira para doenças já erradicadas. Fora o caso do vídeo do tiroteio que deixou um morto em Paraisópolis, que sua campanha mandou apagar. Rede Brasil Atual, 26/10  https://bit.ly/3SOSLJS

 

Movimento de pais em defesa de voto para Lula causa conflito em colégio de elite de São Paulo –  Um movimento de pais de alunos e ex-estudantes de colégios de elite de São Paulo, como Santa Cruz e Vera Cruz, em prol da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou bate boca na porta da escola e confusão em grupos de Whats App. Desde a semana passada, o grupo passou a ficar diariamente em uma praça na frente dos colégios para conversar com pais e funcionários sobre a opção de voto. Eles vestiam branco e não distribuíram nenhum material que fazia referência a Lula. Nesta semana, um vídeo com um pai do Santa Cruz acusando o grupo de “doutrinar crianças” viralizou nas redes sociais. Estadão  26/10  https://bit.ly/3FCRGSv

 

 

POLÍTICA EDUCACIONAL

Alunos sofrem esgotamento perto de vestibular para recuperar conteúdo da pandemia – Com receio de não terem aprendido o que deveriam durante o período de suspensão das aulas presenciais na pandemia, eles têm aumentado a carga horária de estudos na tentativa de compensar as possíveis perdas. O resultado, no entanto, tem sido o aumento do estresse e da sensação de esgotamento.

Diretores e coordenadores de quatro cursinhos e escolas particulares de São Paulo relataram à Folha que a ansiedade dos alunos com a proximidade dos vestibulares está maior que em anos anteriores. Também contam ter tido até mesmo o afastamento de jovens com sintomas de esgotamento mental. Folha de S. Paulo, 26/10  https://bit.ly/3N8XG78

 

Carta de apoio a Lula tem mais de 10 mil adesões de docentes de universidade públicas – Na reta final do segundo turno, os professores das universidades públicas divulgaram carta de apoio ao ex-presidente Lula (PT) com mais de 10 mil assinaturas nesta terça-feira (25). Entre os signatários estão 5.329 professores e professoras das redes federal e estaduais de ensino superior, como Universidade de Brasília (UnB), Federal Fluminense (UFF), Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Federal do ABC (UFABC), Universidade de São Paulo (USP) e Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) entre tantas outras. Rede Brasil Atual, 26/10   https://bit.ly/3DBx3V3

 

Entidades científicas da educação formalizam apoio a Lula – A cinco dias do segundo turno, representantes de entidades científicas da educação formalizaram nesta terça-feira (25) o apoio ao candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em live, o manifesto destaca os avanços educacionais nos governos petistas em contraponto aos retrocessos desde o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff em 2016, intensificados pelo atual governo.

Entre os participantes da live estiveram representantes da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), Centro de Estudos Educação e Sociedade (Cedes/Unicamp), Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae), Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope), Associação Brasileira de Alfabetização (ABAlf), Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e Fórum Nacional Popular de Educação (FNPE).  RBA, 26/10   https://bit.ly/3FmoxuC

 

O NEGÓCIO DA EDUCAÇÃO

Balanços de educação: o que esperar de Cogna, Yduqs, Ânima, Ser e Cruzeiro do Sul no 3º trim  O pior já ficou para trás, mas nem por isso as estimativas para o setor de educação no terceiro trimestre são as mais otimistas para o momento. Essa é a conclusão do BTG Pactual sobre o setor de educação para as empresas no terceiro trimestre. Veja abaixo as expectativas por empresa:
Cogna (COGN3) – A expectativa é de resultados melhores na comparação ano a ano, refletindo o ciclo de captação do segundo semestre, além de alavancagem operacional melhor.
Yduqs (YDUQ3) – A expectativa é de resultados “decepcionantes” no período, prejudicados pelo ciclo de captação mais fraco tanto no presencial quanto no EAD, junto a margens fracas. A receita líquida é estimada em R$ 1,14 bilhão.
Ânima (ANIM3) – Será o primeiro trimestre de comparação anual com o período já com a Laureate dentro de casa. Nesse cenário, a expectativa é de crescimento de receita. A primeira linha deve crescer 9%, para R$ 894 milhões, refletindo tanto aumento de captação quanto de tíquete médio.
Cruzeiro do Sul (CSED3) – Cenário similar ao de Ânima: aumento de receita e de tíquete médio impulsiona a receita. A primeira linha do balanço deve ser de R$ 487 milhões, alta de 12% na comparação anual. Exame,  26/10  https://bit.ly/3gBPsYQ

 

TRABALHO

Sinpro Campinas: Justiça determina reintegração de professora demitida  Em junho de 2022, às vésperas das férias coletivas, o Sesi demitiu uma docente sem justa causa. Trata-se de uma professora com mais de 23 anos de trabalho junto à instituição e que estava a menos de 24 meses de se aposentar. O Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre Sinpro e Sesi garante o emprego para quem está em vias de aposentadoria, Diante disso, o Departamento Jurídico do Sinpro ajuizou ação trabalhista, requerendo a reintegração liminar da professora (tutela de urgência), o que foi deferido. Sinpro Campinas via Contee,  26/10  https://bit.ly/3TIGjfU

 

Darcy Ribeiro: 100 anos do visionário que lutou por indígenas, pela educação e fugiu de UTI para concluir livro
G1, 25/10
http://glo.bo/3gOSVTV

Trajetória do antropólogo, etimólogo, educador, escritor e político, um dos maiores intelectuais brasileiros do século 20, é celebrada por ocasião de seu centenário de nascimento.

“Fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.”

Esse trecho do discurso que o antropólogo, etimólogo, educador, escritor e político Darcy Ribeiro (1922-1997) proferiu na Universidade Sorbonne, em Paris, quando recebeu o título de Doutor Honoris Causa, resume a singular e brilhante carreira do intelectual mineiro que não ficou circunscrito aos limites da academia.

Nesta quarta-feira (26/10), sua vida e obra são celebradas e relembradas por ocasião de seu centenário de nascimento.

Seu amigo e escritor Eric Nepomuceno, que o visitou até os últimos de seus dias, disse à BBC News Brasil por que entende que Darcy foi um intelectual diferente.

“Darcy foi um desses pouquíssimos exemplos de intelectual que não fica de longe examinando números e estudando situações para depois teorizar soluções. Não, não: ele, que ao lado de Celso Furtado foi o intelectual brasileiro que mais peso e influência exerceu na América Hispânica na segunda metade do século 20, jamais ficou na contemplação”, diz Nepomuceno.

“Foi à luta, foi à realidade. Era um visionário, talvez, mas um visionário que foi para as trincheiras batalhar pelo que acreditava”, complementa.

Apaixonado pela questão indígena – Quando tinha 24 anos, mudou-se de São Paulo para uma comunidade indígena no Pantanal, em Mato Grosso do Sul. Mais tarde, moraria com outros indígenas entre o Pará e o Maranhão.

Eram os anos 1940 e 1950, e Darcy, ex-estudante de medicina, queria entender a vida dos povos originários. Não exatamente pelos estudos específicos da Medicina, mas por seu interesse pelos povos. Conta que acabou se apaixonando pela questão e ficou amigo dos indígenas.

“Eu fiz uma coisa pelos índios que foi criar o Parque do Xingu [em Mato Grosso]. Mas eles fizeram mais por mim. Eles me deram dignidade e hoje posso ir a qualquer país do mundo falar de índio”, disse.

No Diários Índios, ele relata sua experiência com os Urubus-Kaapor, na região amazônica. A convivência com esse povo foi transformada num filme do alemão Heinz Forthmann, que Darcy convidou para acompanhá-lo em algumas expedições amazônicas.

Educação pública e gratuita – Ao chegar à casa dos 30 anos, após sua vida com os indígenas e sua aproximação com os irmãos sertanistas Villas-Bôas, Darcy conviveu com o educador Anísio Teixeira e passou a ter paixão pela educação.

Foi um defensor contumaz da educação pública e gratuita para todos, como um dos lemas fundamentais no Brasil. “Se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”, disse num discurso no início dos anos 1980.

Legado – Foi já nos anos 1980, no governo Brizola, que concretizou o projeto dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps). Ele acompanhava as obras das escolas, o currículo escolar e defendia a cultura local, recorda Gisele Jacon.

O legado de Darcy Ribeiro também inclui o Parque Nacional do Xingu (hoje Parque Indígena do Xingu), o Museu do Índio, o Memorial da América Latina, a Universidade Nacional de Brasília (que, por ideia dele, tem um “beijódromo”), o Monumento ao Zumbi dos Palmares e o Sambódromo do Rio de Janeiro (que, por ele, seria utilizado como escola nos períodos fora do Carnaval).

Fuga do hospital para escrever – Um mês após a internação na UTI, considerado um paciente terminal, em janeiro de 1995 Darcy foge do hospital para concluir em uma casa de praia em Maricá (RJ) seu livro O Povo Brasileiro – a Formação e o Sentido do Brasil, um clássico sobre a identidade e as muitas diversidades regionais brasileiras e que virou documentário.

“Eu não queria morrer sem terminar esse livro. Eu passei 30 anos e 40 dias escrevendo esse livro”, recordou três meses depois daquela fuga.

“Das pouquíssimas brigas sérias que tivemos, uma delas foi porque me recusei a ajudar o Darcy a fugir do hospital. Depois estive um sem-fim de vezes com ele na casa de Maricá, uma praia perto do Rio, onde se abrigou”, recordou Nepomuceno.

Sobre o livro, Darcy contou em 1995 em entrevista ao programa Roda Viva que queria saber “por que o Brasil não deu certo. Por que perdemos? Por que mais uma vez a direita ganhou? Porque o Brasil não deu certo do ponto de vista do seu povo?”

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